Capítulo 28

3K 362 30
                                    

Sai correndo do castelo deixando um Lester de boca aberta, confuso e com muita raiva para trás. Percebi que não sabia para onde ir, pois também deixei Zake no castelo, paro minha corrida abruptamente e olho para todos os lados na floresta, não vejo nada. Me lembro do que a bruxa Aghata me falou, que era só eu me concentrar. 

Fecho meus olhos e tento prestar atenção aos barulhos a minha volta, consigo ouvir o barulho do bater das asas de uma borboleta, uma formiga cortando uma folha com suas garras, ouço insetos andando no chão e nas árvores. Até que consigo ouvir socos, gritos de dor, coisas se rasgando, respirações lentas e pesadas, bater de corações, imediatamente corro em direção de todo esse som.

Em alguns minutos longos demais estou em um lugar mais aberto da floresta, uma clareira, onde as árvores são mais espalhadas que nos outros lugares, permitindo assim a luz do sol iluminar melhor o ambiente, olho ao meu redor e vejo os bruxos Cameron e os duendes lutando bravamente contra muitos lobisomens. 

Vejo um lobisomem tentar matar um dos duendes e parto pra cima dele arrancando sua cabeça, logo vem outro pra cima de mim e me joga no chão, saio arrastando de lado por alguns metros e me levanto em posição de ataque, sem tempo pra respirar o lobisomem vem pra cima de mim rápido e seguro em sua garganta com uma mão, aperto com força ali e arranco suas cordas vocais.

Minha respiração está pesada, alguns fios do meu cabelo escapam do rabo de cavalo. A tanta coisa acontecendo aqui que minha audição fica perturbada por alguns minutos, minhas mãos estão pegajosas de sangue e me pergunto como eu fiz isso, como eu lutei e me defendi. E é claro que meu corpo sabe exatamente o que fazer. Minha mente, meus instintos sabem onde me guiar.

Voltando minha atenção a guerra que segue neste lugar, vejo os bruxos com suas mãos pra cima jogando poderes nos lycans, vejo os duendes correndo rápido, atacando em grupos e fico impressionada pois eles podem usar algum tipo de magia, não sei, eles fazem galhos nascerem do chão perfurando os lobisomens, eles fazem pedaços de pedras consideráveis acertarem as cabeças dos lobisomens, eles pulam entre as árvores e atacam, eles pulam alto para se esquivar de algum ataque, um ajuda o outro, mas vejo que estamos em um número menor.

Fico com medo pelos meus amigos, que estão aqui para ajudar, para vencermos essa guerra e vivermos em paz. Isso tudo é culpa minha, se eu tivesse ficado no Colorado nada disso estaria acontecendo. Vejo Wapasha e corro em sua direção, pego o lobisomem que ele estava lutando pela perna e o arremesso longe.

 - Estamos em um número menor - digo o encarando e socando a cara de um lycan que voa longe.

- Temos que lutar até Lester poder vir ajudar - diz ele fazendo um lycan cair choramingando de dor aos meus pés.

O olho completamente assusta, ainda é dia e nem sei quando anoitecerá, eu sei que posso aguentar, mas eles não. Wapasha percebe minha preocupação e diz:

- Não demorará a anoitecer.

- Quanto tempo? - pergunto.

- Uma hora ou menos - responde ele.

Aceno com minha cabeça e parto pra luta, arranco a cabeça de um lycan daqui, arranco a perna do outro ali, arranco corações e rasgo barrigas fazendo com que órgãos caiam no chão. Minha mão está toda ensanguentada mas não me importo com isso, continuo lutando, vejo bruxos e duendes serem mortos ao meu redor e isso me deixa com ainda mais raiva.

Parece que os lobisomens nunca acabam, quanto mais matamos mais parece que tem. Vejo meu pequeno amigo lutando com um lycan, ele faz uma raiz sair do chão e perfurar a barriga de um lobisomem que cai morto no chão, nossos olhos se encontram e ele sorri, sorrio de volta e um lobisomem o pega pelo braço balançando sua cabeça de um lado para o outro para desmembrar o duende. 

Criaturas Da Noite (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora