Capítulo 15

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Depois que acabo de tomar o café da manhã, Lester me leva para conhecer a sua propriedade. Aqui é muito lindo, tem uma grande sala, com duas poltronas uma de frente para outra perto da lareira, um grande sofá, tem muitos quartos, um escritório, a cozinha também é grande, mas tudo com um toque de um castelo mesmo, aqueles móveis antigos mas todos bem conservados e envernizados.

A noite fomos para o jardim, que é imenso. Fico encantada, é tudo muito lindo, parece mágico. Vou para o pequeno lago, me abaixo e passo minha mão pela água gelada, sinto meus dedos adormecerem levemente, vejo alguns peixes com cores deslumbrantes nadando por ali.

Lester fica do meu lado observando em silêncio, me levanto e cruzo meus braços sobre o meu peito. O vento sopra gelado e forte, fazendo meus cabelos balançarem para trás, minha pele fica arrepiada por conta do frio. Me lembro da neve em Denver, Colorado, cidade onde moro, ou pelos menos morava, agora com os meus pais mortos não sei onde vou ficar. 

Costumávamos brincar na neve, fazer bonecos, guerras de bolas de neve, era divertido. Me recordo da primavera úmida, o verão seco, o novembro da chuva, como costumamos falar.

Meus olhos se enchem de lágrimas por conta das lembranças com os meus pais, nunca mais viverei nada disso de novo com eles. Me lembro que não sei onde meus pais foram enterrados, pisco várias vezes para afastar as lágrimas, e decido que quero visitar o túmulo deles.

- Lester. - digo o olhando. - Quero visitar o túmulo dos meus pais.

Lester me encara e logo responde.

- Claro. Quer ir agora?

- Se der quero sim. - digo.

- Então vamos. - diz Lester colocando sua mão em meu ombro.

Subo para o quarto e troco de roupa, coloco uma leggin preta, meias, minha bota marrom, um casaco preto e encontro Lester na sala. Ele está vestido com uma calça jeans, uma blusa de frio preta com um blazer preto por cima, um cinto de couro marrom escuro e um sapato social também preto, ele está deslumbrante e elegante. Sorrimos um para o outro e seguimos para o carro. Logo estamos indo para o lugar onde meus pais estão enterrados.

- Onde você pediu para enterrar eles? - pergunto.

Lester pega minha mão e fica segurando, até mesmo quando ele passa marcha do carro não à solta. Acho esse pequeno gesto lindo, e não evito dar um pequeno sorriso.

- Eles estão no cemitério dos vampiros. - diz e olha para mim.

- Os vampiros tem um cemitério? - pergunto o encarando.

- Claro. - responde Lester e sorri.

- Onde? - pergunto.

- Você vai ver. - diz apenas.

Seguimos por uma estrada estreita e um pouco esburacada, depois do que eu acho ser uns quarenta ou cinquenta minutos chegamos em um campo mais aberto. Lester para o carro embaixo de uma árvore e seguimos a pé por uma trilha, logo chegamos em um grande terreno, onde a vários túmulos, com estátuas exageradas, olho em volta e há alguns postes com luzes fracas que mal iluminam o local, é assustador. 

Pego no braço de Lester me aproximando mais dele, ele percebe meu medo e passa seu braço pela minha cintura. Em cada túmulo a uma pedra com o nome dos vampiros que já morreram ou foram mortos. Caminhamos por alguns minutos e Lester para em frente a dois túmulos mais juntos e vejo o nome dos meus pais gravados, um em cada pedra.

Não aguento e começo a chorar, as lágrimas não param de cair, Lester me abraça forte tentando me consolar. Vejo que há uma frase escrita no túmulo deles. Da minha mãe está escrito "Mãe amorosa." e do meu pai está escrito "Pai amoroso". Começo a chorar e a soluçar mais, Lester me aperta mais em seu abraço e alisa carinhosamente meus cabelos.

Criaturas Da Noite (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora