Capítulo 28

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Peter fica sem ação por um momento. Não o culpo. Acabei de dizer que o amo. Não que estou apaixonada, não que gosto dele, que o amo. Mas eu o amo, sei disso e agora tenho certeza. Não que eu tivesse a intenção. Não queria nem sequer me apaixonar, quem dirá amar, mas Peter me fez sentir como a pessoa mais especial, e depois, aos poucos, foi enchendo o meu coração cada vez mais.

- Ruiva, eu não sei o que dizer...

- Eu sei que não é fácil de ouvir. Não precisa dizer de volta e nem se sentir culpado por não responder. Eu só precisava dizer. - Toco seu rosto, e ele fecha os olhos. - Algum dia ainda vou querer saber o que sente, mas com certeza não é agora, e com certeza vamos aproveitar bastante até lá.

- Você é incrível, sabia? - Ele também toca meu rosto. Os olhos vivos me olhando como se eu fosse a única pessoa que ele visse. Não tenho medo, não tenho dúvidas, é ele.

- Não vai fugir assustado?

- Se prometer não fugir impaciente.

- Eu prometo.

- Então eu prometo também.

Ele não me beija, não em frente a todos, pensa em mim, e esse é um dos motivos pelos quais tem uma parte tão grande de mim. Pensando bem, tudo aconteceu muito rápido, mas ao mesmo tempo, parece uma eternidade. Dois meses e meio, esse é o tempo que faz desde o nosso primeiro beijo. Não foi convencional, e nem mesmo nos lembramos, mas de algum modo mostra como crescemos em tão pouco tempo.

Antes de voltar ao castelo, decidimos parar em algum lugar para comer. Peter não usa mais seu boné, e eu mesma já fui muito anunciada nos jornais. As pessoas sabem que estamos nas ruas, e isso dificulta um pouco a escolha do local.

– Não sei vocês, mas não estou muito afim de tirar um bando de fotos agora – Connor diz, apoiando-se no capô do carro. – Estou morto de fome.

– Eu sei – Peter concorda. – Também estou. Minha barriga está roncando.

– Scott tem um restaurante aqui perto, não? – Ariana pergunta de repente. Nossas expressões confusas devem tê-la feito perceber que não sabemos de quem está falando, e ela decide explicar. – Scott, o namorado da Dove.

Lembro-me dele. Dove disse que achava que ele era finalmente o homem de seus sonhos.

– Conheceu o Scott? – pergunto, lembrando-me de Dove dizendo que ainda pretendia apresentá-los. – Ele é chef, não é?

– Não conheço, mas Dove vivia falando dele. Ela disse que ele era chef em algum restaurante aqui de Vila Áurea. Ela me deu um telefone. – A menina vasculha a bolsa. – Disse para ligar se precisasse de alguma coisa e não conseguisse falar com ela.

Ela me estende o papel, onde três números estão escritos à caneta. O primeiro tem o nome do Scott, o segundo não reconheço, e o terceiro é o meu. Me quebra o coração pensar que Dove confiava tanto em mim a ponto de dar meu telefone para sua irmã em caso de alguma emergência.

Peter pega o papel das minhas mãos trêmulas, tentando entender o por quê da minha reação. Connor estica a cabeça por cima de seus ombros para enxergar.

– Quem é Chloe? – ele pergunta curioso.

– Minha irmã disse que é uma amiga dela. Acho que me lembro dela dizendo que conhecia a mãe dela, algo assim.

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