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Dakota!

Eu sai correndo daquele carro antes que fizesse qualquer besteira. Subi as escadas na velocidade da luz e demorei uma vida ate encontrar a chave na minha bolsa de mão e abrir a porta.

Assim que eu consegui trancar a porta, encostei a cabeça nela, tentado me acalmar da pequena maratona e acalmar os meus nervos.

Céus, eu queria beijá-lo! Eu queria muito beijá-lo. E quase cometi esse pecado, se não fosse graças ao meu resto de sanidade mental, eu ainda estaria aos beijos com ele. E me arrependeria amargamente depois.

Respirei fundo mais uma vez, arranquei minhas sandálias e caminhei ate o quarto tentando não fazer barulho.

Nina dormia encolhida no cantinho da cama e o abajur estava aceso.

Coloquei as sandálias em um cantinho e fui para o banheiro. Tirei toda a maquiagem e joguei água gelada no rosto varias vezes, ainda tentando me acalmar.

Enxuguei o rosto e olhei para o meu reflexo no espelho.

- Você é ridícula! - Eu sussurrei baixinho e ri comigo mesma.

Voltei para o quarto, vesti um pijama qualquer e me deitei, tentando não mexer a cama pra que Nina não acordasse, mas não teve jeito.

- Mamãe? - Ela resmungou baixinho, abrindo pouco os olhos e se aconchegando perto de mim.  

- Shhhh! - Eu envolvi meu braço em volta dela e beijei o topo de sua cabeça. - A mamãe está aqui, meu amor. - Fiz carinho nela e dois minutos depois ela voltou a pegar no sono, já eu, não consegui pregar o olho, repassando todos os acontecimentos da noite ma cabeça.

Primeiro, eu estava feliz. De alguma forma, depois de muitos anos, eu finalmente pude me sentir como a garota de vinte e três anos que eu sou. Sai com uns amigos pra dançar, bebi uns drinks e me diverti, coisa que eu nem sabia o que era, ha muito tempo.

Arrumei ate um namorado. Tapei a boca, escondendo o riso que queria sair. Ainda que fosse de mentirinha, eu gostei da sensação de ser "namorada" de Jamie Dornan.

Esse homem estava fazendo rebuliços com a minha cabeça desde que pus os olhos nele. Desde o que aconteceu comigo, o que me fez criar essa barreira contra todos os homens que se aproximassem, ele ate hoje, foi o único que tem conseguido se aproximar sem que eu me afaste. E eu não consigo entender o porque disso.

Nem sei porque eu estou pensando nessas coisas. Ele é um homem comprometido e vai se casar mais cedo ou mais tarde. Sorte de Amelia tê-lo como noivo. Pelo pouco que eu o conheço, ele parece ser um homem de ouro. Bem resolvido profissionalmente, íntegro, bom caráter, alem de ser lindo, ter o sorriso lindo, a voz linda, um cheiro maravilhoso e ainda gosta de Bob Dylan.

"Você parece uma adolescente apaixonada Dakota!"

Será? Não, não, não. Eu não posso e não vou me apaixonar. Não por ele. Não por um cara comprometido. Por um outro alguém, talvez...

Desde que Eloise me disse que eu mereço uma segunda chance e que eu fui cabeça dura por muitos anos por achar que todos os homens eram iguais e por não ter aproveitado mais da vida, é que eu não paro de pensar nisso.

Minha tia já tinha me dito isso, Jesse e Arielle também e eu nunca dei ouvidos. Briguei com eles algumas vezes por achar que se intrometiam demais na minha vida. Precisou que uma estranha, que conhecia pouco de mim, mas que agora era uma das minhas melhores amigas, me dissesse isso, para que talvez as coisas começassem a fazer algum sentido.

Learning to love again.Onde histórias criam vida. Descubra agora