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Jamie!

- Henry, o que foi aquilo ali fora? – Meu pai perguntou claramente irritado, quando Henry entrou na biblioteca, seguido por mim e por Matthias, depois de uma intimação nada amistosa do meu pai.

- Eu só coloquei a Amber no lugar dela. Que palhaçada é essa? Ou quem ela pensa que é pra trazer o namoradinho na minha casa e ainda mais sabendo que meu filho estaria junto.

- Deixa eu te explicar quem ela é, porque talvez você não saiba. – Meu pai replicou com uma voz baixa, que desde criança, nos fazia tremer de medo. – Ela é a mãe do seu filho, a mesma que você traiu anos atrás e a mesma que agora está seguindo com a sua vida porque ela não é obrigada e nem merece ficar esperando que quando te der na telha, você resolva tomar um rumo na sua vida. – Henry ficou sem reação. – Amber é como uma filha para mim e uma mãe excepcional para o meu neto e isso que você fez, foi inadmissível, meu filho. Não foi essa a educação que eu te dei. E se você tinha alguma esperança de retomar as coisas com ela, acho que você mesmo acabou com isso e que bom que ela arrumou um cara bacana e eu espero que ele a faça feliz.

- Você está do lado de quem, pai? Por que do meu é que não é. – Henry rebateu já nervoso.

- E depois do que você fez e da maneira como a tratou ainda espere que eu fique do seu lado filho? Eu espero que você acorde pra vida de vez e pense um pouquinho no que está fazendo. – Meu irmão ainda abriu a boca para argumentar, mas acabou desistindo.

- E você, Jamie? – Meu pai se dirigiu a mim, me pegando de surpresa. – Faz semanas que eu estou para ter uma conversa com você, mas você parece fugir de mim o tempo todo. O que está acontecendo, meu filho? – Ele se sentou na cadeira e cruzou as mãos por cima da mesa. – Você estava noivo da Amelia, terminaram, veio Dakota e agora Amelia de novo e grávida? E você com essa cisma de casar? Em que século você vive? – Suspirei exausto com essa história.

- Eu prefiro fazer as coisas como manda o figurino pai. Tenho minhas razões e você não entenderia. – O senhor Jim Dornan me olhou confuso.

- E Dakota? Nina? Você parecia tão apegado a elas, tão apaixonado. Nina te via como um pai.

- E eu ainda sou o pai dela. Isso não vai mudar. – Retruquei.

- E Dakota? Aquele amor todo passou? – Nunca vai passar, meu pai. Pensei.

- Eu não quero falar sobre isso, pai. – Engoli em seco. Ele me olhou firmemente mas assentiu, respeitando o meu pedido.

- E você Matthias? – Ele olhou para o meu irmão, encostado na estante de livros, apenas observando.

- Eu o que? – Ele arregalou os olhos. – Me tira dessa ai pai. Eu to quieto no meu canto, com a Arielle. Sou menos problemático que esses dois ai. – Ele debochou e nós três rimos.

- Sorte a sua meu irmão. – Dei um sorriso fraco.

- Meus filhos... – Meu pai se levantou parando próximo a nós. – Eu só quero o bem de vocês e eu vejo que as coisas não estão bem, ou pelo menos não da maneira que talvez vocês quisessem. E eu espero que tudo se resolva e o velho de vocês está aqui para o que vocês precisarem. – Ele parou por um instante e então continuou. – Eu queria ser tão sábio quando a mãe de vocês era e saber aconselhar e dizer as coisas certas, na hora certa. Mas... Eu amo vocês e só quero que sejam felizes. – Nós quatro nos abraçamos forte. Ainda era doído lembrar de mamãe e desejar que ela estivesse conosco, como eu quis tantas vezes e como eu queria agora.

Nós nos separamos e eu retornei para a sala de estar, onde o meu jantar de noivado ocorreria.

***
As semanas estavam se passando mais rápido do que eu queria que passassem.

Learning to love again.Onde histórias criam vida. Descubra agora