Capítulo 6

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Acordo no sábado de manhã com o meu corpo todo dolorido. Não me lembro qual foi a última vez que dormi e acordei com o corpo ruim desse jeito, sempre dormi muito bem. Me espreguiço e viro do meu lado direito da cama afundando meu rosto no lençol macio e quentinho, um cheiro que não é desconhecido invade meu nariz. Franzo minha testa e afundo meu rosto um pouco mais no meu edredom. Não pode ser que até aqui, na minha cama, minha mente também esteja criando peças. Com certeza é o cheiro do Lester, não tem como eu estar enganada, afinal de contas esse mesmo cheiro estava por todo o carro dele ontem.

Mas como o cheiro dele veio parar aqui no meu edredom? Será que seu cheiro ficou na minha roupa quando ele me tocou? Mas não pode ser, eu tomei banho e troquei de roupa.

Me levanto sentando na cama, fico olhando aquele pequeno local onde posso sentir o cheiro do Lester, e percebo que de certa forma é tão bom acordar com esse aroma. Dou um sorriso bobo mas logo balanço minha cabeça de um lado para o outro. Devo estar imaginando coisas, ou devo estar carente demais, ele não pode ter entrado aqui no meu quarto. Não tem como.

Vou para o banheiro, escovo meus dentes, coloco uma roupa e calço minha pantufa juntamente com meias para manter meus pés aquecidos. Por mais que eu goste do frio, odeio sentir meus pés gelados. Deve ser tarde já, meus pais devem ter chegado, meu peito se aperta de saudades deles. Eu sei que faz pouco tempo que estou longe deles mas é que sempre fomos muito unidos. Sempre viajamos juntos, papai todo fim de semana leva eu e mamãe para almoçarmos ou jantarmos fora, já que na semana é corrido para nós por causa do trabalho e estudos, então quando chegamos em casa só queremos tomar um banho e descansar. Meu pai é tão super protetor que às vezes é até sufocante, ele sempre quer saber onde vou e com quem vou. O lugar em que eu estarei e muitas vezes eu e ele brigamos porque papai quer me levar e me buscar no lugar onde irei sair com minha amiga como se eu fosse uma adolescente de dezesseis anos. Meu primeiro namoro foi um surto quase psicótico para o meu pai, ele quase enlouqueceu minha mãe, eu tinha dezoito anos na época. Creio que até hoje ele pensa que eu sou virgem, ou ele finge pensar para a sua própria saúde mental. Dou risada com a lembrança pensando no quanto eu os amo.

Saio do banheiro e é nesse momento que vejo, em cima de uma poltrona que se encontra num canto do quarto a minha bolsa. "Mas o quê?" Penso indo em direção a poltrona. Como essa bolsa está aqui? Eu deixei no carro noite passada. Será que minha tia foi buscar o carro na estrada e acabou trazendo a bolsa de volta para mim? Só pode ter sido ela, mas não tenho tempo para me preocupar com isso agora. Saio do meu quarto e desço as escadas com a minha cabeça a mil, tem umas coisas muito estranhas acontecendo aqui.

Assim que chego na sala esqueço de todas essas coisas malucas, pois vejo meus pais sentados no grande sofá conversando com a minha tia e a alegria toma conta de mim.

- Mãe , Pai. - digo indo em direção a eles. Eles se viram assim que ouvem a minha voz e levantando do grande sofá vem em passos rápidos em minha direção sorrindo de orelha a orelha, assim como eu.

- Minha filha. - diz os dois e nos abraçamos apertado. Que saudades que eu estava desse abraço. Eles beijam o topo da minha cabeça.

- Como está querida? - pergunta minha mãe.

- Eu estou bem mãe, e vocês? - digo não conseguindo tirar o sorriso do meu rosto.

- Estamos bem meu amor. - responde minha mãe.

- Só a viagem que é cansativa. Viemos com o carro, achamos melhor. - diz meu pai sorrindo. - Que saudades que eu estava da minha filhota. - diz me abraçando e me apertando como ele sempre faz.

- Eu também pai, estava com muitas saudades de vocês dois.

Passando o momento de carinho que sempre temos um com o outro, e que eu amo, levei meus pais para o quarto que eles irão ficar e depois sai para deixa-los um pouco a sós para tomarem um banho e arrumar suas coisas.

Criaturas Da Noite (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora