Capítulo 27

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O dia amanhece bonito, calmo e claro. Peter ainda dorme ao meu lado, depois adora dizer que eu é quem sou a dorminhoca. Ele me abraça forte, como disse que faria, e ainda bem que faz isso, porque vivo acordando em lugares diferentes da cama.

O relógio marca sete da manhã, e me levanto para tomar um banho e escovar os dentes. Posso até ser uma princesa, mas com certeza não devo estar parecendo uma agora.

Tento me levantar, mas ele me aperta mais, abrindo os olhos lentamente. Adoro vê-lo acordando, todo manhoso e preguiçoso.

- Aonde vai? - pergunta com a voz rouca.

- Para o banheiro, não é obrigado a acordar e olhar pra mim assim.

- Do que está falando? - Ele me solta e se afasta para me olhar. - É o primeiro raio do meu dia.

Ele aponta para o Sol atrás de mim e sorri. Até hoje não entendi essa história, mas até que gosto de ser chamada assim, então não vou nem reclamar. Sorrio para ele, que continua mais lindo do que nunca, mesmo quando acorda.

- Carmen pode aparecer a qualquer minuto - aviso com pressa. – Não podemos correr o risco.

- Herbert disse que vai cuidar disso.

No minuto em que ele fala, o som de batidas na porta soam. Herbie entra com uma bandeja de café da manhã lotada. Se já me trazem o suficiente para alimentar a África, agora posso acabar com a fome do mundo. Quanto eles acham que Peter e eu comemos?

Ele sorri para nós dois e coloca a bandeja na penteadeira, depois dá meia volta e sai do quarto novamente.

- A minha ideia antes era a de muito menos gente sabendo sobre nós - brinco, levantando-me e indo até a mesa. - Que fome.

- É tão pequena. Como faz caber tudo isso aí?

Dou de ombros. Ele simplesmente se espreguiça, sem a menor pressa de comer, e fica me observando por alguns segundos.

- Se não vier logo vou comer tudo sozinha.

Ele ri e vem até mim.

- Não duvido.

Seus braços me levantam da cadeira e ele se senta, depois me puxa de novo pra seu colo.

Quando acabamos de comer, Peter me deixa para que tome banho e troque de roupa, e ele vai fazer o mesmo. Poderíamos fazer juntos, mas infelizmente as pessoas poderiam começar a desconfiar da sua demora. Ele nunca fica muito tempo com uma garota, sai logo de manhãzinha. Me incomoda que todos pensem que está no quarto com alguma menina, mesmo noivado comigo, mas é um preço a se pagar e não posso reclamar.

Ele disse roupa confortável e discreta, então visto uma calça preta e uma blusa branca, nada demais. No final, só pego um boné preto pra completar. Olho no espelho e me sinto bonita. Não sei de onde veio esse corpo, mas ele não estava aí há alguns meses atrás, ou talvez eu nunca tivesse dado importância. Nunca pensei que me sentiria assim com esse tipo de roupa, mas até pareço uma blogueirinha. Só falta os lábios enormes e a bunda gigante, mas já é um começo. Sinto-me tão bem que decido caprichar um pouco. Passo uma maquiagem natural e um perfume suave. Sinto-me bem comigo mesma e é isso que importa.

Peter chega logo em seguida com Connor. A porta já se abria antes de ouvir alguém batendo nela. Meu palpite é que Connor já ia entrando até que Peter lhe deu uma bronca. Os dois estão com roupas casuais, que parecem se acomodar tanto a eles quanto os ternos caros de realeza. Versatilidade que nós meros mortais não temos. Podem dizer o que quiserem, ainda acho que pareço um peixe fora d'água usando vestidos de gala sedutores.

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