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Dakota!

- Oh minha querida, você sabe o quanto vai fazer falta né? Este escritório não vai ser o mesmo sem você... – Esse era meu dramático chefe, Peter Collins, um senhor de 60 e poucos anos, no meu último dia de trabalho no escritório de advocacia.

- Sem drama Sr. Collins! – Eu disse enquanto ele me abraçava. - Eu também vou sentir falta daqui. Muito obrigada por tudo viu. Vou ser eternamente grata ao senhor por ter aberto as portas pra mim. – Eu o olhei e dei um sorriso amigável.

- Eu é que tenho que agradecer a você, por ter facilitado e organizado a minha vida durante esses anos.

- Eu tenho certeza que o senhor vai encontrar alguém que continue organizando e facilitando sua vida. –  Eu dei um tapinha em seu ombro, enquanto acabava de colocar o resto das minhas coisas dentro da bolsa.

E foi nesse momento, que o insuportável Dylan Collins, filho do meu chefe, chegou no escritório. Eu o odiava. Ele era mesquinho, insensível, dissimulado e parecia carregar o rei na barriga, só porque o pai tinha dinheiro suficiente pra satisfazer todas as suas vontades. Ele já tinha dado em cima de mim milhões de vezes e mesmo com todos as minhas patadas e os meus cortes, ele não desistia.

- Então quer dizer que você já vai embora Dakota? – Ele disse e eu pude sentir de longe a ironia em sua voz. Eu fingi nem ouvir o que ele dizia. –Poxa, vai ser uma pena não poder mais encontrar esse rostinho bonito todos os dias. Vou sentir saudade. – Revirei os olhos, fechei o zíper da minha bolsa, coloquei-a no ombro e me preparei pra sair.

- Obrigada por tudo mais uma vez Sr. Collins. Eu preciso ir, ainda tenho que terminar de resolver algumas coisas no meu novo emprego. Até logo.

- Até querida! Dê um beijo na sua garotinha por mim. Boa sorte no novo trabalho! –Ele disse e eu sorri.

- Não vai se despedir de mim, Dakota? – O ridículo Dylan, mais uma vez, teve a audácia de dirigir a palavra a mim, com o mais cínico dos sorrisos.

- Tchau Dylan! – Eu virei as costas e sai do escritório. Respirei fundo, tomando ar e segui para o ponto de ônibus. Eu ainda tinha que levar alguns documentos para a construtora, para que terminassem de realizar a minha contratação.

Depois de ter almoçado e deixado Nina na escolinha, aqui estou eu, parada à frente desse luxuoso prédio de mais de 20 andares, o meu mais novo local de trabalho.

A faculdade já tinha se encarregado de mandar alguns dos documentos necessários pra minha contração. Só faltava eu terminar de trazer alguns poucos documentos pessoais e assinar o contrato.

Eu entrei no prédio e de cara me deparei com uma enorme placa, indicando o que havia em cada um dos andares. Por acaso, a Dornan Constructions, ocupava os dois últimos andares do prédio. Eu precisava me dirigir ao ultimo, especificamente, onde ficava a sala de RH, segundo informações da placa.

Enquanto o elevador subia, eu me olhava no espelho que o cercava, me certificando de estar devidamente vestida. É, nada mal. Eu tinha escolhido uma calça jeans preta e uma blusa de um azul bem vivo, que deixava minha pele mais branca que o normal.

Assim que as portas do elevador se abriram, eu simplesmente fiquei encantada com o que eu vi. A sala da recepção tinha as paredes e o piso impecavelmente brancos e limpos e corredores a se perder de vista. Um letreiro prateado escrito Dornan Constructions, quebrava um pouco daquela branquidão. Haviam algumas poltronas espalhadas pela recepção, como se fossem uma espécie de sala de espera.

E atrás de um único balcão que havia ali, estava uma senhora de cabelos pretos, usando óculos, com aproximadamente seus 50 anos. Como não havia mais ninguém ali, eu me aproximei dela e rapidamente pude ver no seu crachá o seu nome: Erika. Ela me deu um sorriso amigável que eu retribui, instantaneamente.

Learning to love again.Onde histórias criam vida. Descubra agora