6 - Infelicidade

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  Me ajude, fiz isso de novo

Eu já estive aqui muitas vezes

Machuquei a mim mesma de novo hoje
E, a pior parte é que não têm ninguém para culpar 

(Breathe Me - Sia - 2004) 


O sinal soou pelos corredores e até dentro do banheiro me dando um leve susto, suspiro e seco as lágrimas rapidamente e engulo a vontade de chorar mais, olho-me no espelho e meu nariz e meus olhos estão vermelhos e inchados, respiro bem fundo saindo do banheiro feminino e indo até meu armário. O Abro e pego meu livro de Português e corro para a sala que não fica muito longe, geralmente eu sentava atrás de Lana na 3a fila e na 3a cadeira e Caleb do meu lado e assim quando sobrava tempo nós ficávamos conversando, mas pelo jeito hoje não será assim. Sento no fundão da sala e cruzo meus braços na mesa e abaixo minha cabeça colocando o sobre os bracos e fico no escuro, enquanto ouço a sala lotar de alunos, eu consigo ouvi a pronúncia ''prostituta'' entre amigos e logo aquelas risadinhas irritantes, olho para onde eu costumava sentar e adivinha quem está sentada no meu ex-lugar, aquela vagabunda amiguinha – na verdade namorada – do ''Victor'' chamada Paula. Odeio aquela garota.

— Olá, prostituta! – sua voz reflete em minha mente.

Foi a primeira a me chamar assim, lembro-me da primeira vez em que nós eramos amigas ''para sempre'' e do nada parece que nós nunca fomos de ser amiga forever, pelo motivo de ela não gostar de meninas como eu meio ''esquisita'' como ela diz, ela me acha um nojo e todos aqueles que ela usa o termo esquisita. E que nós não deveríamos existir na fase da Terra, pelo menos, é isso que eu penso que passa pela cabecinha miúda dela. Grande bosta, se Deus me colocou no mundo tem um propósito, tudo na vida tem seu propósito para a sua existência.

— Quer fazer um favor para mim? Pare de se torturar por seus ''amigos'' falsos.

— Eles não são falsos, só estão precisando de um tempo, Camilla.

— Um tempo? Ra! Um tempo. Liga-se garota, eles estão pouco se fodendo para você, pare de se preocupar com aqueles que não se importam com seus sentimentos e com você!

— Quem é você? E o que fez com minha amiga? – pergunto num tom bem desanimado.

— Sou sua amiga, sua VERDADEIRA amiga, eu sou a razão o seu lado positivo.

— Hum–rum...

Logo o sinal soa e a professora para de falar seu blá-blá-blá de ''matéria nova'' que eu nem se quer faria questão de saber. Ela fica em silêncio, enquanto os alunos conversam em meio ao sinal estridente e alto, logo ele cessa e o barulho de fofoca também, e assim ela sai da sala e outra professora entra e continua a aula que eu, praticamente não estou ligando. Viro minha cabeça para o lado agora estou olhando o céu nublado de fora com cara que daqui algumas horas, irá cai uma bela de uma água gelada, eu acho.

— Bom... Você poderia ao menos, parar de pensar nesses dois idiotas? – Camilla pergunta-me sentando no chão e encostando-se a parede.

— Você poderia ao menos, PARAR DE ME ENCHE O SACO! – praticamente grito em pensamento.

— Hum... Não. Ra! – ela riu uma risada sarcástica de irritante. — O que eu faço? A já sei!

— Por que eu fui falar aquilo? – resmungo.

Uma Vida - Inacabada (versão antiga)Onde histórias criam vida. Descubra agora