Capítulo 23

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Quando cheguei à aldeia abracei a minha tia, ela merecia realmente. Cumprimentou o Santiago. Eu acho que ela gostou dele, pelo menos sempre o defendeu durante as nossas conversas privadas.
O Santiago também parecia estar encantado com a tia! Tal como já tinha dito, tudo maravilhoso.
A aldeia ainda fica a algumas horas do Porto. Localiza-se a cerca de trinta quilómetros de Évora e a outros trinta quilómetros de Alcácer do Sal, ambas belas cidades alentejanas que eu adoro!
O meu quarto tinha uma cama de casal que eu e a minha prima dividiamos com bastante dificuldade porque ela teimava que tinha direito á cama toda e isso já dava para eu querer matá-la!
Depois de pousar-mos as malas no quarto fomos até Évora, uma das minhas cidades preferidas. A minha tia quis ficar em casa, mas claro que a convidamos! Estamos a dever-lhe tanto por isto!
Fomos ao Templo Diana, à Capela dos Ossos (sim! É toda feita de ossos!) e adoramos tudo o que vimos! Aproveitámos os jardins com vista panorâmica para tirar as mais belas selfies e todas as raparigas olhavam para nós com inveja... Hahaha um dia conseguirás amiga!
Ele estava a ser o rapaz mais querido de sempre e quando estavamos a contemplar a vista depois das selfies ele tocou na minha barriga e disse:
-Sabes, pequeno? És um sortudo! Tens a mãe mais bonita e o pai mais apaixonado do Mundo! - riu e ficou a olhar para os meus olhos como se fossem um mistério.
Eu derreti com aquela frase! É a frase mais bonita que alguém me disse!
-Nunca ninguém me disse nada tão bonito... -comento emocionada.
Problema número 1 das gravidezes: Demasiada sensibilidade... Hahaha
-Eu não estava a falar contigo! -riu na minha cara e eu fiz um ar ofendido- Estava a falar com o nosso filho...
-Por enquanto, isso é como falar comigo... E falar comigo é como falar com ele... -disse com um ar importante.
-Hahaha! Não me parece e tenho provas contra isso... -beijou-me - Isto foi para ti e não para ele... E a conversa era com ele e não contigo...
-Ganhaste... -rendi-me e voltei a beijá-lo.
Ele fez um sorriso atrevido. Nunca tinha visto um sorriso como aquele!
-Que sorriso é esse?
-É o meu sorriso para ti a partir de agora... - forçou o sorriso e eu abracei-o.
Continuamos a caminhar e a contemplar a linda paisagem que caía sobre a cidade de Évora.
-Se for menino... - digo a pensar em nomes que me agradem.
-Que tal... Salvador!
-Gosto! E menina...
-Eu gosto de... Sara! - começou a rir como um totó.
-Não sejas parvo! Nomes que não sejam os nossos... -disse eu.
-Ok... Gosto de Carolina!
-Por acaso também gosto e muito!! - digo entusiasmada.
-Já tinhas pensado em algum?
-Muito sinceramente não... E adorei os que disseste! - digo a sorrir ao de leve.
-Tenho bom gosto... -diz com o ar mais convencido possível.
-Amo-te... -admito.
Eu não disse isto... Eu nunca disse isto! Eu não gosto de mostrar completamente o que sinto!! Eu não posso demonstrar os meus sentimentos... É isso que me faz sempre sofrer!
-Tão bonitos!!! Está grávida, querida? Tenha cuidado porque depois perder peso é muito complicado... Depois de ficar gorda, ele já não quer saber de si... -diz uma velhinha que estava por ali a passar e que, pelos visto, adorou espiar a nossa conversa...
-Mas eu amo-a demasiado para ligar ao aspeto físico... Nunca prestei atenção a essa parte! -piscou o olho à senhora.
-Aproveite, menina... Tem ai um anjo! -disse afastando-se.
-Aqui o único anjo és tu... - diz ele dando-me mais um beijo apaixonado.
Decidimos ir para casa logo depois do por do sol. Quando chegamos fomos para o quarto para deixar a minha tia a vontade, afinal a casa é dela!
Dei-lhe mais um beijo e este revelava mais paixão e desejo que o anterior e assim sucessivamente.
Nós precisavamos um do outro! Precisava daquele beijo nesse momento, precisava de aquela atenção que ele me dava. Eu precisava dele...
Quando a minha tia bateu a porta estavamos numa sessão de longos e intensos beijos, mas claro que paramos nesse momento.
-Entre, tia! -digo.
-O jantar já está! -disse ela com um sorriso querido que, aliás, a acompanhava sempre!
-Vamos então... -disse o Santiago e ela fechou a porta.
Dei-lhe mais um beijo e fomos jantar.
Desta vez, a minha tia fez esparguete à bolonhesa. O melhor que eu já comi e quando acabamos fomos todos dormir.
Eu e o Santiago estavamos estoirados... A viagem, o passeio, as emoções... Tudo naquele dia fora esgotante...
Acordei às cinco da manhã...
-Amor... -digo com uma voz querida.
-Hmmm... -reclama.
-Quero comer bolo de casamento... - digo ainda querida...
-Bolo de casamento?!? -abre os olhos e olha para o relógio que tem na mesinha de cabeceira- Amor... São cinco da manhã! Onde vou arranjar bolo de casamento??
-Não sei... Será que a padaria já abriu?! Podes encomendar um bolo para mim?
-Sara... A pastelaria abre às seis... Se esperares uma hora encomendo os bolos todos que quiseres!
-Está bem... - fiz beicinho. -Estou a fazer beicinho...
-Sara... Pronto! -dá-me um beijo... -Pelo menos estás calada!
-Hey... Eu não me calo tão facilmente...
-Mas eu consigo sempre calar-te! -começamos mais uma sessão de beijos.
Quando olhei de novo para o relógio já eram cinco e meia e o coitadinho do Santiago lâ se preparou para às seis estar à porta da pastelaria...
Malditos desejos! Hahaha ;)

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