Capítulo 5

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A tarde passou rápido e quando olhei para as horas já eram 4 da tarde e nos não almoçamos. Tenho que agradecer ao Santiago, ele faz-me rir. Estou a perceber que fui burra quando me aproximei das raparigas no primeiro ano. Ele é um excelente amigo e só está tarde deu para o conhecer melhor do que alguma vez pensei vir a conhecer.
-Porque não gostas de assumir namoros?
-Sabes, Sara, sou como tu... A dor de uma traição e horrível. Não sempre pelo amor, mas pelo nosso orgulho. Não encontrei ninguém que não me deixasse a mínima dúvida em relação a querer assumir sem medo.
-Mas...
Ele continuou a explicar:
-Eu gosto de me divertir, e óbvio! Tenho várias raparigas atrás de mim, mas são essas as que menos me interessam. Quando vou sair, danço e beijo quem quero, mas essa rapariga já sabe que não passa disso...
-Devias experimentar!
-Ja estou a experimentar!
-Isto não conta. E só um jogo sujo!
-Da para perceber como os outros reagem.
Eu queria saber mais! O que o levava a sentir aquilo! Lembro-me que no 9° ano teve uma namorada assumida e desde aí, nada.
-Porque? Sofreste?
-Lembras -te da Mara, do 9°?
Disse que sim com a cabeça.
-Ela também me traiu... Com o Marco, que era o meu melhor amigo. Desde aí, decidi que não ia deixar que gozassem comigo, tal como tu.
Coitado... Ainda por cima, ele gostava da Mara...
-Lamento imenso. Pelo que sei gostavas imenso dela.
-Sim. Quando soube fui um pouco abaixo, mas sabes como são os rapazes. Parece que isso não importa ou são tratados como fracos. Eu sou popular, não sei porque! Não namoro com a rapariga mais popular, não faço figuras tristes nas discotecas...
-Es bonito. Isso basta. E há raparigas que acham que te fazem mudar de ideias...
A nossa conversa era seria... Parecia que éramos irmãos ou que éramos amigos desde que nascemos. Há qualquer coisa nele que me deixa curiosa... Uma pessoa por um lado fechada por outro totalmente aberta a novas amizades, mas não a grandes compromissos.
-Hoje em dia nada basta...
Aquela forma de falar... O sorriso! Uma simpatia!
-Quero pedir desculpa...
-Porque, Sara?
-Porque no 1° ano te troquei por umas miúdas convencidas.
-A sério? Estás a pedir desculpa por uma coisa que aconteceu há 13 anos?
-Nunca e tarde para pedir desculpa...
-Sim, isso é verdade.
Ficamos a olhar um para o outro quando reparei que estavam uns senhores a tirar-nos fotos.
-Peço desculpa. -intervi. -Quem disse que podiam tirar-nos fotos?
-Mas são um casal tão fofo!!! -disse uma das senhoras.
-Mas não somos um casal... -disse eu atrapalhada.
-Se não são, para lá caminham... Com esse olhar.
-Peco desculpa, mas pode tirar fotografias a outras coisas?
-Claro... -retirou -se.
-Que lata... -disse ao Santiago.
-Sim... Será que fiquei bem? Hahaha
-Aposto que sim... - Sara!!! Cala-te! Ele é teu amigo!
-Sim sim... Tu é que deves ter ficado!
-Obrigada. -sorri.
Quando voltei a olhar para trás estavam lá a Marcie e o Miguel.
-Andam a seguir-nos? -perguntei.
-Nos? -perguntou a Marcie com um ar afetado.
-Nao... Estava a falar com o vento... -disse irónica.
-Bem me parecia... -grunhiu ela.
Fui para perto do Santiago, mas o Miguel intrometeu-se.
-Então Santiago... Pensei que não eras de assumir relacionamentos...
-E não sou, mas ela mexe comigo... Decidi que alguém como ela merecia ser reconhecida! -respondeu com um sorriso convincente.
-Parabens... -disse ele parecendo forte, mas de forma a que todos perceberem que estava com inveja, ou melhor, com ciúmes...
-Obrigada! Quando assumes a Marcie? Ficam perfeitos juntos, têm o mesmo caráter... Valem zero! -disse eu.
-Amanha na faculdade! -disse a Marcie e puxou o Miguel pela mão e caminharam pela praia.
-Como é que o aguentavas?
-Diziam que precisava disso para a popularidade... Hoje percebo que a popularidade não é tudo.
-Ainda bem que percebeste a tempo. Devias ficar com alguém que realmente de ama. -sorriu e passou a mão ao de leve pelo meu cabelo.
-Obrigada, Santiago. Por Tudo!
-De nada. Estou aqui para o que precisares. Vamos?
-Sim! Onde vamos agora?
-Que tal a gelataria perto de tua casa? Comemos um gelado e ficas em casa.
-Boa ideia!
Fomos a gelataria e comemos os nossos gelados. De seguida, ele acompanhou-me até à porta de casa.
-Ate amanha, anjo. -sorriu.
-Queres entrar?
-Deixa...
-Anda! -puxei-o pelo braço até a sala onde estavam a minha mãe e o meu pai.
-Boa tarde... -disse o Santiago envergonhado.
-Esse é o teu namorado??? E bonitinho! -disse a minha mãe.
-Nao, mãe. É só um amigo. -sorri.
-Acho bem. A Alice está no quarto dela, disse que precisava da tua ajuda para resolver um problema. -Ok.
Levei o Santiago até ao quarto da Alice.
-Precisavas de ajuda?
-Prima!!! Sim! Tu é que és o Santiago?
-Sim... Conheces-me?
-Esta é a Alice, a minha prima. A única que sabe do plano...
-Ok... -disse o Santiago.
-De que precisas? -perguntei finalmente a minha prima.
-O Rodrigo convidou-me para sair... O que levo??? Vou jantar com ele.
-Que restaurante? Aproveita que tens a ajuda masculina! Hahhaah
Todos riram.
-Um restaurante qualquer fino perto da praia.
-Acho que devias levar um vestido curto! -dissemos eu e o Santiago.
Rimos novamente.
-Decidido! Obrigada!
Ela foi toda contente para a casa de banho experimentar mil vestidos, por sinal, meus!
-Bem... Posso ir? -perguntou o Santiago.
-Claro! Eu levo-te a porta!
Ele deu-me um beijo na bochecha e foi embora. Não sei porque, mas ele fez-me corar...

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