Learning to love again.

24

Jamie!

Eu me sentia um asno! Não, dizer que me sentia um asno era uma ofensa ao pobre bichinho. Eu me sentia um verdadeiro lixo.

Desde que Amélia reapareceu trazendo a notícia que eu seria pai, tudo aconteceu muito rápido e eu não estava conseguindo processar as informações direito.

No dia que eu recebi a noticia, era pra eu ter ficado feliz, afinal de contas, eu sempre quis ser pai. Mas eu não conseguia nem definir a maneira como eu estava me sentindo. Eu preferi me esconder em casa a ter que encarar os olhos azuis que eu tanto amava e ter que dizer pra ela que nós não poderíamos ficar mais juntos.

Tentei adiar ao máximo esse encontro com ela, mas foi impossível e eu fui um imbecil em ter dito tudo o que eu disse. Não tive tempo de pensar nem em Nina, na minha princesinha. Óh céus! Eu tinha acabado de estragar tudo que eu sempre quis ter. Mas eu tinha meus motivos. Talvez um dia elas entendessem, ou não. Mas talvez, seria melhor que elas me odiassem no momento. Eu precisava dar um jeito de mudar isso, mas eu não sabia nem por onde começar, eu não tinha forças.

Aqueles olhos azuis de dor, depois do que eu disse, não saiam da minha cabeça. Eu não aceitava ter causado dor a pessoa que eu mais amava e eu não queria imaginar como seria quando Nina soubesse.

Eu não conseguia ler duas linhas no computador na minha frente por causa da dor de cabeça infernal que eu sentia.

Ontem, quando cheguei em casa, eu sequei sozinho uma garrafa de whiskey. Andei por cada cômodo daquele maldito apartamento e tudo lembrava ela. Minha cama tinha seu cheiro, eu conseguia ver perfeitamente toda sua graciosidade enquanto cozinhava pra mim e sua escova de dente e de cabelo, ainda estavam na pia do meu banheiro. Aquilo era tortura de mais para mim e hoje ou amanhã, talvez Amélia se mudasse para lá e eu não saberia como as coisas seriam daqui pra frente. A verdade era que eu teria que me ligar no piloto automático e pensar somente no meu filho.

Esfreguei as têmporas, tentando aliviar a dor de cabeça que eu sentia, mas Eloise entrou na minha sala, sem pedir licença, bateu a porta com força e aquele estalo fez os meus neurônios de sacudirem.

- O que – Tapa. – Você pensa. – Tapa. – Que. – Tapa. – Está. – Tapa. – Fazendo? – Mais um tapa, seguidos de outros. Levantei as mãos tentando me proteger mas ela não parava.

- Para Eloise! Ficou doida? – Me levantei da cadeira e minha irmã estava vermelha de raiva.

- Fiquei. Maluca. Só não mais que você. – Ela gritou.

- Para de gritar, a minha cabeça tá explodindo.

- É bom que seus miolos todos estourem mesmo, já que não estão prestando pra nada. – Ela pegou os objetos que conseguiu em cima da minha mesa e atirou em mim. – Que ódio de você Jamie! – Bufou. – O que tá acontecendo? Por que você fez aquilo com a Dakota, seu covarde?

- Eu sei que fui um idiota Eloise. Estou me martirizando por isso desde ontem, mas eu fiz o que tinha que ser feito.

- Fez o que tinha que ser feito? – Ela continuava falando alto. – Eu sinceramente não estou conseguindo te entender meu irmão. – Disse calmamente. – O que aconteceu com você? O que é essa situação toda? Você nunca foi insensível desse jeito Jamie. Você estava tão feliz, assim como Dakota estava, como Nina estava e de repente isso?

- Eu sei o que eu estou fazendo Lolo. Confia em mim. – Ela deu uma risada irônica e levantou as mãos se rendendo.

- Se você diz... Espero mesmo que saiba o que está fazendo Jamie. Você machucou gente demais nessa história já e se cuida, porque algo me diz que você vai quebrar feio essa sua cara. – Ela virou as costas e saiu da minha sala.