— BOM DIA, MINHA FRÔ! – Izzy entrou quase arrebentando a porta do quarto de Kaya. – JÁ SÃO ONZE DA MANHÃ E O DIA ESTÁ LINDO!
Kaya sentou na cama e olhou a prima, que estava já com suas roupas de banho:
— Por que não vamos à praia e já almoçamos por lá? Imagino que sua dor-de-cabeça tenha passado, você nem tomou o comprimido...
— Ok Izzy, eu vou me trocar. – Kaya se levantou.
— É bom você aproveitar as férias. O ano letivo no Elite Way é muito puxado.
— Imagino. – Kaya tirava o biquíni da gaveta e já começava a arrumar sua bolsa de praia. – Não é à toa que ganha destaque.
— Isso. Agora, vou te esperar lá embaixo. Os meninos e a Mely estão te esperando.
— O Mike vai? – Kaya perguntou.
— Claro, por quê? Hmm, altas biças neste quarto, né Kaylee Foxen?
— Francamente, Izzy! Que nojo! Aquele garoto é um porre!
— Esqueceu que... O ódio e o amor formam um casal?
— Não acho. – Kaya aplicou protetor solar no rosto. – Licença. – Entrou no banheiro e colocou seu biquíni.
Assim que saiu, Izzy continuou:
— Só quero ver... Vamos! – Izzy puxou Kaya.
Ambas desceram as escadas e só encontraram Mely:
— Mely, amoré! Cadê os meninos? – Izzy indagou, ao encontrar a sala vazia.
— Foram na frente.
— Argh. – Izzy revirou seus olhos azuis.
No caminho para a praia, Izzy apresentou Mely à Kaya:
— Kaya, essa é a Melyrune. Mely, essa é a Kaylee. Kaya, chame a Melyrune de Mely. Mely, chame a Kaylee de Kaya. – As três riram.
Ambas se cumprimentaram:
— Como andam as coisas com o Jack? – Izzy virou-se para Mely.
— Izzy... Você sabe muito bem que ele é só meu amigo. – Mely disse, acanhada.
— Uhm Uhm! Melhor amigo. – Corrigiu.
— Exato! Igual você e o Mike! E vocês nunca tiveram nada.
— Mely... Eu acho que há coisas que são pra ser e outras que não são.
— Não brinca, vai me dizer que agora lê mãos e adivinha a sorte? – Mely ironizou.
— Não. Eu tenho apenas uma boa intuição.
— Shh. – Mely calou a amiga.Enquanto isso, os meninos já tinham pedido algo para comer:
— Olha quem vem lá. – Max apontou para as garotas com o queixo.
Mike manteve seus olhos fixos em Kaya. Analisou seu corpo de cima a baixo: desde seus seios fartos até seus pezinhos:
— Ela sabe que é bonita e gostosa, né? – Mike perguntou sem tirar os olhos da menina.
— Eu acho que alguém 'tá de olho na Kaya, hein? – Max brincou.
Jack não tirava os olhos do mar:
— Não vai olhar sua "crusha"? – Max cutucou o moreno.
— Quem? – Jack perguntou.
— A Mely, ué. Quem mais? – Max debochou.
— Pelo amor de Deus. – Jack revirou os olhos.
— Oi meninos-com-fogo-no-cu que não conseguem esperar alguns minutinhos. – Izzy se sentou. – Hm, quê isso? – Ela apontou para a bandeja apoiada na pequena mesinha.
— É peixe frito. – Max pegou um petisco e passou para a namorada.
Logo, todos comiam, exceto Mely. Kaya olhou para os olhos mel da garota e perguntou:
— Você não vai comer, Mely?
— Não, isso engorda. – Ela voltou seus olhos para o quebrar das ondas.
— Ah, mas a gente pode! Olha seu corpo, mulher! Vai precisar comer umas três bandejas dessas pra engordar.
— 'Tá, só um! – Ela não resistiu. – Hm... Que negócio bom!
— É, eu sei. – Jack caçoou.
— Agora eu vou correr. – Mely disse.
— Mas você não quer ficar aqui e... – Mike começou.
— Não, vou queimar as calorias disso aí e eu já volto. – Ela interrompeu Mike e foi correr.
— Ela é meio doida com esse negócio de estética. – Jack olhou a garota se distanciar.
— Sempre a achei muito magrinha, mas acho que é o metabolismo dela. – Izzy comentou.
Depois de conversarem, Max pegou a prancha de surf e estendeu a mão para a namorada:
— Vem, vou te ensinar a surfar, como me pediu.
— Yay! – Os dois foram para o mar.
— Bom, eu vou pegar umas ondas também. – Jack pegou a prancha.
Logo, Mike e Kaya estavam a sós:
— Olha, eu sei que a gente começou com o pé esquerdo, não acha melhor começarmos de novo? – Mike perguntou.
Kaya suspirou e olhou para cima, levemente irritada:
— E por que eu faria isso?
— Porque se a gente se odiar, vamos ter que nos aturar por um longo tempo e acho que não é isso que queremos para a nossa sanidade mental e psicológica. E você implica demais comigo!
— 'Tá. Trégua. – Kaya desistiu e Mike sorriu, vitorioso.
— E aí, como se sente ao passar a virada e o Natal sem a sua família? – Mike deitou na areia.
— Incompleta. Mas sei que o sacrifício vai valer a pena.
— Fala a verdade: não é isso que mais te aflige, é aquele Marcus lá.
Kaya olhou para Mike, espantada:
— Como sabe?
— Olha, digamos que você disse isso na noite de Natal, enquanto estávamos olhando para a piscina.
— Ah, sim... Agora me lembrei.
— Não tem hobbies?
— Isso é um interrogatório?
— Eu chamo isso de: "nos conhecermos melhor".
Kaya sorriu e Mike sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha:
— Ah, eu toco e canto. Raramente eu componho. Mas uma coisa que eu realmente levo a sério é a patinação no gelo.
— Que interessante. Você caía muito nas primeiras aulas?
Kaya gargalhou ao lembrar das primeiras aulas:
— É claro. Acho que é natural também. Afinal, conseguimos o que queremos com muito esforço e treino. Mas me conta sobre a escola.
— Hm... A gente estuda muito, mas tem muita festa pra compensar. Sem contar as nossas saídas no fim-de-semana. Acho que tudo fica bem equilibrado.
— Entendo...
— Vai fazer dezessete ou dezoito esse ano?
— Dezessete.
— Você é menor de idade e bebe! – Mike fingiu estar assustado e Kaya riu.
— Sei meus limites e o senhor também bebe! Imagino que seja menor de idade também.
— Vou fazer dezoito, linda. – Kaya corou com o apelidinho.
— E daí? Enquanto tiver dezessete, ainda é menor de idade. – Kaya disse e Mike riu. – Dezoito anos também!
— Você não é tão chatinha e mimada quanto eu pensava.
— E você não é tão desprezível e chato quanto eu pensava.
Ambos riram e ficaram se encarando. O tempo parecia ficar mais lento. Até que Mely apareceu:
— Oi gente, perdi muita coisa?
— Não, todos foram surfar. – Kaya deitou.
Mely olhou para o mar e viu Izzy caindo da prancha e Max rindo dela, e Jack se engraçar com uma garota qualquer. Sentiu uma pontada de ciúme, mas não demonstraria:
— É, ele aprendeu comigo. – Mike se gabou.
— Ew. – Kaya revirou os olhos.
— O quê?
— Você é do tipinho "colecionador". Pior laia. Eca.
— Não. Quando eu realmente gosto, eu corro atrás. – Mike argumentou.
— Mas isso não lhe dá o direito de tratar outras garotas como bem entender. Você tem que crescer. Não é à toa que dizem que as meninas amadurecem antes. E não me venha dizer que é implicância, você sabe que é verdade. – Kaylee se levantou e foi em direção ao mar.
— Ela tem razão, Mike. É bom você mudar agora, senão, quando você amadurecer e quiser uma namorada, alguém pra ter um compromisso sério, ninguém vai querer te assumir. Afinal, é difícil confiar numa pessoa que pega várias em cada canto. – Mely foi até o bar pedir uma água.
O que as garotas disseram ficou latejando na cabeça de Mike. Afinal, o que tinha de tão ruim numa simples brincadeira?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Oceans
Teen Fiction"Era loucura, mas eu tinha passado naquela prova. Ia ingressar naquela escola. O problema era: deixar tudo que construí aqui, em Monterrey, pra trás. Mas eu juro que não esperava conhecer alguém que fosse mexer comigo de forma absurda... E eu conhec...