8 - Machucado

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Entro no carro e me ajeito na poltrona para achar uma posição em que não me faça senti dor a dor pode ter cessado agora, mas ainda a sinto ela continua aqui dentro de mim a onda excruciante de dor que me causaram sempre estará aqui. Minha mãe entra no carro e o liga e logo já estávamos se afastando da escola penso no meio do caminho: eles acham mesmo que sou uma prostituta, não é mesmo? E assim se afastaram de mim para não ser chamado de ''o bando da prostituta'' Acham que fazendo isso está resolvendo alguma coisa, não, não está, só esta piorando as coisas, já não consigo sentir a mesma coisa que sentia pelos dois. Vejo que o ódio e a tristeza está corroendo o lado bom que existe em mim. Minutos depois ouço a voz da minha mãe me chamar me tirando dos meus pensamentos, olho-a e ela olha para mim com seus olhos castanhos, desvio o olhar e observo a janela e vejo que já chegamos abro a porta do carro e saio meio com dificuldade.

— Quer ajuda, querida? – pergunta minha mãe.

— Não está tudo bem.

Cambaleio até a porta e entro e vou ao meu quarto ainda cambaleando por que assim não sinto dor no abdômen, deito na cama com muita dificuldade no momento que tento deita a dor me invade novamente, suspiro e fecho os olhos e deixo o tempo me levar. Mas logo que sinto minha consciência enfim se afastar do mundo ouço alguém abri a porta abro meus olhos lentamente e vejo minha mãe parada na porta com um copo de água e com a outra mão com o punho fechado, viro-me devagar e ela chega perto de mim e se ajoelha do meu lado e fala:

— Beba esse remédio, vai fazer sua dor alivia. – ela abre sua mão fechada.

Eu assenti e pego os comprimidos de uma cor meio azul e coloco na boca e pego o copo de água e bebo e devolvo o copo para minha mãe e volto a deita na posição que de certa forma não me faz senti muita dor, fechei os olhos e em alguns minutos minha consciência enfim se vai, e pronto consigo adormecer em meio a tanto sofrimento.

Já estou bem melhor, já se passaram dois dias que não vou à escola pretendo nem ir, mas sei que é só questão de tempo até minha mãe me mandar de volta para lá, ontem fui ao médico para ver que eu tinha quebrado algo dentro de mim, pelo simples fato de em vez de melhorar foi é piorar, fiz uma tomografia abdominal, na verdade me colocaram dentro de um tubo meio escuro com um barulho esquisito pedi por piedade, mas minha mãe fez questão de me coloca dentro daquilo fiquei falando mal dela pelos pensamentos, ela teria me matado se eu tivesse falado tudo que eu estava guardando dentro de mim ontem de manhã. O exame não deu nada muito grave só um ou duas pequenas finuras de rachadura em umas das minhas costelas, os médicos receitaram alguns remédios para minha mãe e assim depois fomos à farmácia comprar os remédios receitados e assim que minha dor meio que passou, hoje já não sinto dor, mas sinto muito sono e acho que ficarei de cama o dia inteiro não sinto vontade de fazer nada hoje a não ser dormir. Minha mãe entra no quarto escuro e puxa as cortinas eu brado:

— Fecha essa merda!

— Que horror Nadia! Está na hora de levantar

— Não vou levanta estou com sono. – digo choramingando.

— Já são quase 15h30min da tarde e ainda está nessa cama, vamos lá, animo! Nadia, você tem que viver esses dias em casa por que daqui a pouco você vai volta para escola.

Cubro meu rosto com o travesseiro e espero-a sai do meu quarto, mas sinto que ela não sairá tão cedo o silêncio toma conta do aposento onde estou de repente sinto um pouco de medo quero levantar o travesseiro do meu rosto, mas não faço isso continuo parada tentando olhar pelos cantinhos que têm iluminação, logo ouço os seus passos chegarem mais perto de mim e ela tocar meu abdômen enquanto senta na beirada da cama, eu gemo um pouco por causa da dor e me afasto e logo ela tira o travesseiro do meu rosto e diz preocupada e seus olhos transmitiam desespero misturado com preocupação:

Uma Vida - Inacabada (versão antiga)Onde histórias criam vida. Descubra agora