Ele continua a me olhar e eu continuo a olhar em seus olhos, mesmo que ele seja muito mais velho que eu, não me tira da cabeça que ele consegue fazer a mesma coisa que Caleb faz para eu confiar nele e olhá-lo me dá uma dor no coração de saber que eu o perdi, perdi Caleb meu melhor amigo que eu jurava para mim que ele gostava de mim como eu gostava dele, mas acho que só passará de um gostar já que eu o perdi. Ele se afasta de mim e desliga o rádio arruma a cadeira enquanto eu continuava parada só observando. Ele abre a porta depois de arrumar a sua sala e pergunta numa voz que transmitia calma:
— Vem? – estendeu sua mão para talvez eu segurar.
Eu abro um sorriso de canto e ando até ele olho por alguns segundos sua mão estendida para que eu segurasse, por um momento eu queria segurá-la, mas por quê? Eu o olho com um olhar triste e ele sorri discretamente e abre mais a porta e eu saio e Pedro a tranca e passa por mim e me olha sobre o ombro esticando sua mão novamente e diz:
— Vou te levar a um lugar que eu costumo ir pode segurar não vou machucá-la.
— Por que você tem que ter esse olhar de Caleb! – resmungo um pouco feliz.
— Caleb? Quem é? – ele falo erguendo umas das suas sobrancelhas e sorrindo maliciosamente.
— Não é ninguém. – minto.
— Ta sei... – ele suplica me puxando para fora da sala de terapia.
Ele bate seus dedos repetidamente no balcão da secretária e exclama olhando nos olhos dela:
— Vem comigo você também tranca tudo Lilian, vou está esperando você no carro, não demore!
Ela me olha séria e um pouco confusa pela atitude dele e sussurra para mim:
— O que deu nele?
Eu dei de ombro e saio atrás dele percebo que minha mãe está me esperando, ele vai até o carro dela e abre a porta e diz:
— Vem você também...
— Que? Para onde? – pergunta minha mãe tirando o sinto de segurança — Vou deixa meu carro aqui, está maluco?
— Vocês vão ver... Aram pode deixar o carro ai ninguém vai roubá-lo se não tiver a chave, confiam em mim eu sei do que estou falando e fazendo.
Ele fala indo em direção ao seu carro que se encontra estacionado do outro lado da rua, Pedro abre a porta do seu carro que é preto que não tem aparência de ser novo olha para mim abrindo um sorriso e eu vou até ele e falo o olhando atentamente alterando um pouco o tom de voz franzindo o cenho:
— Olha lá, isso está me cheirando a coisa ruim se aprontar alguma, eu te dou um soco que você nunca vai esquecer.
— Não vou machucá-la e confia em mim. Vocês vão amar aonde eu vou levar todas.
— Ta... – murmuro entrando no carro.
Pela segunda vez na vida que vou ao banco da frente, na verdade eu corri para poder sentar no banco da frente quase tive que competir com a minha mãe. Eu sei muito bem que eu estivesse competindo com ela, Ellen teria ganhando já que ela é muito mais velha que eu e principalmente: é minha mãe, contudo eu não passo de uma garota de quatorze anos que tem que andar no banco de trás. Estou me sentindo uma princesa por está sentada na frente. Ele senta liga o carro olha para mim e eu o fito eu sorrio de canto, no entanto, ele volta os olhos para o para-brisa e vejo Lilian entrar no carro pelo retrovisor externo ele coloca sua mão na chave dá partida no carro e lentamente o carro sai andando. Bem, começa agora a nossa viagem para sei lá a onde ele está nós levando. Minha mãe e Lilian parecem ter ficando bem amigas no banco de trás eu posso sentir a alegria da minha mãe na sua voz doce e calma. Eu olho para a janela e vejo tudo passar tão rápido as árvores e os poucos de casas que sobraram na rua, logo tudo não passa de arvores que se encontram nas calçadas e muito prédios largos e altos, o pôr do sol já grita para lá do oeste eu sorrio ao ver o pôr do sol o céu já está ficando amarelado por causa do sol fraco. Abro a janela devagar e coloco minha cabeça para fora da janela sentindo o vento passar por mim balançando meus cabelos vertiginoso respiro fundo e sinto o cheiro do mar e dá areia úmida. Ele vira o carro em uma avenida meio movimentada de mais e eu me ajeito na poltrona do carro o observando dirigir atento ao transito e depois de minutos olhando para ele decido olhar novamente pela janela e vejo que ele está passando pela praia que eu realmente não conhecia, as águas se mexiam sem parar criando ondas pequenas e leves, a cor da água é um azul-marinho e ver aquele mar e sentir o cheiro dele invadindo o carro bateu uma felicidade que eu não sentia a meses. Abri um sorriso no rosto ao me lembrar que ia a praia aos 3 anos de idade junto com meus pais e meus avós de parte de mãe e avó por parte de pai, só que paramos de ir quando meu vô por parte de mãe morreu de AVC (Acidente vascular cerebral ) ele era a pessoa que mais gostava de ir a praia e eu o amava como amava ir à praia, mas depois que ele se foi parecia que algo dentro de mim tinha indo junto com ele acho que a vontade de ir a praia morreu com ele. Mas de volta a esse lugar trouxe uma sensação de conforto tão bom que eu não quero tirá-la de dentro de mim, mas sei que é só questão de tempo até ela se ir como tudo que está se indo. Ele parou o carro no estacionamento e eu saio praticamente correndo do carro e desço uma pequena rampa de areia e chego perto do mar e desabo no chão chorando passo a mão pela areia, não é um choro de tristeza é um choro de felicidade, o choro que rasgava minhas camisas e cortava minha carne de dentro para fora e corroía meus pensamentos. O choro que nunca saiu de dentro de mim e que agora está livre na natureza, como as folhas das arvores que cai antes da hora, agora está livre para viver. Sinto alguém tocar meu ombro o olho por cima do ombro enquanto choro e o abraço um abraço forte e digo em soluços:
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Uma Vida - Inacabada (versão antiga)
RomanceMeu sobrenome é Oliveira, igual a arvore oliveira que nasceu a 3.000 anos antes de Cristo que demora quase 20 anos para poder cultivá-la eu aprendi essa historia da ''oliveira'' desde dos 5 anos de idade. Minha mãe sempre contou que o Oliveira na no...