O Santiago chegou da pastelaria algum tempo depois sem bolo... Eu quero bolo!
-Querida... Tive que encomendar... Não tinham para venda neste momento!
-Não te preocupes... Vou comer qualquer coisa!
Levanto-me e vou para a cozinha... O que me apetece? Se calhar, bolo.... Mas, ele esforçou-se...
Agarro num iogurte e sento-me na mesa! Que fome!!!
-Estás cheia de fome... -diz com uma voz querida enquanto me dâ um beijo na testa.
-Não sou eu... -digo com uma voz infantil e inocente.
-Eu sei... -passa os braços á volta da cadeira coloca as mãos com cuidado sobre a minha barriga. -É o meu princípe ou a minha princesa...
Eu esbocei um sorriso.
-Sim! É o nosso pequeno...
-Estou tão feliz! -confessou.
-Eu sei... Nunca pensei chegar a este ponto! -comentei.
-Como assim? -perguntou indignado.
-Nunca pensei que fosse possível amar assim alguém... Que uma criança ligasse tanto duas pessoas... Tudo!
-É normal... Tens que pensar que a criança não liga os pais, mas sim, leva-os a acordar para a vida e perceber que se amam, caso contrário não existiriam.
Enquanto estavamos de volta das nossas tão queridas filosofias de vida, a minha tia chegou à cozinha e sorriu.
-Já acordados? -perguntou.
-Sim... A minha menina ficou com desejos... -disse ele com um sorriso.
-Ui... O que lhe apeteceu?
-Bolo de casamento... -dissemos desesperados e em conjunto.
-Hahaha! -exclamou a minha querida tia.
Passado algum tempo recebi uma mensagem da minha mãe a avisar que estavam a caminho da aldeia para nos visitar.
-Amor! Eles vêm a caminho! -avisei o Santiago enquanto morria de felicidade.
-Ótimo! Vou tomar um banho e preparar-me! Eles devem chegar daqui a pouco!
-Não sei... Vou ligar-lhes.
Depois da chamada percebi que me avisaram bem depois de saírem e que estariam lá dentre de trinta minutos.
-Tia, eles chegam dentro de meia hora.
-Vou preparar o almoço!! -disse toda contente enquanto tirava todos os tachos dos velhos armários herdados da minha bisavó.
-Vou por a mesa! -informei.
-Mas ainda são onze horas, Sara! Não me digas que tens fome outra vez!
-Tenho... -fiz beicinho.
-Ainda agora comeste um pacote grande de bolachas sozinha!
-Como eu digo sempre, não tenho culpa!
Começámos as duas a rir e o Santiago apareceu lindo como sempre.
Tinha umas calças clássicas e uma camisa simples.
-Estás lindoo!!! -comentei a babar.
-Obrigado... -disse com um ar muito convencido.
-Meu convencido... Eu acho só que é demais...
-Achas?! Já não tenho tempo de mudar!
Tocaram a campainha e eu fui abrir a porta.
Abracei todos com muita alegria e saudade. Embora eu não admitisse, eu morria de saudades deles.
-Vão ficar quanto tempo? -perguntei interessada.
-Amanhã já voltamos... -disse a Alice com um ar de seca.
Nós sempre adorámos brincar no quintal, no Verão levávamos uma piscina de encher para guardar no carro e depois encher na parte que apanhava mais sol para a água ficar quentinha.
-Que pena... Na segunda vou fazer a primeira ecografia... -disse cabisbaixa.
-Posso ficar?? - perguntou a Alice aos pulinhos.
-Não! Não podes faltar às aulas! -explicou a minha mãe.
-É uma ocasião especial... Ela depois apanha um autocarro e só perde um dia de aulas! -disse o meu pai abraçando a minha mãe carinhosamente.
-Pronto... Mas apanhas o autocarro assim que acabar a consulta! -pega no telemóvel.- Vou falar com a tua diretora de turma para ver se há problema. -piscou o olho e foi para dentro de casa.
Eu abracei a Alice.
-Que sorte... Vais vêr já o prícipe... -sorri.
O Santiago chegou e abraçou-me por trás.
-Olá! -disse cumprimentando a Alice.
-Olá, Santiago! Depois preciso de falar contigo, ok?
-Claro... Porque não falamos agora? -perguntou-lhe.
-Porque prefiro que seja a sós.
-Por mim podem falar que eu saio! -afirmei
-Não, Sara. Depois eu falo com ele.
Todos confirmámos e fomos para dentro de casa. Que cheirinho a comida da minha tia... Maravilhoso!
Comemos e fomos todos passear pela aldeia.
Eu desconhecia a existência ds uma pequena travessa com o meu apelido... Dizem que se deve ao facto de todas aauelas casas terem pertencido a membros da família. Afinal, tudo o que me pertencia em termos familiares era desconhecido e eu não me arrependo por um segundo em ter decidido viver cá!
Depois levei os meus pais e a minha prima ao terreno que comprámos e as obras já tinham começado. Eu já sabia que os primeiros passos seriam rápidos e que numa semana estaria a casa de pé, mas depois os acabamentos iam demorar muito mais e a decoração pode demorar meses...
Eu não queria uma casa de luxo. Queria apenas um espaço acolhedor para criar o meu filho e viver feluz com o Santiago. Queria ter privacidade porque viver na casa de uma tia, por mais querida que ela seja, não é a melhor situação.
Se tudo correr bem, quando o meu amor nascer, já tem um quarto só para ele pronto a usar!
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O Primeiro Amor
RomanceSara é uma rapariga de 19 anos que pensa ter encontrado a felicidade na sua popularidade, namorando com Miguel, um grande traidor! Decide então criar um plano com um amigo, o Santiago. Depois de se apaixonar e estar feliz com o Santiago e com a sua...