2 - Vida.

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Você é a minha outra metade

Você é o que me faz ser eu

O que me faz sorrir

Quando eu caio e não consigo me recuperar 

(Beautiful Thing - Grace VanderWaal)


Eu me arrasto até ela. Camilla abre os braços e me abraça forte sua pele continua gelada, tirando isso tudo esta ótima. Eu consigo ouvi seu coração bater lentamente e no ritmo que eu realmente acho ser normal. Depois de certo tempo eu a olho, tiro sua franja que tampa seu olho direito e encaixo atrás da orelha. Vejo a cor de seus olhos, eles são castanho-claros mesmo, sua pele é tão branca que parece que ela nunca viu a luz do sol sentindo sua pele ser aquecida pela mesma, mas por um lado é macia e por outro, ela tem feridas de cortes no rosto e nos braços quase inteiramente seu corpo é cheio de cicatrizes – será que ficarei com as mesmas cicatrizes?–. Seus cabelos são lisos e pretos muito pretos parecido ébano. Seu corpo e gelado e eu ainda não entendi o porquê é assim. Ela suspira e diz numa voz suave:

— Deita na minha perna.

Eu deito minha cabeça em suas duas pernas e ela faz carinho em meus cabelos ruivos e eu digo depois de um longo tempo, tentando refletir sobre aquilo:

— Por que seu corpo é gelado?

Ela engole em seco e demora um bom tempo para me dar uma resposta coerente, mas depois de minutos refletindo ela fala:

— O porquê eu não sei, mas talvez seja porque eu raramente saio desse cômodo e só fico nesse lugar frio, sujo e escuro. Acho que eu estou doente ou algo do tipo.

— Ata, eu entendi agora.

— Você conhece aqueles homens? – pergunto.

— Sim.

— Como é o nome deles?

— O barbudo é o Rodrigo, o mais novo é o Augusto aquele que te machucou é o Simon e o que fica olhando as câmeras ou tomando conta do ar-condicionado é o Valentin, Valentin não é uma pessoa tão ruim, saiba disso.

Ela sorri um sorriso triste sem nem um pingo de alegria, a alegria dela foi tirada há tanto tempo, que fico a pensar se um dia os sorrisos verdadeiros voltaram a seus lábios. Continua a acariciar meus cabelos e eu acabo adormecendo em suas pernas. Logo ouço algo soar alto e eu acordo assustada, olho para ela e ela esta a olhar fixamente para Simon – nominho esquisito – ele nos olhava com um sorriso sarcástico no rosto e exclama:

— Boa tarde, bela adormecida! – ele dizia olhando para mim. — Ora, ora quem vai tomar banho primeiro? – perguntou-se.

Eu e Camilla nos entreolhamos e ele bate palma o que faz eu me dar um salto para trás de susto:

— Já sei! A novata vai tomar banho primeiro.

Ele chegou perto de mim destranca as correntes levanta-me do chão apertando meu braço com força e alerta-me numa voz alterada:

— Se tentar alguma gracinha verá as consequências! Que não são poucas.

Ele sai me arrastando até a porta abre a porta de aço e coloca sua mão atrás do meu pescoço apertando um pouco forte, para que eu fique impossibilitada de fugir e pela primeira vez lá no final do corredor eu vejo a luz do dia, já está meio escuro lá fora, ele me para de frente a porta do banheiro e diz:

Uma Vida - Inacabada (versão antiga)Onde histórias criam vida. Descubra agora