11 - Era Uma Vez...

109 27 7
                                    

3 semanas depois

Já se passaram três semanas e agora não é só de prostituta que estou ficando famosinha agora é ''vagabunda'' que está sendo pronunciando quase por todos os adolescentes daquela escola e eu continuo sozinha, agora eu não tenho ninguém com quem conversar ou com quem desabafar, Camilla sumiu e eu to ficando insana tudo isso está me enlouquecendo a solidão que deixei vim, a raiva que tomou conta de mim, o medo das pessoas e principalmente de vê-los novamente de passar o que vivi tudo de novo. O ódio que sinto deles de eles terem transformado meu corpo em um objeto de desejo a todo o momento eu quero saber por que eu? Será que eu sou tão bonita assim ou ele me sequestrou só para satisfazer os seus prazeres em mim? São perguntas que sempre ficaram sem uma resposta talvez eu não encontre as respostas nesse mundo é o que eu acho. Sinto-me tão perdida, sinto um medo que só cresce e não diminui acho que estou ficando doente de novo. Quero tanto sorrir, quero tanto que eu consiga viver um conto de fadas, mas vejo que contos de fadas não existem. Era uma vez... São sós três palavras, não passa de palavras que para crianças é começo, magia, encanto, sabedoria, amor, aprendizagem e esperança. Para mim também, Era uma vez... É o que tanto eu quero, quero ser feliz, quero um final feliz e que meu ''para sempre'' acabe sendo feliz, mas vejo que meu para sempre não será assim.

— Eu disse para você que você sempre será minha. – ele sussurra em meu ouvido.

Eu tampos meus ouvidos e fecho meus olhos com forcas para não escutar nada e nem ver e digo baixo:

— Não! Não! Você não é real, não é.

— Claro que sou! Você que não aceita. – responde ele.

— Cala a boca! Você não está aqui não pode estar aqui! – esbravejo.

— A querida, você está mesmo enlouquecendo a vida está a enlouquecendo. – começou — Sinto muito em informá-la que essa vida não serve mais para você.

— Cala a boca. – choramingo começando a chorar.

— Chorar não vai fazer sua vida melhorar. - ele fala deslizando seus dedos pelas minhas costas.

Eu levanto-me rapidamente da cama e encosto minhas costas na parede abraço minhas pernas e começo a balançar para frente e para trás em um ritmo rápido enquanto as lágrimas escorrem pelo rosto. Sempre que eles aparecem no meu mundinho solitário eu fico agitada, se eu contar a verdade para meus pais irão chamar-me de louca, se eu fico quieta estou me torturando por dentro. Então acabei optando pela segunda opção: silêncio. Acabei criando frases que me vazia lembrar os contos de fadas não entendo por que gosto tanto de contos de fadas talvez seja por que eu ainda gosto muito de ouvi os contos e que no final sempre haverá esperança. Ago me diz aqui dentro que gostar disso é a melhor coisa em mim. É só eu falar à frase que fiz uma frase tocante, a frase que de certa forma me acalma:

— Era uma vez uma garota que sofreu muito na vida, mas que no final teve um final feliz.

— Acha mesmo que fazer suas próprias orações vai me fazer desaparecer! – Grita Simon vindo perto de mim.

— Era uma vez uma garota que sofreu muito na vida, mas que no final teve um final feliz. – repito e ouço minha voz soar desesperada.

Eu fecho meus olhos e balanço para frente e para trás continuo a repetir as palavras só quero que ele suma da minha frente, só desejo que ele nunca mais volte.

— Eu nunca vou deixar de existir sempre estarei dentro de você não adianta lutar contra isso, eu sempre estarei com você. – alertou-me.

Eu apenas repeti as mesmas palavras, repeti até não ouvi-lo ou vê-lo mais em minha frente, mas o medo enfim conseguiu tomar conta de mim enfim ele conseguiu o que queria. Já não consigo mais parar de repetir as mesmas palavras, elas viraram um mantra em minha mente que só se repete como o badalar de um relógio tic-tac-tic-tac, eu sou a minha própria escuridão já não me vejo mais, sou apenas as cinzas que estão prestes a se ir como as folhas velhas das árvores que caem no outono e sobram só os ramos, e na melancolia do barulho do relógio está lá badalando, consumindo minha esperança e minha vida a cada segundo que badala tic-tac-tic-tac, pronto para me enlouquecer a cada segundo. Acho que cheguei ao extremo da loucura ouço alguém abri a porta, mas eu não vejo por que o medo tomou conta não posso abrir os olhos, não quero, o que importa agora é só repetir as palavras só isso, eu sinto seu toque em meu braço e ela diz numa voz calma, mas que transmitia preocupação:

Uma Vida - Inacabada (versão antiga)Onde histórias criam vida. Descubra agora