Capítulo 22

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Será possível... Espero pelo resultado ansiosamente... Espero que isto seja apenas um pesadelo...
Teria tudo arruinado! Eu seria obrigada a voltar para casa e contar ao Santiago... Eu que estava a fazer de tudo para nunca mais me cruzar com aquele inútil!
Até que a minha vida ruiu... Deu positivo... Eu estou grávida do Santiago... Isto só pode ser uma brincadeira...
Saio da casa de banho já a chorar e a minha tia nem faz perguntas, apenas me abraça. Acho que o instinto a fez adivinhar aquele maldito resultado.
Eu tinha um plano para seguir... Vou até ao Porto e vou convencer o Santiago a deixar-me abortar! Eu ainda vou a tempo de remediar o meu erro...
Expliquei isso á minha tia e ela disse que achava que era uma boa ideia.
Então, ainda no mesmo dia preparei a mochila e a minha tia fez questão de me mandar levar o carro do meu tio e ficar com ele. Não era o carro mais moderno, mas era confortável e estava no melhor estado imaginável!
Quando cheguei ao Porto, todos estranharam a minha presença, mas não falei com os meus pais sobre a notícia de estarem prestes a ser avós...
Apenas sai de casa e fui direta a casa do Santiago... Ele abriu logo a porta, ainda estava de pijama e olhou para mim com uma cara indecifrável.
-Sara, o que fazes aqui ao fim de um mês? -disse rígido.
-Preciso de falar contigo... A sós.
Ele acentiu e mandou-me entrar. Sentei-me na cama dele e comecei a falar.
-Eu fugi de casa... Queria estar essencialmente longe de ti. O problema é que... Hoje descobri... Que estou grávida...
-Tu estás o quê?? -parecia que tinha acabado de acordar para a vida.
-Sim, Santiago... Vais ser pai. -deixei cair uma lágrimas...
-Tem calma. Vai correr tudo bem. Eu estou aqui contigo para criar o nosso filho... -sorriu enquanto enxugava as minhas lágrimas e me envolvia num abraço que apresentava um misto de emoções.
Eu própria não estava à espera daquela reação.
-Mas eu quero abortar... -disse eu a soluçar.
-Nem pensar, anjo! É o nosso bebé e eu vou estar lá para te ajudar... Já te disse que vos amo? -disse com o sorriso mais doce que alguma vez vi.
-Ao pequeno ainda não... -sorri no meio das lágrimas que escorriam no meu rosto.
-Bebeste recentemente? -perguntou doce e preocupado enquanto me arranjava os cabelos loiros no meio de um abraço.
-Não!
-Descobriste mesmo hoje? -perguntou desconfiado, mas sempre doce e com alegria na voz.
-Sim... Eu quis contar-te logo!
-Quem sabe? -continuou o interrogatório que eu compreendo.
-A minha tia com quem estive este tempo todo.
-Só ela? E os teus pais? -perguntou.
-Não sabem de nada e eu quero voltar para a aldeia...
Assim que digo aquilo, ele afasta-se de mim e remexe numas gavetas e finalmente diz:
-Então nesse caso, vamos criar o nosso menino na aldeia!
-A sério?
-Claro, meu anjo! Eu quero criar o nosso menino, mas tamvém quero que sejas feliz!
-Obrigada!
Cheguei perto dele e beijei-o. Eu precisava daquele beijo. Parecia que as nossas vidas dependiam desse momento...
Alguém entrou em casa. Era a mãe dele! Eu finalmente a ia conhecer...
-Olá! -disse ela. -Tu é que és a Sara?
-Sou... -deu-me logo dois beijinhos como se me conhecesse há anos!
-Finalmente te conheci! Ele fala muito em ti! -sorri para o Santiago- Pelo que sei andas desaparecida... A que se deve, querida?
-Nada de especial...
-Vamos viver juntos. -explicou o Santiago.
-Uau! Pelo que sei não estavam muito bem... -disse a senhora.
-Sim, mas eu estou grávida... -acrescentei.
-Grávida?!?- a senhora quase se engasgou.
-Sim... Foi um acidente. -expliquei.
-Calma ... Nâo estou a insultar, querida! Só fiquei surpreendida! Já vou ser avó? -sorri.
-Que idade tem? -perguntei.
-Tenho 35... Fui mãe aos 16... E o Santiago tem agora os 19...
-Você é muito nova!! Ainda podia ter um filho!!
-Não me parece... -disse com um ar infeliz.
-Mãe, não desanimes... Nem todos os homens são como o pai que te deixou!
Ok... O que fazer numa destas situações? Apanhada pela mãe do namorado aos beijos e ainda ficar nesta situação constrangedora...
-Eu já não tenho hipóteses de ser feliz... Só quero ver o meu filho feliz e a tratar do filho dele como o meu ex-marido o devia ter tratado... - deixou escorrer uma lágrima pelo seu rosto.
-Tenha calma... O seu filho vai ser um excelente pai!- disse calmamente.
-Eu sei que sim... Bem, não vos quero atrasar! -foi para o quarto dela e fechou a porta deixando-nos a sós.
-Bem, anjo... Eu tenho tudo o que preciso. -disse fechando a mochila.
-Então vamos? -perguntei entusiasmada.
-Não sem passares em casa dos teus pais... Tens de falar com eles!
-Não, Santiago... -expliquei.
-Sim, amor... -disse querido...
Depois tocou na minha barriga e sorriu:
-O pequeno quer ir a casa dos avós! -disse ele enquanto apresentava um sorriso babado.
-Está bem... Só por vocês... -desisti.
Fomos até casa dos meus pais e todos me abraçaram a pensar que tinha voltado definitivamente.
-Eu só vim dizer que vou viver lá na aldeia...
-Vais o quê?- perguntaram todos em coro.
-Vou viver com o Santiago e com... O vosso -engoli em seco para tomar coragem. - Neto...
-Neto?!?!?! -berrou a minha mãe.
-Eu... Estou grávida. -expliquei.
-Sara, existe proteção contra bebés! Não sabes disso??? -o meu pai endoideceu.
-Sei pai... Foi um acidente... Uma bebedeira, provavelmente... -disse cabisbaixa.
-Sara... Isso é ótimo! Pelo menos juntaram-se! -disse a Alice quando acabou de absorver as notícias.
-Tenho que ir. O Santiago está no carro à minha espera.
Todos me abraçaram e prometeram visitar nas proximidades.
Assim nos atiramos para a estrada. Ficou combinado ficar em casa da minha tia até a casa que queremos estar pronta. Isto é, tratamos de comprar um terreno para construir uma casa perfeita para nós! Não podia estar mais feliz neste momento! É tudo perfeito!

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