Capítulo 12

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Fico encarando aquela cena horrível sem conseguir tirar meus olhos daquela mulher em pedaços, nem vejo Lester chegar perto de mim e me abraçar tapando a minha visão, mas eu reconheci quem era mesmo naquela poça de sangue, órgãos e carne rasgada. Era Rose, a funcionária da casa da minha tia, ótima pessoa, não merecia morrer desse jeito.

Lester me carrega rapidamente pro meu quarto, o olho assustada, algum lobisomem entrou aqui e matou Rose. Será que mataram meus primos e minha tia também? Ah meu Deus, meus olhos enchem de lágrimas e sinto Lester acariciar meu rosto.

- Lester... - digo em meio as lágrimas.

- Tudo bem, tudo bem - diz me abraçando. - Acho que eles estão bem, não vi o corpo de mais ninguém na casa. - diz me tranquilizando.

- Era Rose, a funcionária da minha tia - digo triste.

- Shiii... - digo. - Vamos voltar para o castelo.

Castelo? Ele está se referindo a sua casa? Eu nem reparei que era um castelo, percebi que é grande lá, mas não que é um castelo, e quando saímos foi pela garagem e lá é tão fechado com muros altos e estava tão escuro, fora que minha cabeça estava em outro lugar que nem me preocupei ou interessei em olhar a minha volta. Mas o mais importante, minha tia e meus primos. Por que eles não estão na casa? Por que ainda não me procuraram? Será que não se importam comigo?

- Vamos descobrir onde eles estão - diz Lester percebendo a minha preocupação. - Eu prometo.

Caminhamos pela floresta mais uma vez, Lester pegou uma lanterna pra mim na casa da minha tia. Fico quieta e Lester respeita o meu silêncio, meus primos e minha tia não saem da minha cabeça. Será que aconteceu algo com eles? Será que os lycans os sequestraram? Meu corpo treme só de pensar nisso, tudo o que está acontecendo é culpa minha, e se aconteceu ou acontecer alguma coisa com eles eu não sei o que farei. 

Meus pais morreram por minha causa e não pude os proteger, eu preciso descobrir o que sou de verdade, e protegerei o que restou da minha família.

Olho para Lester e ele já me encara, mas abaixa cabeça quando o pego me olhando. Ele está lindo com seus cabelos bagunçados caído sobre sua testa, e me lembro que nunca perguntei a idade dele, por ser um vampiro com certeza a idade dele será chocante.

- Qual a sua idade? - pergunto sem rodeios.

Lester me olha de soslaio e chuta uma pequena pedra em seu caminho, o vejo suspirando e logo responde.

- 198 anos - diz ainda de cabeça baixa.

- Uau - digo sem saber o que dizer além disso, ele é mais "velho" do que eu achei que fosse.

- Não se impressione, meu pai é bem mais "velho" - diz fazendo o sinal de aspas com os dedos quando disse a palavra "velho". - E meu bisavô mais ainda.

- Quem é seu bisavô? - pergunto curiosa.

- O famoso Conde Drácula - diz com um meio sorriso e me olha. - Era. Ele já morreu, quer dizer foi morto.

- O famoso Conde Drácula foi morto? O vampiro dos vampiros? - pergunto não acreditando.

- Sim, ele caiu em uma armadilha dos lycans com a ajuda de alguns caçadores humanos daquela época - diz. - Foi imprudência da parte dele, mas ele já era bem velho. Já não tinha toda a força que o deixou famoso por muitos e muitos anos.

- Sinto muito - digo baixo.

- Não sinta - diz e me olha. - Ele não era exatamente bom. Meu pai e o pai do meu pai tiveram um trabalhão para limpar a sujeira que ele fez, e trazer a paz para os humanos.

Criaturas Da Noite (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora