Mike acordara mais disposto e animado na manhã seguinte. Estava feliz por ter se acertado com o amigo. Desceu as escadas e deparou-se com os pais e a irmã na cozinha:
— Bom dia! – Mike disse, animado.
— Uau, de onde veio essa alegria toda? – A mãe comentou.
— As coisas estão começando a melhorar.
Sophie arregalou os olhos:
— AI MEU DEUS, VOCÊ E A KAYA VOLTARAM? – Ela gritou. Sorria de orelha a orelha.
Mike recuou:
— Não Sophie, acho que ela não quer mais nada comigo depois de tudo o que aconteceu. – Mike abaixou o olhar.
— Me desculpa. – A menina recuou, decepcionada.
— Eu me reconciliei com o Max e vou tentar me reconciliar com a Izzy hoje. – O menino sorriu.
— Isso é ótimo. – Sophie sorriu.Kaya acordara tarde no dia seguinte. A cabeça latejava e ela não queria ver a mãe. Olhou para a gaveta em seu criado-mudo e abriu, pegando uma caixinha de cigarros dali e um isqueiro. Nunca havia fumado, mas tudo tem sua primeira vez. Desceu as escadas correndo, sem nem tomar café ou trocar de roupa, e refugiou-se num jardim que ficava afastado de sua casa, ninguém ia lá depois do incidente. Pegou o isqueiro do bolso do pijama e acendeu um cigarro, tragando-o em seguida. Na primeira tragada, tossiu. Depois foi pegando o jeito, fumando com naturalidade e gostando do sabor. Narguilé era bom... Aquilo substituiria a bebida até ela conseguir mais.
Mike andou até a casa da amiga em silêncio com o coração na mão. Não sabia o que o aguardava. Parou de frente ao grande portão da casa de Izzy e respirou fundo, identificando-se na portaria e cruzando o imenso jardim da mansão. Bateu na porta e a mãe de Izzy atendeu, com um sorriso terno no rosto:
— Oi querido. Já sei, vou chamá-la. – A mulher nem deixou Mike falar.
E logo, uma loura com os cabelos presos em um coque mal-feito e os olhos azuis apenas com lápis de olho apareceu:
— O que você quer? – Izzy perguntou, rude.
— Conversar. Posso?
— Claro. – Ela levou o garoto para as espreguiçadeiras que ficavam perto da piscina.
— Er... Você sabe, eu queria dizer que... Vocêtinharazão. – Mike embrulhou as palavras.
— Oi? Não ouvi direito. – Izzy provocou.
— Argh. – Mike gemeu e deixou a cabeça cair para trás, revirando os olhos em seguida. – Você tinha razão. A Mary só estragou meu lance com a Kaya. E eu não deveria ter dito nem metade do que eu disse pra você, pra Kaya, pro Max...
Izzy começou a abrir um sorriso lentamente:
— Só falta uma coisa. – Ela mostrou a língua, risonha.
— Me desculpa. – Mike olhou para a amiga, que o abraçou fortemente.
— Sim, antes que me pergunte, você continua sendo meu melhor amigo. Seu bobão. – Ela beijou a bochecha do amigo.
— Você... Já se reconciliou com a Kaya? – Mike perguntou, curioso.
— Não. – Izzy fitou o nada. – Ainda tem uma coisa pra concertar. – Referiu-se à Kaya.
— E o que você vai fazer?
— Você vai ver. – Izzy sorriu.
— Não me diga que comprou passagens para... – Mike colocou os dedos sob as têmporas.
— Qual é, Mike! São só duas horinhas até Cidade do México, e uma horinha e meia até Monterrey. Sei lá, acho que é isso.
— Você que sabe. Bom, eu vou pra casa. Até amanhã. – Beijou a bochecha da amiga, deixando-a sozinha no quintal de sua mansão.Kaya estava molhando suas pernas na piscina. Não dirigira nenhuma palavra à mãe sequer naquele dia. Sentiu alguém tocar-lhe o ombro, tirando-a de seu transe. Virou-se lentamente, deparando-se com os olhos da mãe:
— Tire suas mãos de mim! – Kaya desvencilhou-se, como se estivesse com nojo do toque da mãe.
— Kaylee, vamos conversar.
— Não, vai que você resolva me bater de novo. Sua monstra. – Provocou.
— Por favor. Eu sei que errei, mas me dê uma segunda chance. Não quero que você volte pro Kansas brigada comigo, com uma impressão errada de mim. Sei que não deveria ter feito o que fiz, mas eu queria que você aprendesse e...
— NÃO SE RESOLVE AS COISAS DANDO UM PUTA TAPA NA MINHA CARA. UM NÃO, UM MONTE. – Kaya cuspiu, com ódio.
A mãe respirou fundo:
— Você também resolveu as coisas da forma errada. Você sabe disso.
Kaya suspirou:
— Eu sei. Já aprendi que é errado. Não precisa mais esmurrar minha cara.
— Não vai me perdoar?
Kaya olhou a mãe de cima a baixo:
— Eu só não guardo rancor de você porque você é minha mãe. Mas sim, eu te perdoo. – Sorriu. – Não, sem abraço. – Recuou, ao ver que a mãe se aproximava. – Tudo bem, eu paro de ser chata. – Abraçou a mãe. – Me prometa que não fará isso de novo.
— Eu prometo. – Sorriu para a filha.
Então Kaya arrependeu-se de ter fumado... Mas sufocou o arrependimento, parte das coisas já estava resolvida. Até que escutaram a campainha e estranharam:
— Está esperando alguém, mãe? – Kaya perguntou, curiosa.
— Não. Pensei que fosse Celina.
— Celina não pode sair hoje. Vai fazer limpeza facial. Deixa que eu atendo. – Kaya levantou-se e cruzou a sala de estar, indo até a porta e abrindo-a.
Quando viu Izzy a sua frente, arregalou os olhos, sem acreditar no que estava vendo:
— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?! – Kaya perguntou, incrédula.
— Ué, eu queria conversar com você. Eu posso?
Kaya assentiu e deixou a menina entrar. Ambas sentaram-se nas poltronas da sala de Kaya e Izzy começou:
— Ok, quero começar te pedindo perdão pelas coisas que eu disse, pela forma que te tratei, por ter descontado minha raiva em você, enfim, foi ridículo da minha parte e eu queria me desculpar.
Kaya sorriu para a prima e a abraçou, era tudo que queria ouvir:
— Pronta para voltar pro Kansas? – Izzy perguntou.
— Sempre. – Kaya disse, alegre.
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Oceans
Teen Fiction"Era loucura, mas eu tinha passado naquela prova. Ia ingressar naquela escola. O problema era: deixar tudo que construí aqui, em Monterrey, pra trás. Mas eu juro que não esperava conhecer alguém que fosse mexer comigo de forma absurda... E eu conhec...