Uma Vida - Inacabada (versão antiga)

9 - Coração.

Olho para a porta do meu armário e noto uma foto nossa a tiro do seu lugar e passo minha mão delicadamente pela foto. Está Lana com seu braço atrás do meu pescoço e eu no meio com um sorriso enorme nos lábios e Caleb agarrando minha cintura com o mesmo sorriso que se encontra no meu rosto, a traz da gente está um pequeno matinho o matinho perto da casa de Lana lembro-me desse dia como se fosse ontem. Foi o melhor dia que tivemos eu tinha treze anos naquela época era um dia como qualquer um normal minha família tinha aceitado o convite da família de Lana para um almoço na casa dela. Quando vi que estávamos todos nós lá decidimos registrar aquele dia, com uma foto. Vejo que nunca mais tiraremos uma foto como essa eu vejo que minha formatura vai ser a mais solitária da minha vida se é que vou ter uma formatura nessa escola. Percebo que tem lágrimas escorrendo pelo meu rosto passo minha mão pelo rosto fecho meu armário pego minha mochila e caminho vagarosamente pelo corredor, o sinal toca e eu rasgo a foto no momento que rasgo aquela foto fico triste por ter rasgado, mas depois me lembro de tudo que eles fizeram e simplesmente ignoro aquele sentimento e coloco as fotos divididas em seus armários metade para cada um. Vejo que eles chegam no momento em que coloco a foto dentro dos armários deles os encaro por alguns segundos e viro a cara e saio andando para a sala. Sento-me no mesmo lugar de sempre e agacho minha cabeça e olho para o céu, logo o professor chega na sala e começa com o blá-blá-blá de matéria que não faço ideia do que seja eu olho para eles e eles me olham o encaro séria. Posso senti que Lana está triste pela foto e eu consigo ver a dor em seu olhar e Caleb está preste a desabar no chão agora eles me perderam, pode disser que para sempre se eu sentirei falta deles? Sim, mas não passará de uma ''falta'' curta e temporária.

As aulas do começo passam voando, enquanto eu olho para a janela e vejo as nuvens se afastarem uma das outras lentamente e outras se justarem uma com a outra formando um céu nublado por alguns segundos, eu já não consigo prestar mais atenção na aula de nenhum professor ou professora, para mim essas matérias não fazem mais sentido, eu acho que vou repetir o ano, mas não tem problema eu faço o ano tudo de novo sem problemas. O sinal suou e eu fico encantada com o céu nunca entendi o porque amo a beleza do céu celeste com as nuvens sumindo lentamente, as estrelas a noite, as flores e os seus cheiros perfumados. Para mim, é uma beleza incondicional. Ouço sua voz penetrar em meu pensamento:

— Nadia?

— Am? – eu pergunto olhando o céu.

— Você está bem?

— Estou.

— então por que ainda não saiu da sala?

— Já! Já bateu o sinal? – pergunto finalmente olhando para ele.

— Sim.

— Aí, desculpa professor. – digo levantando-me da mesa.

— Nadia o que tem de errado com você? – ele pergunta me olhando atentamente.

— Na-nada. – digo pegando minhas coisas.

— Pode contar comigo, eu não te prejudicaria, Nadia.

— Não é nada não. – falo sorrindo e saindo da sala.

Ao virar-me de costas para ele, aquele sorriso que mostrei se desmanchou rapidamente abro meu armário e guardo minhas coisas dentro dele logo vejo uma sombra tampar meu lado e percebo que é ela de novo, ela pergunta numa voz calma e tocante:

— E aí prostituta? Como está indo seu abdômen?

— Não é da sua conta, Paula. – digo fechando meu armário e olhando a séria.

— Pelo jeito continua fria, não é mesmo?

Não respondo e ela continua a perguntar:

— Você já viu o vídeo que está se tornando viral? – ela encosta-se a um armário e olha para mim.