Criaturas Da Noite (EM REVISÃO)

Bônus 9 (Lester)

Depois que Aléxis saiu do castelo fiquei parado sem saber o que fazer ou falar, apenas fiquei encarando a porta por onde o amor da minha vida saiu, para arriscar sua pele. Eu sei que Aléxis é imortal, mas não consigo deixar de não me preocupar com ela. Passo minhas mãos pelo meus cabelos e chuto a poltrona mais próxima a mim, fazendo ela voar e se estilhaçar contra a parede do castelo.

- Porra - grito com raiva.

Ando de um lado para o outro inquieto, minha mente não deixa Aléxis. Como será que ela está? Será que está bem? Será que está machucada? Ela nem sabe lutar. Um grunhido sai do fundo da minha garganta enquanto continuo a andar feito uma barata tonta.

- Lester, eu vou voltar - diz Zake.

O encaro e me aproximo rapidamente dele segurando em seus ombros.

- Pelo amor de tudo o que é mais sagrado, proteja Aléxis para mim enquanto fico preso nessa porra de castelo - digo implorando.

- Claro - diz Zake e sai porta a fora.

Pego uma garrafa de uísque e começo a beber no bico mesmo, Rony olha cada movimento meu mas sem dizer uma palavra, sento na poltrona que está inteira e balanço minhas pernas.

- Eu odeio ficar vulnerável Rony - digo quebrando o silêncio.

- Não demorará muito a anoitecer senhor - diz Rony tentando me tranquilizar.

- Se anoitecesse daqui um minuto pra mim seria muito - digo me levantando e andando de um lado para o outro novamente.

- O senhor tem que reunir o restante dos homens e traçar um plano - diz Rony parado em seu lugar com as mãos para trás.

- Não estou com cabeça para isso agora - digo sem o olhar.

- Eu sei senhor - diz ele calmo. - Mas é melhor nos dizer o seu plano agora.

- Não tenho nenhum plano em minha mente agora Rony - digo irritado.

Paro e tomo mais um gole do líquido da garrafa e olho para meu melhor homem que me encara aparentemente tranquilo.

- Podemos nos dividir pela floresta e alguns de nós atacar por trás assim que soubermos a localização exata do ataque - começa Rony a me explicar o seu próprio plano. - Uns podem atacar pelos lados e outros pela frente apenas como distração. Sei que não somos muitos, mas somos mais rápidos e podemos nos dividir tranquilamente, e com uma boa estratégia poderemos vencer.

O que seria de mim sem esse homem? No meu momento de desespero e preocupação ele pensa por mim.

- Temos armas e balas? - pergunto.

- Temos armas senhor, mas as balas estão em falta, e as que o senhor encomendou ainda não chegaram - explica Rony.

- Ok, temos que nos virar com o que temos - digo me sentando outra vez.

- Irei reunir todos os homens e explicar o plano - diz Rony.

Me levanto e vou até ele e seguro em seu ombro.

- Obrigado meu amigo - agradeço sorrindo fraco.

- As ordens senhor - diz Rony acenando com a cabeça e indo fazer o seu serviço.

Vou até a janela e abro uma brecha da cortina, o sol queima minha pele e praguejo mentalmente. Suspiro em exasperação e rezo para que anoiteça logo.

Nunca em toda a minha existência um dia foi tão longo quanto hoje, parecia que as horas se arrastavam enquanto eu andava de um lado para o outro esperando impacientemente. Parei de beber o uísque em conselho de Marta dizendo que seria bom eu estar sóbrio na luta. Com os planos já explicados para meus homens agora é só aguardar a noite cair.