Capítulo 16

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Acordo e me espreguiço com Lester ainda abraçado comigo. Olho em volta e percebo que ainda não aterrissamos, faço beicinho e olho para Lester emburrada.

- Estamos quase lá - diz Lester rindo baixo. - O avião não caiu e não é agora que cairá.

- Ai que você se engana - digo. - A quantas horas estamos voando?

- A três horas - diz.

- E quanto tempo falta para chegarmos? - pergunto desconfiada.

- Hum... - diz nervoso.

- Lester... - pergunto inclinando minha cabeça de lado.

- Dezessete horas e vinte e cinco minutos - diz baixo.

- Tudo isso ainda? - digo exasperada.

 Lester afaga minha mão numa tentativa de me acalmar. Como odeio aviões.

A viajem segue um saco, não consigo mais nem tirar um cochilo, Lester puxa assunto para me distrair o que acaba funcionando.

Depois de horas intermináveis Lester me diz que estamos chegando agora. Solto um suspiro de alívio.

Chegamos em Bucareste, aeroporto Otopeni, descemos do avião e pegamos nossas bagagens, há um carro nos esperando e seguimos para Bran, que demora quase três horas.

- Por que estamos indo para Bran? - pergunto a Lester quebrando o silêncio.

- É lá que fica o castelo do meu avô - diz me olhando.

- Do Conde Drácula? - pergunto curiosa.

- Isso - diz sorrindo.

Seguimos o resto do caminho em silêncio, fico admirando a paisagem. Aqui as folhas das árvores são lindas, em tons de amarelo, marrom claro e escuro, laranja, e verdes, todas as cores dão um lindo contraste nas árvores. Sinto Lester segurar a minha mão, o olho e ele sorri, sorrio de volta.

Pelo caminho vejo morros com gramas bem verdes, pastores com suas ovelhas, turistas caminhando, vejo cidadelas com várias casas com aquele jeito de antigamente e é a coisa mais linda que já vi. Aqui é tudo muito encantador e misterioso.

Chegamos a uma vila completamente assombrosa e intimidante, aqui nada parece ter cor. Vejo algumas pessoas andando pelas ruelas com roupas sujas, sem cor nenhuma, pessoas com cabelos compridos que parece não ser lavados a meses, pessoas com o olhar desconfiado, até mesmo alguns amedrontados.

Todas as pessoas não sorriem, permanecem sérias, parecem sempre estar com raiva. Estremeço levemente, aqui é tudo muito esquisito. Vejo bancadas espalhadas pelas ruas, com pessoas vendendo suas mercadorias, peles de animais, animais vivos, animais mortos, carnes com moscas zunindo em cima.

Meu estomago revira e consigo sentir o gosto da bile. Mais adiante vejo uma montanha com um imenso castelo construído em cima, fico imaginando como é que conseguiram construir um castelo desse tamanho em cima dessa montanha.

Todo o topo do castelo é pintado de um vermelho que agora, depois de muitos séculos está desbotado. Seguimos por uma estreita estrada e logo estamos em frente a um portão, com homens o guardando que creio ser vampiros.

Um dos homens grita lá de dentro.

- Quem vem ai?

Lester coloca sua cabeça para fora da janela e responde.

- Lester Hill, filho de Vlad Hill.

Alguns segundos depois o guarda diz.

- Podem abrir os portões.

Criaturas Da Noite (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora