Oceans

Elite Way School

— H-O-N-E-Y! – Izzy soletrou e entrou no quarto de Kaya. – Levanta, o sol amanheceu e a gente tem que ir pra escola.
— Argh. – Kaya revirou os olhos. – Internato é um cu.
Kaya vestiu uma roupa qualquer, pegou sua mala e entrou no carro de Izzy:
— Quando chegarmos, vamos pegar seu uniforme e vamos pro nosso quarto, ok?
— Ok. – Kaya bocejou.
Quando desceram do carro, Kaya olhou à sua volta. O colégio era gigante, parecia mais um resort. Enquanto passava com Izzy, todos a cumprimentavam:
— Você é a mais-mais da escola? – Kaya perguntou.
— Não, eu só conheço todo mundo porque faço um bazar beneficente todo ano.
— Como é que é? – Por quanto tempo Kaya tinha dormido?
— É que como meus pais trabalham com moda, eu recebo muita roupa. Daí também várias agências de maquiagem me contrataram e eu tenho parceria com elas. Ou seja, eu recebo muita coisa e, o que eu não gosto ou não uso mais, eu vendo aqui para as meninas. Mas como você é praticamente minha irmã, eu separei umas coisinhas especiais pra você...
— Izzy... Você é admirável. – Kaya sorriu.
— É, eu sei, agora vamos logo, quero que você e a Mely fiquem no meu quarto.
— Ok. – Kaya sorriu.

— Duzentos e noventa e nove, trezentos. Acabei! – Mike gritou ao terminar os abdominais. – Aí, sabe se as meninas já chegaram? – Mike perguntou para Max, que colocava as coisas no armário.
— Devem estar no quarto delas, por quê?
— Nada não. – Mike começou a arrumar suas coisas também.
— Você mente mal, Mike. Geral viu você e a Kaya ontem conversando muito. – Jack sorriu.
— Ela já tem um cara com ela. – Mike respondeu sem olhar os amigos.
— E você acha mesmo que um negócio desses dura? Eles nem namoram. – Max bateu no ombro do amigo.
— Ah, ela é bonita, mas não tenho interesse. Só pra pegar e acabou. – Mentiu.
— Se a Izzy descobre as bostas que você fala, ela te castra. – Jack riu.
Mike sabia que estava mentindo. Sabia que já estava sentindo que, se ele quisesse, ele poderia começar a gostar de Kaya. Ela era o que ele sempre quis. O tipo de menina que ele procurava.
— A vida tem dessas. – Mike riu.

Todas as meninas arrumaram suas coisas e sentaram-se todas na cama de Izzy para conversar:
— Kaya... Em todo começo de ano letivo, temos uma festa pra início das aulas e uma viagem para os alunos se conhecerem melhor. – Mely pintava as unhas.
— E quando é a festa? – Kaya perguntou.
— Amanhã mesmo. – Izzy respondeu, da penteadeira. – Eu sempre faço um discurso e danço com meu grupo de dança. Relaxa, você vai entrar rapidinho, não vou nem fazer você passar por seleção. A Mely entrou assim.
— Mas isso não é justo! – Kaya protestou.
— Quem manda naquela porra toda sou eu. – A loira deixou a escova na penteadeira.
Kaya riu.

Os meninos estavam comendo na lanchonete e avistaram Mely:
— Por que a senhorita está sozinha? – Mike perguntou.
— Kaya e Izzy estão arrumando as coisas pra aquele bazar beneficente da Izzy e eu 'to entregando os convites. – Sorriu.
— A garota não perde tempo. – Mike riu.
Melyrune foi desaparecendo dentre as pessoas e Jack continuou olhando a menina:
— Ai. – Mike deu um soco no ombro de Jack. – O que foi?
— Ela é bonitinha, por que não fica com ela? Acho que ela faz seu tipo. – Mike comentou.
— Ela é só minha melhor amiga...
— Pelo menos admite que você ficaria com ela. – Max sorriu.
— Uhum, ela é bonita e legal.
— ENTÃO, PORRA. – Mike bateu na mesa e Jack riu.
— Sei lá...

— Ok... Escolham o que querem antes das outras meninas chegarem. – Izzy apressou Kaya e Mely.
As duas assentiram e pegaram o que queriam. Quando as outras meninas chegaram, as coisas acabaram rápido e Izzy se sentiu feliz por conseguir vender tudo:
— Foi melhor do que no ano passado. – Izzy subiu para o segundo andar do quarto com as garotas. – Eu nem sei o que vou usar amanhã. – A garota se jogou no pufe. – Mas a gente vai ver isso agora!
As três riram sozinhas. Kaya sente o celular vibrar e vê o nome de Marcus no identificador. Sorri. Os dois conversaram e sorriam durante algumas partes da conversa.

— Agora que você acabou de conversar com seu namoradinho, queria dizer que: eu que vou arrumar vocês amanhã. – Izzy foi para o banheiro. – E eu vou à piscina. Quem vem comigo?
Mely e Kaya concordaram e foram vestir seus biquínis.

Mike estava deitado em sua cama, jogando sua almofada com formato de bola de basquete pra cima:
— Cara, você 'tá muito quieto. – Max jogou uma almofada no amigo.
— Eu sou quieto. – Mike rebateu.
— Não, você 'tá pensando em alguém.
Mike olhou para o amigo. Como conseguia adivinhar seus pensamentos?
— Não. – Mike riu. – Vai à festa amanhã?
— Uhum. – Max arrumou os cabelos com os dedos.
— Entendi.
— Vai biçar a Kaya?
Mike riu baixinho:
— Ela 'tá ficando com um nego de Monterrey, já disse. E parece retardada quando fala dele.
— Você aparenta estar com ciúme.
— Porra, eu nem conheço a garota.
Max riu:
— Ela tem bons argumentos.
— E bons peitos.
— Se Mely estivesse aqui, ela já gritava: "NÃO 'OBJETIFIQUE' O CORPO DA MULHER!". – Max comentou.
— Ela 'tá certa, de certa forma. Vou dar um mergulho. – Mike pegou um calção. – Quer vir?
— Uhum. Jack, por que não vem com a gente?
— Ok. – Jack assentiu.

— Olha, temos companhia. – Mely comentou com as amigas ao ver os meninos.
Izzy correu para os braços de Max e Kaya pulou na água. Mike, sem pensar, a abraçou pelas costas e a menina sentiu o coração acelerar. Olhou para Mike, que estava corado e se soltou de seus braços, sorrindo timidamente:
— Ã... O que foi isso...? – Kaya riu.
— Um abraço de urso. Puta merda, que bosta. – Mike riu e Kaya o acompanhou. – Você... Vai à festa amanhã?
Kaya assentiu, sorrindo:
— Entendi. – Mike sorriu.
Ambos foram para a borda, perto do bar dentro da piscina. Kaya o cutucou:
— Pra onde vamos nessa viagem?
— A gente vai sempre pra um resort do colégio. Dizem que é pra "a gente conhecer novas pessoas", mas os grupos sempre continuam os mesmos. – Mike riu.

"Ele tem um puta sorriso gostoso." – Kaya pensou.

— Podia trazer o violão? – Kaya perguntou. – É que eu trouxe o meu.
— Uhum. Eu trouxe minha guitarra e meu amplificador dessa vez. O violão eu trago sempre. – Mike sorriu.
— POSSO VER? – Kaya deu um largo sorriso.
— Claro. – Mike riu. – Você é legal.
— Você também. Acho que começamos com o pé esquerdo.
— Confesso que achei você estressadinha no começo. – Mike riu.
— Eu achei que você fosse um daqueles babacas riquinhos. – Kaya riu.
— Nos enganamos.
— É... – Kaya sorriu, timidamente.
— Vem cá, você namora aquele cara?
Kaya estranhou a pergunta:
— Não... Só 'to ficando.
— Entendi. – Mike sorriu. – É que você fica boba quando fala dele.
— Hey! – Kaya gargalhou e corou.
Mike acabou rindo da cara da garota:
— Bom, eu vou tocar um pouco. Por que a gente não se encontra hoje? Tipo, umas seis. A gente fica tocando música naquelas redes lá, que ficam naqueles lugares com telhado, não sei explicar direito. Pergunte para Izzy, ela vai saber direitinho.
— Pode ser. – Kaya sorriu da falta de jeito do menino.
— Tchau, até mais tarde. – Mike beijou a bochecha da menina e seus olhos verdes se arregalaram instantaneamente.

— Legal! – Mike comemorou sozinho ao chegar no quarto. – Ah, vocês estão aqui...
Jack e Max trocaram um olhar cúmplice:
— Você 'tava conversando com a Kaya! – Jack jogou uma almofada no amigo.
— Ah, vão se foder. – Mike riu e subiu para o banheiro.