Capítulo 26

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Eu não consigo deixar de pensar o quanto Lester me faz bem. Desde quando eu vim pra cá, minha vida mudou de uma forma inimaginável. Perdi muitas coisas, e ganhei outras poucas. Já me decidi que não ficarei remoendo o que já passou, afinal se eu ficar triste e chorando pelos cantos trará meus pais e Jhany de volta? Não, então eu irei me vingar sim das pessoas que fizeram tanto mal a mim e a minha família.

Posso estar errada em pensar dessa forma? Sim, mas é o que está na minha cabeça agora. Se eu tivesse perdido eles de uma formal mais "normal", por uma doença, ou acidente de carro, seria mais fácil aceitar. Mas eu os perdi por monstros, monstros egocêntricos que só pensam no próprio nariz, monstros que tem o prazer de matar, e enquanto eu puder eu irei evitar isso.

Estou sentada na poltrona do escritório de Lester lendo um livro sobre lendas, como eu não tinha nada pra fazer e Lester saiu com o bruxo Zake eu vim para cá e olhei sua coleção de livros e acabei escolhendo esse. Vejo a porta se abrindo e reconheço aqueles cabelos escuros e lisos, aquele corpo maravilhoso, aquele sorriso inconfundível.

- Oi - diz Lester.

- Oi - respondo.

- Atrapalho? - pergunta ele fechando a porta atrás de si.

- Não - digo fechando o livro e o colocando sobre a mesa.

Vejo que Lester parece nervoso e preocupado com algo, mas tenta esconder atrás de um sorriso. Me levanto e vou até ele passando meus braços em volta da sua cintura e beijando seu ombro. Ele passa as mãos pelos meus cabelos e beija o topo da minha cabeça. Sinto seu cheiro maravilhoso, meu coração bate forte em meu peito toda vez que estamos assim, tão perto, e sei que ele pode ouvir, mas não me sinto mais desconfortável com isso, ele sabe dos meus sentimentos por ele.

- Seu coração ainda fica acelerado quando ficamos juntos - diz ele e posso ver o sorriso em seus lábios.

- É, ele ainda bate - digo irônica.

Lester sorri mas o sorriso não chega até os seus olhos, o encaro agora preocupada e seus olhos desviam para alguma coisa sem importância.

- Tudo bem? - pergunto.

- Sim - responde ele apenas.

- Lester? - digo o advertindo.

Ele suspira e me olha, sorri fraco e acaricia o meus rosto.

- Sabe o quanto é importante pra mim? - diz ele.

Não respondo nada, apenas fico o encarando sem entender o motivo dessa conversa.

- Quando te vi na biblioteca meu coração bateu tão forte que eu achei que sairia pela minha boca - continua ele. - O sentimento já estava ali, mas eu não percebi na hora, achei que fosse algum tipo de nervosismo idiota sei lá.

- Lester, eu não estou entendendo - digo.

- Eu entrei no seu quarto mais de uma vez só pra te ver dormindo, só pra ficar perto de você, sentir o seu cheiro, te tocar levemente. No começo eu não entendia o porque, mas a minha vontade de ficar perto de você aumentava a cada dia, e quando aquele cara tentou te beijar a força eu senti um ciúmes tão grande, foi tão novo pra mim, eu nunca tinha sentido algo parecido, tudo com você foi novo e incrível - despeja Lester e me da um beijo recatado nos lábios.

- Eu era tão sozinho e escuro, eu nunca tive uma relação de verdade - continua ele. - Sai com algumas mulheres, humanas e vampiras, não quero que você pense que eu era algum mulherengo porque eu não era, mas nada foi tão intenso e especial como foi com você, a primeira vez que te vi na sacada do seu quarto, a primeira vez que nossos olhos se encararam, a primeira vez que eu te toquei, a primeira vez que eu te beijei, a primeira vez que fizemos amor. Foi tudo tão... forte e especial, eu não sei explicar Aléxis.

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