Capítulo 5

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Continuamos seguindo aquela estrada que não parece mais ter fim. O belo homem ao meu lado se mantém tão silencioso quanto atento ao lado de fora do veículo, dentro da floresta. Não sei a quanto tempo eu e esse homem sem nome estamos sem dizer uma palavra um pro outro.

Eu não consigo parar de pensar que todas essas histórias de criaturas sobrenaturais existem. Já li muitos livros que falam sobre isso, e vi muitos filmes também, mas todos sempre me pareceram muito exagerados.

Olhando para a estrada percebo que estamos quase chegando na casa da minha tia.

— Está com frio? — pergunta esse ser que está do meu lado no carro.

— Não. — respondo simplesmente. Ele me avalia e da um sorrisinho de lado maldito de lindo.

— Está quieta. Não tem mais perguntas?

— Acredite, tenho muitas.

— Então faça. — ele diz me olhando.

Tenho tantas perguntas que nem sei por onde começar, qual eu faço primeiro. Mas antes mesmo que eu as faça vejo a casa da minha tia logo a frente. Não nego que sinto um alívio por ver algo familiar que me dá conforto depois de todo o terror que passei a pouco tempo atrás.

— Ali. — digo, apontando para casa. — É a casa da minha tia, pode parar lá por favor.

Ele segue mais um pouco com o carro e logo para em frente a casa. Solto o cinto de segurança e antes de sair do carro olho para aquele homem, que no momento apenas me encara em silêncio com aqueles olhos azuis brilhantes.

— Obrigada. — agradeço sorrindo levemente. — Por me... salvar.

Encolho os ombros em um gesto envergonhado por não saber se escolhi a palavra certa. Eu o olho de lado sorrindo sem jeito esperando ele rir ou fazer alguma piadinha sem graça para tirar sarro de mim.

— Disponha. — ele responde simplesmente sorrindo.

O observo mais uma vez o avaliando. Reparo em sua barba por fazer que o deixa muito sexy, e pela primeira vez presto atenção na roupa em que ele veste. Uma camisa de manga branca, com as mangas puxadas até os cotovelos. Uma calça jeans escura e mesmo não podendo ver os seus pés, aposto que ele calça um sapato social chique. Ele está divinamente maravilhoso. Saio do carro rapidamente antes que eu diga alguma coisa no impulso. E antes que ele saia com o carro me lembro que ainda não sei o seu nome.

— Qual o seu nome? — pergunto quando me viro para o carro me abaixando um pouco para vê-lo através da janela do veículo.

— Lester. — responde. — Lester Hill.

— Prazer, Aléxis Campbell. — digo e aceno com a cabeça.

Ele me encara mais uma vez parecendo ponderar alguma coisa.

— Espera. — diz pegando algo que está guardado ao seu lado na porta do carro. — Aqui, já ia me esquecendo. — e me entrega o livro que peguei na biblioteca.

Franzindo minha testa estendo minha mão e pego o objeto retangular levemente pesado.

— Obrigada. — digo sorrindo. Ele me da uma piscadinha e arranca com o carro, me deixando ali babando igual uma idiota.

Como pode ser tão gato? Ah, isso chega a ser frustrante.

Caminho para a casa e me lembro que tudo, minha bolsa, meu celular, meus documentos, tudo ficou dentro do carro da minha tia. Falo um palavrão baixinho e sigo para a casa novamente arrastando os pés.

                                                                                           







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