Capítulo 11 (Príncipe)

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Minhas mãos pressionam mais a sua cintura quando ela se vira para me encarar.

- Peter, que susto - ela ralha, oferecendo-me um sorriso caloroso.

- Tem um segundo? - pergunto, devolvendo-lhe o sorriso.

Ela acena com a cabeça, e eu pego sua mão. Contornamos o castelo sob a luz da lua, e à medida que nos distanciamos, os sons da noite se sobressaem à música e às conversas vindas do grande salão. Ela não faz ideia para onde eu a estou levando, mas parece feliz por tê-la tirado daquele lugar, isso está claro em seus olhos.

- Peter! - chama ela quando meus passos se aceleraram, mas eu não paro. - Peter!

Obedeço finalmente e olho para trás.

- Que foi?

É difícil explicar sua expressão naquele momento. Fofa? Frágil? As duas, talvez. Prendo-me em seu olhar e sorrio inconscientemente, já ela parece hipnotizada. Levanto as sobrancelhas, esperando uma resposta.

- Err... - Ela fecha os olhos, como se tentasse recuperar o foco. - Meus saltos - avisa, apontando para os sapatos, que parecem afundar na grama.

- Arg! - reclamo impaciente. - Vem cá.

Eu me abaixo e abraço suas pernas, jogando-a em meus ombros. Ela grita em surpresa, e eu continuo a andar rumo ao meu destino.

- Peter, para onde está me levando? - pergunta. Sua voz sai estranha, como se não soubesse se ri ou se grita.

A vontade de rir vence, e ela ainda está gargalhando quando eu finalmente a coloco no chão.

Há uma pequena casa de madeira a nossa frente. Ela tem uma pintura nova e se assemelha às casas de fazenda que vemos na televisão.

- Que lugar é esse? - pergunta, sem desviar os olhos da casa. - Nunca vim aqui antes.

- Não reconhece porque está escuro. É o estábulo.

Ela inclina a cabeça para o lado de forma adorável, tentando ver por outro ângulo e então percebe que estou certo.

- É tão diferente a noite...

- Sim - concordo apenas.

Aproximo-me do estábulo e abro as portas. Quando olho para trás, ela ainda está parada no mesmo lugar onde a deixei.

- Vem.

O vento bate em seus braços nus e só então percebo que está arrepiada. Ela me segue para dentro correndo, provavelmente imaginando que aqui está mais quente.

O lugar é bem mais comprido do que parece visto de fora. Há um corredor grande coberto de feno entre as baias onde ficam os cavalos. Ouço alguns deles relincharem quando passamos, e ela sorri, acariciando o pescoço deles enquanto caminha.

Um dos animais chama sua atenção, e ela para para vê-lo mais de perto. Apoia as mãos na porta de madeira, que bate quase em seus seios, e inclina a cabeça para mais perto do cavalo, que é branco, alto e parrudo. Ela estica a mão para acariciá-lo, e só então percebo de que cavalo se trata.

- Cuidado! Ele é... - começo a dizer, mas o animal se aproxima e posiciona a cabeça sob sua mão. - Agressivo... - completo. Por que está sendo tão manso? - Como fez isso?

Ela dá de ombros e esfrega as mãos em seu chanfro, sorrindo para o seu mais novo amigo.

- Ele não me parece agressivo.

- Não com você, aparentemente - Aponto para sua mão no cavalo e ela sorri. - Pegasus era o cavalo do David, mas depois que meu irmão morreu, ele nunca mais foi o mesmo. É sempre agressivo e não deixa nenhum estranho se aproximar. Até agora... - Sorrio e me aproximo. - Meu pai chamou vários encantadores e motivadores para tentar tratá-lo, mas nada nunca resolveu.

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