Capítulo 2

3.2K 203 16
                                    

Tris

- Ela está acordando.
- Garota?
Duas vozes falavam, mas ainda estava tonta demais para entender o que estava acontecendo.
Quando finalmente meus olhos se abriram, me levantei no susto e apontei minha faca, que estava dentro da minha bota até agora, para as criaturas que estavam na minha frente. Eram dois garotos, um asiático e um outro com feições ocidentais. Ambos tinham cabelos escuros. Eles estavam com as mãos erguidas, em sinal de inocência.
- Quem são vocês? - perguntei.
- Calma aí. Em primeiro lugar, nós viemos em paz - disse o asiático, abaixando minha mão com a faca. Baixei a mão, mas não a guarda. - Eu sou Minho. Esse é Thomas.
- O que vocês são? Onde eu estou?!
- Somos corredores...
- Corredores?
- Sim - respondeu Thomas. - corremos pelos corredores do labirinto, onde você está, para tentar achar uma saída.
- Labirinto?
Eu havia atravessado os muros. Era isso que existia do lado de fora? Um labirinto?
- Percebi que você não está entendendo nada do que nós estamos falando. De verdade, nós também não sabemos muito, vamos tentar te explicar o que está acontecendo. Se lembra do seu nome?
- Eu me lembro de muito mais do que meu nome.
Minho cutucou Thomas e ambos se viraram se costas para mim. Eles não sabiam sussurrar.
- Ela não veio pela caixa, não é?
- É claro que não! Se ela tivesse vindo, acho que teríamos a visto antes, não acha, Minho?
- Levamos ela para a Clareira?
- Acho que é a única alternativa.
Eles se voltaram novamente para mim.
- Qual é o seu nome? - perguntou Minho.
- Tris. Inicianda da Audácia.
Eles me olharam confusos, do mesmo jeito que eu os tinha olhado quando falaram "labirinto".
- Você se lembra como veio parar aqui? - perguntou Thomas.
- Bem, eu estava fazendo uma excursão pelos muros de Chicago e... - eles estavam me olhando mais confusos ainda. - vocês não estão entendendo nada do que eu estou falando também. Entendi.
Respirei e pensei num jeito de explicar para que eles entendessem. Continuei:
- Eu estava lá no final desse corredor - olhei para trás e vi que não havia mais nada, apenas uma parede. - Mas como assim?! Aqui tinha um corredor! Um buraco abriu no muro e aí...
- Ei, calma! - Thomas veio me acalmar. - Também ficamos surpresos. Aqui sempre teve um corredor e, quando chegamos, não tinha mais e você estava desmaiada no chão. Fique calma. Continue a história.
- Eu estava lá, em Chicago, e aí houve um barulho enorme, uma explosão. Não havia bombas nem nada, apenas o som. Eu caí e comecei a ficar tonta. Mais uma explosão e eu comecei a correr loucamente até o muro. Eu fui correndo e meio que atravessei o muro. Quando cheguei aqui, desmaiei.
- Venha conosco - eles se viraram.
- Para onde? - perguntei.
Minho se virou e disse:
- Para a Clareira.

Sem Roteiro Nessa Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora