Falling for You.

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No dia seguinte, Mely fora a primeira a acordar. Deu uma olhada na programação e virou-se de lado, se deparando com Kaya:
— Cacete, que susto! – Mely colocou as mãos no coração, rindo.
— Se sente melhor? – Kaya sorriu, terna.
— Sim. Obrigada por tudo que estão fazendo por mim. É mais do que mereço.
— Não. Amigos são pra isso. E mesmo te conhecendo pouco, te considero pacas. – As duas se abraçaram e sentiram uma terceira pessoa as abraçar.
— Bom dia, vadias. – Izzy comentou, com a voz sonolenta. – Vamos, tem canoagem hoje.

Kaya's P.O.V Mode = ON
Dentro de alguns minutos, já estávamos prontas com nossos biquínis. Saímos do quarto e fomos ao refeitório.
Não se preocupe, nos certificamos de que Mely estava comendo. Ela pegou pouquinha comida, mas ela ainda tem que se acostumar, eu não tiro a razão dela. Acho até que Jack colocou comida demais no prato dela na noite passada, pelo o que ela me contou. Depois de comermos, fomos direto ao lugar que seriam realizada as atividades de canoagem. Encontramos os meninos escutando as orientações do monitor e os cumprimentamos.
Quando bati os olhos em Mike, meu Deus, que corpo. Os botes eram de duas pessoas e o monitor disse para que escolhêssemos nossos pares. Jack iria com Mely, Izzy iria com Max, e eu, com Mike. Izzy me olhou e deu uma risadinha. Ela tinha feito de propósito. Vadiazinha:
— Você entende alguma coisa de canoagem? – Perguntei e Mike apenas riu.
— Relaxa, honey. – Ele disse exatamente como eu disse quando nos conhecemos. Apenas ri.
Eu estava com medo de escorregar, o chão estava todo molhado e eu não queria – perdão pela expressão – bater meu rabo ali, não. Mike notou que eu estava muito lerda pro ritmo dele e perguntou:
— Você quer ajuda pra descer?
Sorri amarelo e ele pegou minha mão para me ajudar. Meus batimentos cardíacos aceleraram com o toque da sua mão, quente e pálida, com a minha. Desci cautelosamente, mas, para a minha desgraça, acabei escorregando e caindo em cima dele. Corei violentamente e ele me agarrou pela cintura, para que não caíssemos no lago:
— Cuidado! – Ele riu.
Eu ri, nervosa:
— Desculpa. – Ainda sentia minhas bochechas queimando.
— Tudo bem, essas coisas acontecem. – Ele deu um sorriso torto pra mim. Puta, que sorriso lindo.
Sorri e sentei no bote. Não escorreguei dessa vez leitor, não pode rir da minha cara dessa vez.
Começamos a navegar pelo lago e conversávamos durante o trajeto. Quando meus braços começaram a doer, protestei:
— Mike, meus braços estão doendo.
— Tudo bem, vamos voltar para a orla. Já estamos há um tempão aqui e Izzy e Max já devem estar esperando a gente.
— E a Mely e o Jack?
— Eles saíram mais cedo, Jack foi levar a Mely pra comer.
— Achei superbonita a atitude dele.
— É. Eu acho que eles vão acabar ficando juntos no fim de tudo. Ele se importa muito com ela.
— É... – Sorri.
Ele me ajudou a subir para que eu não escorregasse – de novo – e disse:
— Bom... A gente se vê daqui a pouco, eu vou trocar de roupa. Tchau, até mais tarde. – Ele beijou minha bochecha.
Toda a vez que ele fazia isso, meu coração acelerava de forma absurda. Quando me aproximei de Izzy, ela me olhava com uma carinha de lua safadona, sabe? Eu tinha uma leve impressão de que ela tinha visto tudo:
— Ok, o que você viu? – Coloquei meus dedos sob minhas têmporas.
— Ele te agarrou. E beijou sua bochecha. – Izzy hesitava a cada palavra. Seu sorriso se alargou ainda mais.
— Ele "me agarrou" – Fiz aspas com os dedos. – porque eu escorreguei. E ele sempre beija minha bochecha quando se despede, já virou costume. – Rebati sorrindo, vitoriosa.
— Você 'tá vermelha. – Ela fez uma cara de esquilo dentuço e colocou o dedo indicador sob a minha bochecha.
Revirei os olhos sorrindo e a empurrei, brincando.
Kaya's P.O.V Mode = OFF

Izzy e Kaya passaram pelo quarto para se trocarem e irem para o refeitório. Assim que chegaram ao local, viram os amigos sentados em uma mesa. Assim que Max viu as meninas, acenou e elas gesticularam, indicando que iriam pegar comida. Quando o fizeram, juntaram-se aos amigos:
— Boa tarde. – Ambas disseram num uníssono.
— Boa. – Os amigos rebateram.
— Então, a trilha é às três, né? – Mely perguntou.
— Isso mesmo. Agora são vinte para as três, temos tempo.
Depois de almoçarem, todos foram juntos para a floresta que seria realizada a trilha:
— Formem grupos de três a seis pessoas. Vai facilitar. As placas pela floresta irão orientar vocês. Eu vou na frente e os grupos vão atrás. Caso me percam de vista, vou reforçar, só olhar as placas. Boa caminhada a todos! – O monitor terminou.
O grupo começava a caminhar pela imensa floresta e Kaya começou a cantar "Boulevard of Broken Dreams", do Green Day, à medida que andavam.
Até que ela escorregou.
De novo.
— Opa! – Max a segurou antes da menina ir ao encontro do chão.
— Obrigada. – Riu.
— Que bicho te mordeu pra você estar feliz assim, Kaya? – Mike riu.
— Nenhum, ué. – Ela riu.
Mike revirou os olhos, sorrindo.
Depois da trilha, os jovens estavam com os pés todos lamacentos. Correram para seus quartos para deixar seus tênis de molho e descansarem.

As três meninas estavam no quarto esperando a hora de jantar, já estavam prontas. Izzy estava checando seu celular. Agoniada, Kaya perguntou:
— O que tanto vê nesse celular?
— A programação. O jantar vai ser servido às sete hoje, por causa da brincadeira noturna.
— Ainda são cinco e pouco. Vou aproveitar pra dormir um pouco. – Mely se deitou.
— Você só dorme. Desde que nos conhecemos. – Izzy deixou o celular em cima do criado-mudo.
— Dormir é maravilhoso. – Mely se cobriu. – Liguem o ar-condicionado, please.
— Mas você se cobriu. – Kaya riu.
— Exatamente.

— Como foi lá hoje? – Max perguntou para Mike, que estava afinando seu violão.
— 'Tá falando do quê?
— Da canoagem. Você e a Kaya.
— Não teve nada de mais.
— Mas...
— Shh! – Mike interrompeu o amigo. – Eu a segurei porque ela 'tava caindo e... Af. – Mike colocou seus dedos sob as têmporas. – Eu tenho que contar uma coisa.

Mike's P.O.V Mode = ON
Ok, vamos esclarecer uma coisa aqui: Eu sou meio afim da Kaya. Sei lá, ela é diferente, não é vazia, eu não sei. 'Tá, eu 'to afim dela, mas eu não gosto dela. Espero não gostar dela tão cedo, eu mal a conheço. Mas, sem mais delongas (quem usa esse termo?), eu resolvi me abrir com Max. Ele é meu melhor amigo, sabe tudo sobre mim. Por que não? Suspirei:
— Eu sou meio afim da Kaya sim, mas eu não a conheço direito e não sei se ela quer alguma coisa comigo. Entende?
— Eu sabia. – Ele sorriu, vitorioso. – Espera um pouco. – Ele pegou o celular. – Depois de amanhã tem aquele luau de todo ano. Por que você não tenta alguma coisa?
— Mas a gente mal se conhece e... – Fui interrompido.
— E daí? Quantas pessoas que nem se conhecem se pegam na balada?
Suspirei:
— Tudo bem, tudo bem. Eu vou tentar alguma coisa com ela. – Sorri.
— Ah, só te dou uma dica: não faça cagada com ela, garotas costumam ficar muito putas com as nossas cagadas de cada dia.
Apenas ri. Nunca faria mal a ela, não fazia sentido.
Mike's P.O.V Mode = OFF

— Gente, podem colocar seus pijamas. – Izzy disse, decepcionada. – Não vai mais ter nada noturno.
— Por quê?! – Kaya e Mely indagaram num uníssono.
— Porque 'tá chovendo e um funcionário daqui acabou de vir me avisar. Só amanhã.
Mely e Kaya fecharam suas expressões, decepcionadas.

No dia seguinte, os jovens aproveitaram seu dia na piscina, deixando o futebol de lado, já que era a única atividade disponível naquele dia:
— A piscina daqui é meio geladinha. Prefiro. – Mely mergulhou.
— É. Ainda 'to ansiosa pra essa brincadeira noturna. – Kaya sorriu.
— Todos nós. – Max sorriu.

Depois de jantarem, voltaram para seus devidos quartos para colocarem uma roupa mais pesada. A temperatura tinha caído bastante naquela noite. Quando chegaram, o monitor começou a explicar. A brincadeira era como um caça tesouro, mas o "monstro" não podia te pegar, caso contrário, você "morria". Cada participante tinha que ter uma dupla do sexo oposto, para deixar a brincadeira mais desafiante, segundo o monitor:
— Não faz sentido. – Kaya resmungou. – No que o sexo oposto pode influenciar?
Mike lembrou do que Max havia dito: Devia tentar algo com a garota. E tudo começava com gestos simples. Foi até ela e perguntou, com um sorriso delicado em seus lábios:
— Você... – Hesitou e desviou o olhar. – gostaria de fazer dupla comigo? – Sentiu as bochechas queimarem.
A arritmia de Kaya acelerou:
— Eu adoraria. – Sorriu.
Ambos seguiram as orientações do monitor e foram para o ponto de partida:
— Ok, nossa primeira pista é: "Posso te encantar e te machucar, tome cuidado." – Mike leu.
— Uma rosa. – Kaya sorriu.
— Isso! – Mike pegou a mão da menina. – Vamos procurar por uma.
Ambos começaram a procurar por uma rosa. Mike escuta passos e hesita:
— Espera. – Sussurrou e Kaya assentiu. – Se esconde. – Puxou-a pro arbusto ao ver que o "monstro" passava pelo local. – Pronto, vamos. – Puxou sua mão.
— Ele pode nos perseguir? – Kaya perguntou, ofegante.
— Pode. – Mike riu.
[Dica: Coloque: "Safe and Sound" – Taylor Swift para tocar! <3]
Com muita procura e cautela, Mike e Kaya conseguiram cumprir os objetivos do jogo antes de todos os participantes. Depois da brincadeira, Mike acompanhou Kaya até seu quarto:
— Ainda sente saudade de Monterrey? – Mike sorriu.
— Ah, um pouquinho eu sinto, sim. – Kaya sorriu de volta.
— Entendo. Bom, eu tenho que ir pro meu quarto. Até amanhã. – Mike foi dar um beijo da bochecha de Kaya, mas ela se virou acidentalmente e o beijo acabou indo parar no canto de sua boca.
Corado, Mike tentou se desculpar:
— Kaya, ahn, desculpa, eu... – Mike foi interrompido.
— Relaxa. Essas coisas acontecem. – Sorriu. Kaya estava tão corada quanto ele.
— É... Acho que sim. – Desceu o olhar. – Boa noite. – Sorriu.
— Boa noite. – Kaya sorriu de volta e ficou olhando o menino desaparecer dentre a neblina.
Entrou sorrindo no quarto. As coisas tinham voltado a dar certo para ela. E quem diria que ela conheceria alguém como Mike no Kansas, lugar que ela estava com tanto medo de pisar?

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