Dakota!
Depois que meu irmão desligou o telefone, me dizendo em qual hospital eles estavam, eu senti uma angustia tomar conta de mim e a dúvida entre ir ou não ir para perto deles, me tomava.
Eu pude sentir no tom de Jesse que a situação do meu pai não era das melhores e eu não sabia o que fazer.
Olhei para o céu pela pequena fresta na janela do meu quarto, pedindo uma ajuda divina sobre qual a melhor decisão a ser tomada. Eu não era parte daquela família há anos, mas eu também sabia que meu irmão precisava de mim e mesmo que não por escolha minha, Don era meu pai. Eu não sabia como seria, que reação eu teria ao vê-lo novamente, ao ver minha mãe de perto depois de tantos anos.
Acho que a vida adorava me pregar peças. E das feias. Eu não podia me sentir feliz um só momento que alguma coisa de ruim tinha de acontecer.
- Está tudo bem, amor? – A voz do meu marido me aqueceu, me acalmando, me lembrando que eu estava em casa, quando me abraçou por trás.
- Acho que não. – Me virei para olhá-lo. – Meu irmão acabou de me ligar. Disse que meu pai foi baleado e levado para o hospital. – Jamie pareceu surpreso e me abraçou forte, beijando minha testa ao perceber minha angústia.
- Quer que eu te leve até lá? – Balancei a cabeça negativamente.
- Na verdade eu não sei o que fazer amor. Não sei se vou ou não... Eu realmente não sei. – Jamie beijou minha testa e me encarou como se enxergasse minha alma.
- Faz o que o seu coração pede, meu amor. E eu te conheço pra saber que o seu coração está pedindo pra você ir. – Respirei fundo, sabendo que muitas vezes, ele me conhecia melhor que eu. – Eu te levo.
- Não precisa. Nina não pode ficar sozinha. – Me troquei rápido, colocando uma calça, uma blusa, botas baixas e um sobretudo, por precaução.
- Me dê notícias. Amanhã, assim que eu deixar Nina na escola, eu passo lá. – Jamie me deixou na porta de casa, me deu um beijo e acariciou minha barriga. – Se cuidem, por favor! – Assenti e sai em direção ao carro.
A viagem até o Brooklyn parecia durar uma eternidade, mesmo que ainda fosse madrugada e não houvesse muitos carros na rua. Ou talvez fosse a minha mente perturbada. Coloquei uma música tentando relaxar e sempre respirava fundo, pensando em não pirar, principalmente por causa do meu bebê.
Estacionei na frente do hospital e entrei, pedi informações a recepcionista que me entregou um cartão de visitante, me indicou o local e eu sai andando pelos corredores.
Encontrei meu irmão em pé, apoiado na parede e Tia Tracy e minha mãe sentadas, conversando. Meu Deus, minha mãe! Há anos eu não a via tão de perto, sempre de longe e todas as vezes que ela me via, dava um jeito de sumir o mais rápido possível. Senti meu coração doer de vontade de abraça-la, mas como das outras vezes, quando ela me viu chegar, se levantou, passou por mim de cabeça baixa como se tivesse envergonhada e se retirou da sala de espera.
Tia Tracy passou por mim apenas me dando um sinal de que iria atrás da minha mãe e meu irmão me abraçou.
- Que bom que você veio, Coqui! – O abracei de volta.
- Será que ela sempre vai sair quando eu chegar? – Apontei para o corredor por onde minha mãe havia passado.
- O nome disso é vergonha e remorso. – Beijou meus cabelos. – E como você está?
- Bem e... grávida. – Disse baixinho sorrindo e meu irmão arregalou os olhos.
- Mas já? – Sorri e segurei sua mão, o arrastando para sentarmos em uma das cadeiras da sala de espera.
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Learning to love again.
Fanfiction"Você e eu poderíamos aprender a amar de novo depois de todo esse tempo Talvez tenha sido assim que eu soube que você era única Que você ainda poderia acreditar em mim de novo depois de todos as nossas provações Talvez tenha sido assim que eu soube...