Learning to love again.

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Dakota!

Dizem por ai que nós mulheres temos sexto sentido. Parece ser uma coisa pré-instalada de fábrica. E é verdade, nós mulheres temos feeling para as coisas. Mas, quando você se torna mãe, parece que todos os seus sentidos são aguçados de uma maneira inexplicável. Não é só sexto sentido, é sétimo, oitavo, décimo, vigésimo e por ai vai.

E é por isso que eu sabia que havia alguma coisa errada. Desde que eu sai da sala de Jamie ontem, um pequeno incomodo se instalou no meu peito e eu não estava gostando nada disso. Isso só piorou quando ele foi embora sem me dizer e eu soube por Erika. Tentei durante horas falar com ele por telefone e só caia na caixa postal. Atolei a caixa de mensagens dele, porque eu sabia que havia algo errado, mas mesmo assim, não obtive retorno.

Hoje pela manhã, eu soube que ele estava na empresa, porque vi o carro dele no estacionamento quando cheguei. Nós não almoçamos juntos e quando fui procurar saber dele, Erika disse que ele não tinha nem saído da sala dele hoje, mas eu já não aguentava mais essa agonia de esperar que ele dissesse alguma coisa.

Levantei da minha mesa e saí a passos firmes em direção a sua sala, bati na porta e nem esperei que ele respondesse. Eu apenas entrei e parei no meio da sala. Ele parecia cansado, tinha olheiras e o terno estava todo amassado. Eu vim pronta para derrubar um caminhão de coisas em cima dele, mas recuei quando o vi levemente abalado.

- Jamie, o que está acontecendo? – Eu disse mais calma do que pretendia e ele ergueu o olhar para mim e franziu a testa. – Desde ontem você não fala comigo. Tudo bem, eu sei que você não me deve satisfações, mas eu sei que tem alguma coisa errada. Você foi embora sem se despedir, não me atendeu, nós não almoçamos juntos. O que foi que houve? – Ele esfregou as têmporas e desviou o olhar.

- Agora não é um bom momento para conversar, Dakota.

- É um bom momento sim. Eu não quero mais ficar no escuro, tentando imaginar o que está acontecendo. Seria mais fácil se você me dissesse.

- Você quer saber o que está acontecendo? – Ele disse frio e eu assenti. Ele se levantou e se apoiou na mesa. – Pois bem, eu vou dizer o que está acontecendo. – Ele inspirou e me olhou. – Amelia esteve aqui ontem. – Engoli em seco e pude jurar que meu coração começou a bater na minha garganta. – Veio me dizer que está grávida de um filho meu. – Por um momento achei que não tivesse ouvido direito.

- O que? Grávida? – Eu continuava calma e não entendia o porquê. – Como grávida se vocês não estão mais juntos há pelo menos o que... Uns três meses?

- Mas antes disso, nós éramos um casal e como todo casal, a gente transava. – Ele disse seco enquanto olhava pro chão. – Ela me trouxe todos os exames, já está com quinze semanas e é isso. Eu vou ser pai. – Ele me olhou.

- E por que ela não te procurou antes? – Ele respirou fundo mais uma vez.

- Foi a primeira pergunta que eu fiz. Mas ela alegou que queria cria-lo sozinha, já que eu não queria mais saber dela. Só que ela não tinha condições de manter uma criança e veio atrás de mim.

- M-Mas vocês vão ficar juntos? – Eu me aproximei dele hesitante. – Vocês não precisam se casar ou algo do tipo e eu posso te ajudar. Estou aqui pra te apoiar, meu amor. – Acariciei o rosto dele e ele tirou a minha mão. Fiquei sem entender, sem reação.

- Nós vamos nos casar. – Ele continuou seco e não me olhava.

- Casar? – Falei uns dois tons mais alto que o normal. – Mas e nós? Os planos que nós fizemos, a Nina... Por Deus Jamie, você não a ama. – Minha voz estava desesperada e eu estava disposta a lutar por ele a todo custo. Eu não queria perdê-lo. Eu não tinha estruturas para isso.