Capítulo 19

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A viajem de volta para Seattle foi mais rápida do que eu pensei que seria, Lester me ligou algumas vezes, até me assustei quando o meu celular tocou, sorte que estava para vibrar se não eu com certeza teria levado uma bronca da aeromoça. Fiquei com meu coração apertado por não ter atendido o telefonema de Lester. Um porque eu estava dentro de um avião, e dois eu não queria arriscar a segurança da minha prima.

Chegando em Seatlle corro para um taxista e peço para me levar para o endereço da casa da minha tia, não muito tempo andando pelas ruas da cidade meu celular toca, olho o indicador e a chamada esta privada, sei que é o homem que me ligou mais cedo com o celular de Jhany.

- Alô? - atendendo no segundo toque.

- Olá linda Aléxis, como foi de viajem? - pergunta simpático.

Franzo minha testa com essa pergunta mas respondo baixo.

- Bem. Como sabe que já cheguei?

- Tenho meus contatos - diz o homem. - Seja lá pra onde você esteja indo mude sua rota, vou te passar o endereço.

Escuto atentamente o endereço que eu terei que ir agora e memorizo, chamo o motorista do táxi e peço para ele me levar ao endereço indicado pelo homem.

Estamos em uma estrada de terra sinistra, vejo o motorista amedrontado, ele para o carro abruptamente e olha para mim com os olhos em pânico.

- Desculpe senhorita, mas vou te levar somente até aqui - diz em tom de desculpa.

- O que? Por favor, eu nem sei onde estou - digo o encarando.

- É só seguir a estrada e você verá uma placa logo adiante, ele te informará pra que lado você terá que ir - diz.

O olho sem acreditar que ele me deixará aqui no meio do nada e sozinha, estou apavorada e não consigo esconder, mas sei que não posso obriga-lo a ir mais adiante. Sorrio fraco para ele e lhe passo o dinheiro da corrida, saio do carro sem dizer nada, nem um adeus.

Seguro minha bolsa com força na minha mão, está dia mas ainda assim a floresta é intimidante. Olho para todos os lados e sigo meu caminho lentamente, olho para trás e vejo o táxi sair do meu campo de visão. 

Graças a Deus vim com uma roupa confortável, minha calça jeans preta, minha bota marrom escura, uma blusinha regata preta e uma jaqueta jeans também preta por cima, parece que estando toda de preto estou indo para minha morte certeira. Estremeço com esse pensamento mas sigo adiante, eu não faço ideia de onde estou, forço minhas pernas a darem um passo de cada vez.

Me assusto com uma coruja que passa voando de uma árvore pra outra, não posso negar que corujas são magnificas, mas com um canto de morte. Continuo meu caminho naquela estrada e logo vejo uma placa enferrujada indicando meu caminho para a esquerda. Nem sei por quanto tempo andei e pra onde estou indo, mas não me sinto cansada, talvez seja a adrenalina.

Logo ouço um barulho a minha esquerda na floresta, paro imediatamente e olho esperando algo ou alguém sair dali, se passa alguns segundos mas não vejo e nem escuto mais nada.

Quando vou dar mais um passo um homem com cabelos até os ombros, razoavelmente forte, com algumas folhas grudadas em seus cabelos, uma camiseta horrorosa e uma bermuda jeans, sai de trás de uma árvore, com um sorriso de divertimento em seu rosto, para a alguns metros a minha frente e me analisa dos pés a cabeça.

Tremo levemente com o seu olhar, tiro coragem não sei da onde para abrir a minha boca e perguntar:

- Quem é você?

Ele apenas me olha com aquele sorriso irritante, gira em seus calcanhares e volta andando para a floresta, fico paralisada onde estou, ele me olha e acena com a cabeça para que eu o siga. 

Criaturas Da Noite (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora