Estou sentada na minha mesa ouvindo alunos cochicharem baixo sobre brincadeiras e recreio estou enrolando e colocando papel crepom de cor lilás em um vestidinho de uma menina que tem desenhado em um papel que está em cima da minha mesa. Passo na cola e colo no vestidinho colorido de laranja, verde e vermelho e posso perceber que estou sorrindo e estou bem alegre, mas logo vejo um cara alto e magro cuja pele e bem escura e ele é careca bater lentamente na porta chamando atenção da professora, ele olha para mim por alguns segundos e chama à professora que parecia escrever algo em seu caderno. Eles conversam por alguns minutos enquanto eu só olhava a expressões meio triste de ambos, quando eu estou preste a voltar a colar o papel crepom no desenho, a professora me olha e diz:
— Nadia venha aqui, querida.
Eu coloco o papel crepom que estou segurando na mesa e vou até ela o homem ficou diante da porta e fala:
— Nadia seu pai está lá na secretária, pediu para eu vim buscá-la.
— Por quê? – pergunto minha voz é tão fina e suave.
— Ele quer dizer isso pessoalmente nós podemos ir?
— Aram, mas meu material?
— Deixe que eu guarde, eu levo para você quando eu terminar de guardar pode ir. – responde a professora.
Eu assenti e ele me mandou ir à frente, eu fui enquanto olhava às vezes para trás e ele sorria, mas parecia preocupado com algo. Vejo meu pai sentado numa cadeira com a cabeça apoiadas nas mãos, exclamo correndo em sua direção:
— Papai!
— Oi meu amor – ele disse levantando e pegando-me no colo. — Temos que ir embora agora, okay?
— Mas por que papai?
— Seu vovô está mal e foi para o hospital, eu explico pra você quando chegarmos lá, okay?
Eu assenti e ele me balançou um pouco no seu colo e a professora apareceu com a minha bolsa pequena e entregou para meu pai, ela acariciou meu rosto e falou:
— Tchau Nadia até mais.
— Tchau. – falo acenando enquanto meu pai andava vagarosamente pelo corredor.
Apoio minha cabeça em seu ombro enquanto o vejo andar tão devagar que por um lado me dava um sono vê-lo andar assim tento manter meus olhos abertos, mas parece tudo tão difícil algo dentro de mim dizia apenas feche os olhos, querida que nada acontecerá tudo é tão simples, apenas feche os olhos. Eu fechei os olhos e em poucos segundos ouço meu pai chamar minha atenção eu abro lentamente os olhos enquanto ouço-o dizer:
— Nadia não é hora para dormir, vamos, abra os olhos.
Eu toco seu nariz e sorrio ao perceber que ele também sorria, ele me coloca na cadeirinha que fica presa dentro do carro e entra dentro e vira uma chave que fez o carro estremecer e coloca as mãos no volante e sai do estacionamento da escola. Olho pela janela enquanto sinto a brisa invadi o carro, vejo as árvores passarem tão rápido e tento olhar mais para fora do carro noto o sol seguir a gente junto com as nuvens, olho para meu pai pelo retrovisor e pergunto:
— Papai?
— Sim. – ele comenta olhando pelo retrovisor.
— As nuvens e o sol esta nós seguindo, por quê?
Ele ri e explicou:
— Querida na verdade é só uma expressão, as nuvens estão andando na horizontal e quando você anda na vertical da expressão que ela está te seguindo, mas não é verdade. Entendeu?

VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Vida - Inacabada (versão antiga)
RomanceMeu sobrenome é Oliveira, igual a arvore oliveira que nasceu a 3.000 anos antes de Cristo que demora quase 20 anos para poder cultivá-la eu aprendi essa historia da ''oliveira'' desde dos 5 anos de idade. Minha mãe sempre contou que o Oliveira na no...