14 - A realidade dói.

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Minha mãe coloca seu carro na garagem no momento que ela para o carro no lugar certo da garagem, eu abro a porta e saio correndo e entro em casa meu pai que está assistindo a tevê pergunta a me ver correndo para o quarto:

— Querida está tudo bem?

— Está. – digo tentando segurar o choro.

Tranco o a porta com a chave e deito na cama e deixo as lágrimas descerem e pergunto para mim mesma:

— Por que eu estou chorando? O que tem de errado comigo? Por que esse vazio não some.

Perguntas são apenas perguntas sem respostas, apenas perguntas que se eu deixar levar nunca terá a resposta que eu quero que tenha. Se eu encontro a resposta nascera outra pergunta no meio dessa resposta, essa é minha vida uma vida cheia de perguntas sem respostas.

— Deus socorro! – sussurro. — Me ajude faça isso parar tenha piedade de mim, Deus.

Pego meu travesseiro e deito minha cabeça nela e deixo se encher de lágrimas, até não restar nenhum lugar seco, depois de horas chorando sinto minha consciência ficar pesada eu realmente estou cansada de chorar, de sofrer e de senti esse vazio dentro de mim, queria que tudo isso que estou sofrendo não passasse de um pesadelo. Queria colocar na cabeça que eu estou em coma ou algo do tipo e vivo em um mundo paralelo que talvez eu viva para sempre nesse mundo paralelo que não desaparece. Fecho meus olhos enquanto sinto mais lágrimas escorrerem pelo meu rosto e minha consciência cada vez mais vai se indo até eu começar a ouvi o mar e ela enfim se ir.

Estou correndo em frente ouço o som do mar ficar cada vez mais alto estou sorrindo e feliz eu não consigo parar de correr. Olho para cima e vejo o sol e as nuvens andarem como se estivessem me seguindo volto a olhar em frente e não vejo nada além de árvores em meu caminho, desvio de todas as árvores até conseguir ver o mar no horizonte corro mais rápido e vejo uma rampa para poder chegar ao mar. Eu a desço lentamente e sinto a areia cobrir meus pés quando chego ao chão, ando vagarosamente sentindo a areia cobrir meus pés e me dificultando de andar. Chego perto da água e a toco sinto um frio invadir meu corpo e logo se aquecer eu sorrio e logo ouço uma voz aparecer atrás de mim:

— Você veio!

Levanto e viro-me rapidamente e a olho por alguns segundos tentando raciocinar como ela está ali parada diante de mim, sendo que ela está morta e se foi – pelos menos eu acho que ela se foi – eu chego mais perto dela e a abraço um abraço que eu estava querendo há anos dá a ela, eu digo em meios a rios de lágrimas não lágrimas de tristeza são lágrimas de felicidade:

— Como?

— Você vai saber em breve.

— Senti tanta a sua falta!

— Eu sei por isso estou aqui. – ela dizia enquanto deslizava sua mão pelas minhas costas, tentando-me fazer parar de chorar. — Aliás, tem uma pessoa louca pra te ver.

— Quem? – pergunto.

—Por que você mesmo não vê. – ela disse virando meu rosto para o lado.

E foi ai que eu o vi, ele continua o mesmo homem de sempre, mas parece mais novo não está com tantas rugas no rosto e suas roupas são brancas tudo nele é branco que de certa forma me casou arrepio em meu corpo. Eu andei vagarosamente pela areia tentando chegar um pouco mais perto dele já que de certa forma estou com medo, isso parece ser um sonho não pode ser real, então eu acabo me tocando que isso é um sonho e que eu tenho que aproveitar antes de acordar para realidade. Eu corro pela areia e logo vejo a cena de quando eu tinha três anos correndo até ele, eu caio na areia e levanto novamente e enfim eu abraço quase o derrubando e exclamo:

Uma Vida - Inacabada (versão antiga)Onde histórias criam vida. Descubra agora