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Jamie!

"Amor, acabei de pousar no JFK.". - Meu celular tocou com uma mensagem de Amelia.

"Espero que tenha feito um bom pouso. Esta com as chaves do meu apartamento? Se puder, vai direto pra lá. Precisamos conversar." - Respondi, certo da minha decisão de conversar com ela sobre nós dois.

"Claro. Também quero falar com você. Te encontro lá. Beijo."

Sai mais cedo da empresa e fui direto para o meu apartamento, encontrando Amelia lá.

- Amelia? - Chamei quando entrei em casa.

- No quarto. - Ela gritou de lá de dentro. Me dirigi ate o quarto e a encontrei folheando algumas revistas. - Ei amor! - Ela disse sorrindo e nem parecia a mesma pessoa que eu vi pela ultima vez em Venice, há uma semana atrás.

- Oi! - Tirei o paletó, a gravata e abri uns dois botões da minha camisa. - Podemos conversar? - Ela continuou olhando as revistas.

- Claro. Olha só, trouxe essas revistas de Boston. Achei varias coisas interessantes e legais lá para casamento. Acho que a gente... - Ela continuou a falando das coisas que tinha visto, mas eu não consegui prestar muita atenção no que ela dizia sobre preparativos de casamento. Poderia até ser um pouco cruel da minha parte, devido a minha decisão e sobre o que eu conversaria com ela. Ela parecia empolgada enquanto falava, mas levando em conta sua bipolaridade, poderia ser apenas uma reação momentânea. - Já está mais que na hora de marcarmos a data, não acha? - Continuei estático, pensando apenas no que eu ia falar. - Jamie? Ouviu o que eu falei? - Soltei o ar pelo nariz e me sentei na beirada da cama.

- Amelia... - Respirei mais uma vez. - Não vai ter mais casamento. - Soltei logo de uma vez.

- O que? - Sua voz estava dois tons acima do normal. - Se você quiser, a gente ainda pode esperar mais um pouco.

- Você entendeu o que eu disse? - Perguntei o mais calmo possível. - Não vai haver casamento.

- Você não pode fazer isso comigo, Jamie. Terminar as coisas assim? Depois de todos esses anos? - Ela se levantou da cama, ficando em pé no meio do quarto.

- Amelia, acho que pelo tempo que estamos juntos, nós apenas nos acostumamos um ao outro. Nossa relação não é mais a mesma. Você mudou, eu mudei.

- Mas eu te amo. Isso não conta? - Infelizmente eu não consegui ver verdade e nem sentimento nas palavras dela.

- Não Amelia, você não me ama. Você apenas se acostumou a mim. Eu juro que desejo que você seja feliz...

- Tem outra mulher, não é? - Ela me interrompeu gritando.

- Hã? Outra mulher? - Tem sim. Meu consciente me alertou rindo e assistindo de camarote isso tudo. - Não tem outra mulher Amelia. É só que pra mim não da mais. E eu não queria que nos terminássemos mal. Eu desejo o seu bem e sua felicidade, mas não é ao meu lado que você vai ser feliz. - Ela estava nervosa e eu fiquei com medo que ela desse um ataque.

- Isso não vai ficar assim! - Ela disse enquanto arrancava a aliança do dedo e a atirou em mim. - Engole essa aliança e tomara que você se engasgue com ela. - Ela pegou sua mala ainda feita e saiu do meu apartamento batendo a porta.

Naquele dia, horas mais tarde eu me arrumei e fui para a casa de Dakota, participar do aniversário surpresa que Eloise tinha planejado. Ela estava linda, radiante e todas as vezes que eu olhava para ela, eu tinha ainda mais certeza do que eu tinha feito.

Hoje, três dias depois, eu continuo sem me arrepender do que eu fiz. Ainda no dia do aniversário de Dakota, eu queria ter contado para ela que eu estava livre. Livre para ela. Se ela me quisesse, ótimo. Se não, eu estava disposto a conquistá-la. E era isso que eu começaria a fazer. Agora. Porque já deve ter uma meia hora que eu estou olhando para esses papéis na minha mesa e não consigo me concentrar, reprimindo a ansiedade de falar com ela.

Learning to love again.Onde histórias criam vida. Descubra agora