I pass my turn.

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Kaya não conseguira pregar seus olhos naquela noite. Como era justo? Como era justo ela ainda gostar daquele ser humano depois de tudo?

"Eu sou uma imbecil." – Pensou, enquanto levantava-se.

Bocejou e se espreguiçou. Não tinha nem ideia de que horas eram. Resolveu colocar um biquíni, por precaução. Depois de vestir seu biquíni azul, colocou sua saída de praia por cima e abriu a janela, deixando que a luz entrasse no quarto. Sentou-se na penteadeira e começou a escovar seus cabelos, até que...

FLASHBACK = ON
A menina sentiu dois braços fortes a envolverem pela cintura e um nariz roçar em seu pescoço, fazendo-a estremecer:
— Sabia que esse seu pijama de coraçõezinhos é muito provocante? – Mike disse, mordendo o lóbulo da orelha da menina, que permanecia paralisada.
— Tire. As. Suas. Mãos. De. Mim. – Kaya hesitava propositalmente a cada palavra, rosnando.
Mike riu, irônico. Suas mãos percorriam lentamente a curvatura do corpo da menina, subindo pelas costelas. Kaylee apenas sentia arrepios e estremeções a cada toque do garoto. Ele estava deixando-a louca. Mesmo com ódio um pelo outro, a atração persistia.
FLASHBACK = ON

A menina escovava seus cabelos calmamente. Até que, no canto do espelho, ela jurava tê-lo visto sorrir para ela. Jurava ter visto Mike acenando. Ela se virou, esperançosa, mas apenas se deparou com a parede branca do quarto:
— Não, não, não! – Ela chacoalhou a cabeça e voltou a escovar os cabelos.

— Só eu que achei estranho o Mike e a Kaya ainda não terem descido? Já são quase quatro da tarde, não é possível que estejam dormindo. – Mely ajeitava o biquíni.
— Eu não sei. Ouvi alguns barulhos da cozinha, mas a Kaya 'tava reclamando de fome ontem à noite, então, só poderia ser ela derrubando tudo. – Izzy debochou.
— Falando nela... – Max viu Kaya se aproximar.
A menina apoiou suas mãos em seus joelhos e disse, com um sorriso:
— Bom dia. Ou melhor, boa tarde.
— Boa tarde. Que horas você foi dormir ontem à noite? – Izzy perguntou. – Juro ter ouvido um puta panelaço.
Kaya bateu sua cortina de cílios, rindo em seguida:
— Era eu.
— Seja mais discreta da próxima vez. – Izzy debochou.
E os amigos conversavam, se divertiam, apostavam quem ficava mais tempo debaixo da água e nada de Mike aparecer. Aquilo agoniava Kaya profundamente. Todos saíram da piscina e foram se preparar para comer alguma coisa.
Depois de um banho e de vestir um shorts jeans, e uma blusa de ombro caído, azul, Kaya saiu do quarto. Conforme andava pelo corredor, portas iam passando, até que uma em especial a fez hesitar antes de continuar seu caminho:

"Será que bato na porta?" – Pensou. – "Não, melhor não." – E continuou seu caminho.

Até que sentiu alguém lhe puxar para um dos quartos:
— Preciso de ajuda! – Mely disse, desesperada.
Kaya se deparou com uma Melyrune de roupão e bobes na cabeça e perguntou:
— Wow, o que aconteceu?
— O Jack me chamou para um encontro! – A menina saltitava.
— Meu Deus! – Kaya abraçou a amiga. – Tem suas expectativas?
— Não, eu só quero ajuda, pelo amor de Deus. – Ela fuçava o guarda-roupa.
— Quem mais sabe desse encontro? – Kaya olhava as roupas da menina, selecionando algumas peças.
— Bom... Eu não sei pra quem o Jack contou, mas eu só contei pra Izzy e pra você.
— Hm... Sigiloso. – Kaya sorriu. – E pra onde ele vai te levar?
— Um restaurante aqui perto. Ele disse que conseguiu uma reserva. – Mely dizia como uma apaixonada, roçando sua unha de leve na porta do guarda-roupa.
— Que romântico. – Kaya deixou as peças selecionadas de lado, selecionando apenas uma peça. – Esse aqui. – Ela mostrou o vestido azul-céu para a amiga.
— Obrigada. – Mely pegou o cabide e uma lingerie, indo para o banheiro em seguida.
Kaya esperou a amiga sair do cômodo e, quando saiu, pôde ter detalhes do vestido. O mesmo era com alças cruzadas, rodado:
— Que fofo. Coloque esse sapato. – Kaya passou uma sandália alta, nude, para a amiga, que a calçou.
Logo, Kaylee sorriu para a amiga:
— Bom, e você 'tá linda. – Kaya sorriu, e, sem saber o motivo, sentiu um nó na garganta e o coração apertar.
Mely sorriu largamente e abraçou a amiga, que sentiu os olhos marejarem:
— Se importa de me ajudar com o cabelo também? A maquiagem, eu faço sozinha.
— Claro que não. – Kaya sorriu.
Então Kaya começou a soltar os bobes do cabelo da amiga. Logo, os cabelos louros acinzentados de Mely estavam com lindos cachos:
— Eu não vou querer estragar isso. – Kaya sorriu, pegando um grampo.
Ela apenas prendeu os cabelos de Mely num meio-rabo, deixando os cachos se espalharem por suas costas:
— Obrigada Kaya, de verdade. – Mely disse, com gratidão.
— Por nada. Divirta-se! – Kaya saiu do quarto.
E na hora que ela fechou a porta, uma lágrima percorreu seu rosto. Ela nunca teria o que Mely estaria tendo. Não com ele. Limpou o rosto com as costas das mãos e desceu as escadas, indo até a cozinha. E quando chegou, se deparou com um olhar romântico entre Izzy e Max. Aquilo a fez se sentir ainda pior, mas entrou na cozinha timidamente:
— Interrompo? – Perguntou, tímida.
— Não! Estávamos esperando você. – Izzy se levantou.
— Você demorou, aconteceu alguma coisa? – Max perguntou, curioso.
— Só estava conversando com a Mely. – Kaya deu de ombros e foi até o fogão. – Macarronada. Gosto.
— Eu sei. – Izzy pegou a jarra de chá gelado na geladeira.
— Cara, que dia curto. – Kaya riu.
— Claro, a gente chegou aqui às cinco e pouco da manhã e você acordou duas horas depois de todo mundo. – Izzy debochou.
— É. – Kaya riu. – Mas hoje eu vou dormir cedo. Prometo. – Disse, angelical.
Depois de jantar, Kaya levantou-se, deixando o casal sozinho. Ao subir as escadas, pensou:

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