Lights Out.

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— Ai, é hoje. – Kaya balançava sua mãozinha constantemente, enquanto o cabeleireiro escovava seus cabelos e ela falava com Mely pelo celular.
— Não sei porquê você 'tá nervosa. Já 'tá acostumada com isso e você ensaiou, não ensaiou? – Mely disse, do outro lado da linha.
— Sim, mas tipo, eu vou estar num ringue de patinação, com um holofote em cima de mim e todos me olhando. Não esperava fazer solo. Não tão cedo.
— Escute: Não pense sobre isso, vai dar tudo certo.
Kaylee observou a colega de patinação se aproximar e despediu-se da amiga:
— Preciso desligar. Até mais tarde!
— Pronta? – Alice olhou a menina com seus profundos olhos castanhos.
— Um pouco nervosa. – Kaya confessou.
Alice revirou os olhos, impaciente, e saiu, jogando suas longas madeixas douradas.

— Flores? Que clichê. – Mike debochou.
— Kaya ficaria feliz. Eu juro. – Mely sugeriu.
— É, eu acho que vou comprar rosas, sim.
— Eu sempre tenho razão.
Mike revirou os olhos.

Tem que ser hoje, você não entende?! – A menina rugia.
— Eu vou fazer o meu melhor. – O menino pegou o Calibre-32 para checar a munição.
— Ótimo. Rápido e eficiente. – A menina sorriu.
A única iluminação presente no local era da luz da lua, que passava pelos buracos da madeira apodrecida da casa. Uma cabana abandonada no meio do nada.

Kaya estava na coxia, já em cima de seus patins. O ringue estava bem iluminado com luzes em tonalidades frias, bem agradável. A única coisa visível aos olhos verdes da menina era o ringue. Kaylee estremeceu. Olhou para trás e encarou sua imagem no espelho: os cabelos presos em uma trança como a personagem Elsa, de Frozen, o colant azul e brilhante, justo, destacando suas curvas generosas; a meia-calça e, por fim, os patins. A maquiagem era idêntica à personagem Elsa. Logo, o terceiro sinal apitou, indicando que Kaya deveria dirigir-se ao ringue.
Luzes apagaram. Deslizou sobre o gelo e posicionou-se. Ouviu os primeiros acordes e começou a patinar. Logo, a plateia ia à loucura, aplaudindo seus saltos e piruetas.

— Como vou saber quem é? – Sussurrou pelo telefone.
— Ela sai pelos fundos! Uma loira! Não dá pra errar! – A menina rosnou.
— Tudo bem. – O menino checou a arma mais uma vez.

— Parabéns! – Alice cumprimentou Kaya, que tremia.
— Eu não caí, nada! – Kaya dizia, feliz da vida.
— Isso é incrível. Você merece. – Alice a abraçou.
— Alice, obrigada por me apoiar. Eu vou sair com uns amigos depois de me trocar, por que não vai com a gente? – Kaya convidou a amiga, que abaixou o olhar.
— Preciso resolver algumas coisas. Talvez outro dia, sim?
Kaya sorriu e assentiu, dirigindo-se ao camarim.
A menina colocou um vestidinho lilás bem confortável e sandálias pretas. Soltou os cabelos e os prendeu em um coque mal-feito. Removeu toda a maquiagem e guardou seus pertences em sua bolsa. Estava ansiosa para receber os amigos. Desceu as escadas às pressas e correu ao encontro de seu grupo, quando sentiu alguém lhe agarrar a cintura e a rodopiar no ar, lhe dando um buquê de rosas em seguida:
— Parabéns, minha Elsa. – Mike beijou a menina, que gargalhou.
— Obrigada, meu Jack Frost! – Acarinhou os cabelos louros do menino.
Todos os amigos cumprimentaram a amiga e saíram pelos fundos, entrando no Audi-A8 de Mike em seguida. Kaya encostou sua cabeça na janela e estranhou o silêncio no estacionamento. Dia de apresentação e tudo estava ermo de tal maneira? Até que uma roda de pessoas cercava algo invisível aos olhos dos jovens. A única coisa que conseguiram ver foi um rastro de sangue:
— Ai, meu Deus. – Kaya chocou-se com a cena. – Fiquem no carro. – Advertiu e saiu.
Mike fora o único desobediente:
— Pare de querer fazer tudo sozinha. – Disse, segurando-a pelo pulso.
Kaya ia rebater, mas se conteve, puxando o menino consigo. Empurrou as pessoas e viu o corpo ensanguentado de Alice no chão. Arregalou seus olhos verdes e os joelhos cederam. Se pôs a chorar:
— Alice... – Disse, com a voz falha. – Liguem para uma ambulância! – Esperneou.

Kaya's P.O.V Mode = ON
Aquela noite tinha tudo para ser maravilhosa. Tudo. Mas cancelamos o passeio e eu nem pude ver Alice ainda. Eu estava no Audi de Mike ainda, esperando Izzy me dar alguma resposta:
— Hey... – Ela sussurrou. – Meus pais já estão cientes do que aconteceu. Passe a noite com Mike, vai ser o melhor para você.
Juntei todas as minhas forças e sorri. Mike abraçou Izzy e acelerou o carro. Um silêncio atordoante pairava pelo ar:
— Eu sinto muito. – Mike quebrou o silêncio. – Mas nós vamos descobrir quem foi, pode ter certeza. A polícia já começou as buscas.
— É ótimo. – Eu disse, breve.
Logo, chegamos e eu saí do carro, ainda em choque pela cena perturbadora que tive de minha amiga. Sem aguentar, me pus a chorar novamente, sendo abraçada por Mike em seguida.
A casa estava escura, provavelmente, todos já dormiam. A apresentação terminou tarde, já era de se esperar. Mas me deparei com um par de olhos azuis confusos, que provavelmente, estavam presos nos meus olhos verdes inchados de chorar. Sophie:
— Pode emprestar um pijama pra ela? – Mike referiu-se a ela, que saiu em disparada para o seu quarto.
Logo, ela estava de volta com um pijama e eu aleguei que já tinha uma lingerie comigo. Virei-me para os dois depois de agradecer e comecei subir as escadas com Mike em meu encalço:
— Hey. – Entramos no quarto e Mike quebrou o silêncio. Virei-me para ele para escutá-lo, mas ele apenas se aproximou e pousou sua mão na minha, beijando meu pescoço e subindo para meu rosto, fazendo com que eu fechasse os olhos:
— Use a banheira. Os sais estão no armário. Se eu puder ir com você, vai ser ótimo. – Ele sussurrou.
E aquilo, por mais idiota que tenha sido, me fez sorrir e rir baixo:
— Tudo bem.
Naquela noite, deixaria que Mike transbordasse carinho e eu aproveitaria cada segundo ao seu lado. Eu estava precisando daquilo.
E assim foi feito. Me dirigi ao banheiro e escutei o trinco da porta fazer um barulho. Trancados. A suíte de Mike era ótima: o banheiro bem decorado, a jacuzzi encontrava-se centralizada, enquanto o chuveiro encontrava-se no canto do banheiro, assim como a pia e o vaso sanitário. Espelhos de diferentes formas distribuíam-se pelo cômodo. Mike apagou a luz mais forte, deixando apenas as luzes mais fracas, resultando em uma iluminação incrivelmente aconchegante. Logo, senti seus dedos deslizarem pelos meus braços, me causando arrepios. Meus cabelos foram soltos, e caíam em meus ombros delicados. O zíper do meu vestido se abriu e eu mesma tirei meus sapatos. Logo, estava apenas com minha lingerie branca. Estava tímida, não vou mentir. Virei-me lentamente para Mike, que já estava de boxer e não consegui conter minhas bochechas rosadas.
Ele pousou uma mão em minha cintura, apertando-a de leve, enquanto beijava meu pescoço. Sua mão livre foi para um de meus seios. Arfei e o senti sorrir. Logo, meu sutiã já fazia parte do chão de mármore. Os olhos de Mike pareciam brilhar ao verem meus seios expostos. Virei-me para ligar a jacuzzi. Logo, o único barulho audível naquele banheiro vinha da jacuzzi. Assim que estava cheia o suficiente, me livrei da minha calcinha e Mike de sua boxer.
Nós dois paramos por um instante para encarar nossos corpos, nus:
— Eu sei que é tudo novo pra você. – Mike sussurrou e entramos na banheira. Eu estava em seu colo e ele acarinhava meus cabelos. – Mas me avise quando atingir seu limite. – Ele sorriu e roçou seu nariz carinhosamente em minha bochecha, me arrancando um sorriso.
Assenti e comecei a brincar com a espuma na banheira, fazendo com que Mike risse baixo.
Logo, eu estava apoiada em seus braços fortes. Até que seus dedos deslizaram-se pelo meu corpo, encontrando a minha intimidade e acarinhando-a gentilmente. Mordi meu lábio inferior e soltei um gemido quase inaudível. Logo, Mike acarinhava a área com suavidade, mas só aquilo era o suficiente para que eu me contorcesse e soltasse mais gemidos inaudíveis.
Seus movimentos se intensificaram e eu encravava minhas unhas em seus braços, ofegando e gemendo:
— Shh... – Ele sussurrou e mordeu meu lóbulo.
Seus dedos iam e voltavam da minha cavidade constantemente e eu sentia seu membro endurecendo conforme meus gemidos aumentavam. Até que cheguei ao ápice e um gemido alto ecoou pelo banheiro:
— Me desculpe se passei do limite. – Ele sussurrou e eu apenas sorri, passando minha mão delicadamente pelo seu membro enrijecido. – O que está fazendo? – Ele perguntou, divertido, enquanto eu o masturbava. Logo, ele mordia seu lábio inferior e gemia baixo, o que me fez sorrir, felina. Os movimentos intensificaram-se e eu sorria a cada vez que Mike mordia seu lábio inferior e arfava. Assim que ele chegou ao orgasmo, levantei-me da banheira após finalizar meu trabalho.
Enrolei-me em uma toalha e saí do quarto, lhe lançando um sorriso. Ele também sorria.
Kaya's P.O.V Mode = OFF

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