O Primeiro Amor

Capítulo 31

Nunca me senti tão irritada com o Santiago! Só queria atenção, mimo e o que ele me dava em troca? Discussões, guerrilhas estúpidas!
Eu sei que tenho que ter paciencia, mas o meu pai acabou de morrer e o pior que me podem pedir e para ter Calma e paciência!
Esta atitude dele deu-me uma vontade imensa de lhe fazer ciúmes, mas já percebi como acabam sempre esses meus planos idiotas...
De repente lembro-me de como comecei com o Santiago e esqueço completamente a ideia de fazer ciúmes.
Começo a chorar ainda mais e vou para perto da minha mãe, mas quando estou a caminho da sala onde ela está reparo que o Santiago e o Miguel estão à porrada... Bonito!
Como duas criancinhas... Agora tenho que ser eu a separa-los... Eu tenho mais que fazer do que andar a separar dois homens com uma mente infantil...
-Acabou!! O que e que vocês pensam que estão a fazer?! -cheguei perto da luta.
-Este gajo mete-me nervos!!! -diz o Santiago e da um soco ao Miguel.
-E tu?! Ela tem direito a ter amigos que não lhe dão o que ela precisa!
-Meninos!! Por favor, parem!!
Continuaram... Não há nada a fazer!
-ACABOU!!! ESTOU SEM PACIÊNCIA!! VÃO-SE LIXAR!!
E sai de perto deles continuando o meu caminho para perto da minha mãe.
Porque e que ele e tão ciumento?! Sou amiga do Miguel! Não devia haver problemas com isso!!
-Então, mãe? Como te sentes?
-Destroçada... O amor da minha vida... Foi-se... -continuou a chorar, mas desta vez abraçada a mim.
-Oh mãe... - não sabia o que havia de dizer...
-Tia... Eu estou aqui! -a Alice também se aproxima de nós.
-Ves, mãe? Nunca Vais ficar sózinha! Tens um monte de pessoas que te adoram perto de ti!
-Mas eu preciso do teu pai...
-Todos precisamos...
-O tio esta a descansar em paz...
Dava para perceber que embora a Alice se estivesse a conter, não estava nada bem.
Sai da sala e fui ter com os rapazes que entretanto se acalmaram.
-Santiago, Vais com a Teresa para casa, por favor?
-Mas eu não consigo ficar sózinho com ela!
-Consegues sim! Vai para casa! -disse furiosa.
-E tu?
-Fico com a minha mãe como e obvio!
-Não precisas de te preocupar que ela não vai para minha casa... -o Miguel interveio.
-Miguel... -fiz uma cara de desespero.
-Então eu vou... -disse o Santiago.- Vê se ficas longe dela... -disse em tom de ameaça para o Miguel.
-Obrigada... -agradeci completamente desesperada.
Ele saiu e eu abracei o Miguel ainda a chorar.
-Vai ficar tudo bem... -disse docemente ao meu ouvido enquanto me fazia festinhas no meu longo cabelo loiro.
-Obrigada... -agradeci-lhe.
-Não te preocupes com nada agora... Esquece tudo. Eu sei que não e nada fácil!
Levantei a cabeça do ombro dele e vi que o Santiago estava com os olhos a brilhar da fúria e veio a correr ter connosco.
-Eu disse para ficares longe!! -disse empurrando o Miguel.
-Santiago, vai embora!!!
-Eu só lhe estou a fazer companhia! -disse o Miguel.
-Eu também vou ficar! -disse o Santiago.
-Não não Vais! Eu preciso de um tempo longe de ti!
-E eu tenho que levar a Teresa?! Eu?!
-Posso ficar com ela... Não me parece o melhor ambiente, mas posso!
-Otimo! -pousou o casca de ovo onde ela estava a dormir descansada perto de mim e foi-se embora.
-Como...? -pergunto arrasada.
-Ignora... -diz o Miguel.
-E agora?
-Eu ajudo no que precisares...
-Obrigada por tudo! Não sei como te agradecer!
-Não tens... E o meu pedido de desculpas pelo que te fiz no passado...
-Isso já passou, Miguel...
A Teresa acorda e fica a olhar para nos.
-Tão linda! Posso pegar?
-Claro! -tirei-a do casca de ovo e passei-a para o colo do Miguel que ficou todo feliz por te-la nos braços.
-Tens tanto jeito! -comentei.
-É um sonhos de infância... Ser pai! Deve ser maravilhoso.
-É complicado, mas compensa. E uma grande aventura. Um teste ao amor, a confiança nos outros e aos nossos sentimentos... E impossível descrever aquilo que sinto quando a tenho ao colo... Não da mesmo! E uma sensação de conforto, de responsabilidade...
-Desculpa-me...
-Porquê?
-Por ter sido um idiota... Eu nunca te devia ter traído... Podíamos estar juntos neste momento e não estamos porque eu sou o maior idiota de todos os tempos...
-Não, Miguel... Se não estamos juntos não e só por ti. Tu sabias que aquela não era a relação ideal... Era feita a base de popularidade!
-Mas eu arrependo-me... E que eu amo-te, Sara...
O meu coração gelou ao ouvir aquelas palavras.
O quê?! Eu não podia estar a ouvir aquilo...
Ele não podia ainda sentir alguma coisa por mim! Era impossível...
-Desculpa, eu não consigo neste momento.
Levantei-me e afastei-me dele.
Eu não estava pronta para decidir o que quer que fosse. Só queria chorar...