Capítulo 21 (Clarissa)

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Foi tudo uma grande confusão quando perceberam que a princesa estava caída inconsciente no chão. Peter ficou louco, acho que nunca vi meu irmão tão preocupado. Connor ficou com ele durante todo o tempo, mas acho que nem isso ajudou a acalmá-lo.

Um dos guardas do castelo a pegaram no chão e a levaram direito para o melhor hospital de Vila Áurea, onde a família real tem sido tratada desde sempre.

Agora estamos todos do lado de fora da ala médica aguardando notícias. Peter está sentando em um sofá ao lado de Connor, que apenas permanece ao lado do amigo em silêncio. O rei e a rainha da França se sentam em lados opostos da sala de espera, que acho que nunca esteve tão cheia de membros nobres. Além deles, a amiga de Chloe está em pé ao lado de um dos guardas, que a oferece um copo d'água meio sem jeito. Se não me engano, é o guarda-costas de Peter, mas não tenho certeza.

Estou de pé escorada em uma parede mais distante dos meus pais. Não que eu queira estar aqui. Sortuda é Emily que foi impedida de seguir conosco para o hospital. Podia muito bem fingir que estou preocupada do meu quarto, mas Peter faz muito por mim e acho que devo isso a ele.

Ele e Chloe se gostam, está na cara para qualquer um ver, não sei porque ainda ficam se fazendo de bobos. Nunca vi meu irmão tão feliz desde que ela se aproximou.

A megera da rainha é claro que está aqui prestando as aparências. É mais falsa que todos os litros de botox que tem no rosto. Não ligo se é minha mãe, é uma falsa e não tem o menor caráter. A mãe de Chloe, no entanto, chora feito uma condenada. É a segunda filha em perigo em um curto período de tempo, e não posso deixar de sentir inveja de sua reação. Se eu estivesse no lugar de Chloe, minha mãe provavelmente faria uma celebração.

O médico já está no quarto faz umas boas horas, e os exames podem demorar ainda mais. O único que está no quarto com ela é seu pai, o que foi um tanto difícil de convencer o rei da França. Para ele, o pai tem que estar no quarto, e não um segurança, mas o convencemos de que era tudo apenas para a proteção da princesa.

– Por que será que estão demorando tanto? – quer saber a Rainha Anne, ansiosa. Seus olhos vermelhos e inchados contrastando com sua postura sempre tão delicada e elegante. Se parece muito com Chloe, desde os cabelos ruivos até o modo de falar.

Como se a estivesse ouvindo, um doutor jovem e muito bonito aparece pelas portas grandes da emergência. Posso ver que todos tentam decifrar sua expressão, mas eu mesma não consigo. Ou talvez eu simplesmente nunca tenha tido muito interesse em interpretar as feições alheias.

Peter e a rainha se levantam imediatamente, os olhares esperançosos direcionados ao médico bonitão.

  – A princesa teve uma parada cárdica, mas está estável agora – o médico se apressa a dizer, esticando as mãos em pedido de calma. Posso ver as pessoas a minha volta suspirarem aliviadas, mas a rainha Anne ainda o olha preocupada, não satisfeita com a declaração, como se sentisse que não é tudo. – No entanto, a saúde de seu coração parece bastante debilitada. Estamos fazendo todos os testes possíveis e eles não devem demorar, devido ao nível de prioridade que a situação exige.

Afirmamos com cabeça. Sabemos que a prioridade vai muito além do risco de saúde que Chloe corre, mas sim o fato de estarem tratando de um sangue real.

  – Obrigado, doutor – diz meu pai com o tom firme que nunca perde de rei.

O homem puxa o ar hesitante, com mais algo na ponta da língua. Olhando sua expressão, não parece nada bom.

  –  Infelizmente, não estamos conseguindo identificar o que está causando a debilidade do coração de Sophie ou as múltiplas convulsões.

  – Múltiplas? – a rainha repete com um fio de voz, levando a mão ao peito como se realmente sentisse dor física ali.

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