Next Door.

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Depois de uma viagem cansativa, graças ao trânsito insuportável, os jovens ainda pegaram uma chuva forte, os obrigando a se abrigar na casa de Izzy até o dia seguinte. Kaya sentia-se em casa. Como chegaram à noite, a menina apenas tomou um banho, colocou um pijama, jogou as malas no quarto e capotou na cama. Dormia, serena. No meio da noite, começou a sonhar com tudo que tinha acontecido naquele verão, naquelas férias. Mas afinal, o que acontece nas férias, fica lá. Mas, de lá, ela extraiu Mike. O lance dos dois perduraria até que um dos dois desse o segundo passo. E ambos respeitariam, não pressionariam. E, dessa vez, ninguém ia os impedir de serem felizes, de terem o que não deveria ser apagado do tempo.
Como os pais de Izzy ainda não tinham voltado de viagem, os jovens fizeram a festa: Izzy levou Max para dormir no quarto dela, assim como Jack levou Mely e só Deus sabe o que fizeram. Mike ainda não dormira. Os olhos azuis estavam fixos no teto, que servia como um telão que passava suas memórias. As coisas voltaram a funcionar, do jeito que ele queria. E ele ficava revivendo as lembranças boas.
Virou-se para o lado, numa esperança de encontrar Kaya ali para abraçá-la e acarinhar, mas esquecera de que a menina estava no outro quarto. Mike suspirou, revirando os olhos. Uma visitinha não faria mal. Com passos cautelosos, Mike cruzou o corredor, até chegar à próxima porta. Abriu a mesma, timidamente, entrando no quarto da menina. Kaya aparentava não estar mais cansada. A cortina da varanda estava aberta (mas a porta da mesma estava fechada) e as luzes de natal que Kaya usara para decorar o quarto estavam acesas, dando um aspecto ainda mais aconchegante ao cômodo. Acima da cabeceira da cama, haviam mais luzes e fotos espalhadas. A menina ainda não tinha notado que Mike havia entrado no quarto. O menino, por sua vez, aproveitou aquele momento para olhar cada detalhe da menina. Os olhos, cansados, estavam fixos na tela do laptop, que estava apoiado na cama; o corpo estava de bruços e ela vestia um pijama rosa de bolinhas pretas. Bocejou.
Mike sorriu e deitou-se ao seu lado, lhe dando um beijo longo na bochecha:
— Oi! – Kaya sorriu, feliz com a visita.
— E aí, não consegue dormir? – Ele perguntou.
— Ah, comecei a olhar para as fotos e... – Kaya fechou o laptop e o colocou no chão. – Sei lá, o ano 'tá passando tão rápido... No fim desse ano, a gente já se forma e vai cada um pra um canto. Tem noção do quanto crescemos? – A menina ponderou por um instante.
— Você deveria se concentrar no presente, ou ele vai passar batido. – Mike acomodou-se nos travesseiros e colocou a menina em seu colo, acarinhando seus cabelos. – E eu só quero aproveitar esse momento aqui, com você. – Ele levantou o queixo da menina, beijando seus lábios em seguida.
— Pensei que nunca mais conseguiria ficar com você de novo. Senti sua falta. – Kaya abraçou o menino.
E como ele a amava... Como ele a queria só para ele:
— Você... É muito especial, Kaya. – Ele deslizou seu polegar pelo rosto da menina, que começou a beijá-lo.
Mike ficou por cima da menina, que estava com seus dedos emaranhados nos cabelos do menino. Suas mãos deslizavam pela cintura da menina, intercalando entre os seios e o traseiro. Kaya se contorceu, sorrindo durante o beijo. Mike a acomodou em seu colo e sentiu a unhas pontudas de Kaya lhe arranharem o abdômen e as costas, fazendo-o arfar. Então ele colocou sua mão na intimidade da menina de novo, mas Kaya interrompeu o beijo:
— É muito apressado. – Kaya sorriu, vitoriosa.
— E por que você acha isso? – Ele trilhava o pescoço da menina com beijos.
— Quer me comer, né vagabundo? – Ela brincou e Mike soltou uma risada nasal.
— Não tão cedo. Mas, se você quiser agora... – Ele disse, sugestivo.
— Idiota. – Ela o abraçou.
Mike se desvencilhou do abraço e olhou para as fotos na parede:
— Você quer viajar no tempo, não é? – Kaya perguntou, vendo o olhar do garoto.
— Por quê não? – Ele olhou para as fotos.
Então os dois apontavam fotos, relembrando os momentos:
— E aquela ali é da viagem que fizemos no começo do ano, e você ainda 'tava brava comigo nesse dia. – Mike riu e Kaya estalou um beijo em sua bochecha. A foto era de todos em frente ao lago, antes de Kaya empurrar Mike no mesmo. Todos sorriam.
— Lembra daquela ali? É da festa de início das aulas. – Kaya apontou, sorrindo. A foto retratava ela, Max e Mike. Os dois meninos sorriam para a câmera, enquanto Kaya saíra rindo, mas estava bonita na foto. – A música que Izzy cantou foi... Não sei, me fez sentir algo diferente quando a ouvi na festa.
Mike a olhou, pensativo:
— Penso o mesmo. Hey, quase não vi nenhuma foto nossa. Só aquela no seu criado-mudo, que tiramos recentemente, na praia.
— Espere um minuto. – Kaya se levantou e foi até o armário. Pegou uma chave e abriu um compartimento, tirando, de lá, uma caixa.
Mike olhou, curioso. A caixa era rosa-claro, toda cheia de purpurina e desenhos fofos. No centro da tampa, havia uma selfie de Mike e Kaya:
— Aqui eu guardo tudo. – Ela sorriu e abriu a caixa.
E, lá, tinha a flor que ele dera para ela, alguns poemas, letras de músicas, desenhos e fotos.

Kaya's P.O.V Mode = ON
Continuamos a olhar ainda mais fotos, trocando risadas e comentários. Algumas vezes, trocávamos alguns beijos e carícias. Guardei a minha caixa e voltei para a cama. E, assim que fiquei de frente para Mike, coloquei minhas pernas ao redor do corpo dele, e ele fez o mesmo. Suas mãos estavam nas minhas costas e desceram para a minha bunda. As minhas estavam em seu rosto:
— Não me deixe mais. – Ele disse, com a testa colada na minha.
— Não vou. – Eu o abracei e o senti beijar meu pescoço.
Eu ri com os calafrios e os arrepios que sentia, ao sentir o nariz de Mike e seus lábios sob minha pele. Ele também riu e deu uma mordidinha no meu pescoço, me fazendo me encolher todinha. Mike me abraçou e meu corpo se espalhou pela cama. Ele afundou sua cabeça em meus seios e eu arregalei meus olhos:
— Quê porra é essa, Mike?! – Indaguei.
— Desculpa. – Ele saiu de cima. – Posso dormir com você?
Engoli em seco. A partir daquele ponto, era tudo novo pra mim. Mas tudo tem sua primeira vez, certo? Afinal, só iríamos dormir juntos e eu tinha certeza de que seria uma ótima noite. Mike se levantou para apagar as luzes e eu me deitei na cama. Senti um peso cair sobre a cama – o dele, no caso. – e fechei meus olhos. Dois braços fortes me envolveram, e, logo, eu estava abraçada a Mike, que me cobriu com o lençol e os cobertores e beijou minha testa:
— Boa noite. – Ele sorriu.
— Mike. – Eu o chamei.
— Diga. – Ele já tinha fechado os olhos.
— Já dormiu com alguém? – Eu perguntei, como uma criança. Mas era tudo novo pra mim, de verdade.
Ele grunhiu e sorriu:
— Não importa. – Ele me aproximou ainda mais de seu corpo e eu o abracei. – Durma, pequena.
E então eu fechei meus olhos, caindo num sono pesado.
Kaya's P.O.V Mode = OFF

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