Capítulo 29 (Connor)

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Deixo os repórteres falando sozinhos e entro no castelo. Gosto de atenção, mas nunca de sufoco. Tenho um limite saudável para o nível de proximidade das pessoas e sigo ele à risca desde sempre. Foi ele quem me guiou até aqui, e não pretendo abrir mão desse sistema agora.

Peter e Sophie não estão em lugar nenhum para serem vistos, também não serei eu a ir atrás e atrapalhar o que quer que estejam fazendo. Custam a conseguir um tempo juntos. Não sei para quê ou porquê de todo esse segredo, mas sei que tem algo que eles não estão me contando, só não faço ideia do quê. Não é como se eu me importasse, de qualquer forma. A vida é deles, e eles fazem o que quiserem com ela. Contanto que estejam felizes e saudáveis, quem sou eu para dar pitaco?

Espero chegar no meu quarto e me esparramo na cama. Enfio a mão dentro do bolso da calça e puxo o guardanapo que guardei quando fui ao restaurante. Três nomes estão escritos à caneta, o número logo em seguida. Cato o celular e abro o Instagram, que invenção mais divina. Procuro as três garçonetes, e apenas duas delas têm o perfil público. Arrasto pelas suas fotos. As duas são bem bonitas, mas fico um pouco decepcionado, a que mais me chamou atenção foi a terceira, com o perfil privado. Só poderia ver suas fotos se a seguisse, mas isso significa especulações da mídia e de todos, o que está bem longe do que procuro no momento.

Desisto das três e seleciono um nome que adicionei logo quando cheguei a Costa Luna. Se não me engano, é uma aprendiz do Romeu, outra menina do castelo, para variar. Seu horário de trabalho só deve ter acabado agora, então imagino que ela vá demorar a me responder, mas a mensagem de resposta vem logo em seguida. Ela está a caminho.

Quando chega, está cheia de revistas nos braços. Levanto-me da cama e vou ajudá-la. Coloco a pilha na mesa, e ela se senta ao meu lado na cama.

– Desculpe. Se fosse deixar isso no Ateliê, Romeu com certeza arranjaria mais alguma coisa para eu fazer. Não tive nem tempo de me arrumar, devo estar um trapo. – Ela ajeita os cabelos.

Está vestida como uma estagiária de moda, e isso para mim é extremamente provocante. Tenho um fraco por garotas que sabem se vestir. Seus cabelos loiros lisos batem na altura dos ombros, e seus olhos castanhos parecem cansados.

– Não tem problema – digo a ela. – Deixo elas com Romeu amanhã de manhã.

– Faria isso?

Dou de ombros.

– Vou passar lá do lado.

– Obrigada.

Olho para a pilha de revistas, e me parecem todas cópias de uma mesma edição. Estico-me para pegar uma delas e jogo na cama a nossa frente.

– Sophie está diferente nessa foto. – Aponto para a ruiva com carão sexy na capa.

– É uma sessão de fotos antiga... – ela diz meio relutante, parece que me esconde algo, mas deixo para lá.

– Ela está bonita aqui.

Ela inclina a cabeça para o lado, depois acena.

– Acho que sim. Sophie era mesmo muito bonita.

– Era? Não acha mais ela bonita?

Ela para e pensa um pouco no que dizer, parece nervosa.

– Ainda acho, só acho outras meninas mais.

A Impostora [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora