John Green
Veronica me levou novamente até a sala de reuniões. Quando chegamos lá, Rick, Suzanne, J.K., James e Rick estavam em pé ao redor da mesa.
- O que vocês querem? - perguntei, ríspido.
- John, eles não vão voltar para os seus próprios livros - afirmou Rick como se tivesse plena certeza que o que falava era real.
- Como é?
- É isso mesmo que você ouviu - interveio Veronica. - Eles não vão voltar.
- O que é isso agora? Estão loucos? Esse era o acordo desde o início! Por que estão falando isso?
- John, você sabe muito bem que não fomos a favor dessa parte do plano desde o início, desde quando você propôs o experimento. É exatamente o que eles disseram: você os uniu e agora quer separá-los de uma vez. É ilógico! - disse J.K.
- Vocês só estão dizendo isso porque são os seus filhos! Ninguém me deu essa opção quando foram os meus.
- Você está certo, é porque são os nossos filhos. Mas émelhor você se lembrar que, quando foram os seus filhos, o que você mais queria era que eles voltassem, assim como os nossos agora. Se eles não querem voltar, não podemos forçá-los a isso, John - disse Suzanne.
- Os meus foram sem reclamar.
- Sim, eles foram. Foram porque os seus filhos são como você: frios e dispostos a fazer tudo apenas seguindo a mente e não o coração - disse Veronica para mim, num tom nada amigável.
- Às vezes é mais sensato seguir a mente do que o coração.
- Você nem parece um escritor falando desse jeito.
- O que importa é que meus filhos sabiam de suas responsabilidades e estavam dispostos a fazer tudo para o bem da causa - respondi no mesmo tom que ela havia usado comigo.
- Bem da causa? - disse Rick. - Que causa? Da sua causa? Só porque você acha que é o certo? Fale sério, John!
- Tudo bem, vocês podem não querer que eles vão embora, mas pensem por outro lado: eles são os originais de suas histórias! Os originais! Se eles não estiverem mais em seus livros, vocês sabem o que pode acontecer!
- As histórias não vão entrar em colapso. As cópias que já estão disponíveis no mercado, as que já saíram daqui, vão continuar iguais - disse Veronica.
- Mas os originais, os que permanecem em nossos sistema, podem se alterar sem seus protagonistas. As histórias foram paralisadas no momento em que os seus queridos saíram. Se eles não voltarem, as histórias ficam paradas para sempre e isso pode causar problemas. As cópias podem ser alteradas! Como vocês podem resolver isso?
- Há milhões deles no mundo, John. Nada nos impede de desenvolver outros para substituí-los nos originais, se for o caso - disse James.
- Ora, vejam só, parece que já têm tudo planejado. Pena que não podem fazer isso. Eu não vou permitir.
Fui em direção à porta para voltar aonde aqueles indivíduos estavam para mandá-los devolta para seus respectivos livros. Eles já haviam me causado problema demais e eu não aguentava nem mais um segundo tê-los por perto. A câmara onde eles estavam era um portal e, apenas apertando um botão, eles voltariam sem poder reclamar ou me impedir. Era o certo a se fazer.
Antes que eu chegasse à porta, Rick e James pararam em minha frente, me barrando.
- O que vocês pensam que eu estão fazendo?
- Nós não vamos te deixar fazer isso, John.
- Vocês não podem me impedir! E além do mais, está escrito que isso aconteceria! Desde quando foi feito o primeiro relatório do experimento, foi determinado que isso aconteceria e, como escritores, é contra nossa constituição desrespeitar o que está escrito, seja em livros, tratados, placas ou relatórios de experimentos! Não se lembram do lema? "Assim está escrito e assim será feito".
- E quem disse que está escrito? - disse Kiera, de trás de mim. Me virei lentamente para encará-la.
- O quê?
Kiera estava sentada na mesa de reuniões, analisando uns papéis.
- Eu já li e reli esse relatório inúmeras vezes e não encontrei nenhum parágrafo, tópico ou cláusula que indicasse que isso aconteceria.
- Me dê isso aqui! - tomei os papéis das mãos dela e me pus a lê-lo. - Não! Não é possível! Rick Riordan, você não escreveu sobre essa finalização do experimento?!
- Era pra escrever? Eu não sabia.
- Como ousam fazer isso?! Vocês desobedeceram ordens minhas!
- John Green - disse James, se aproximando de mim e levando minhas mãos às costas. -, em nome da LDEAT, você está preso.
- Pelo quê?! Por fazer meu trabalho?!
- Não - disse J.K. Rowling. - Por desrespeitar algo que está escrito.
- "Não se pode obrigar uma personagem a fazer o que não quer quando essa estiver com o poder sobre seus atos, apenas quando não houver mais opções" - leu Kiera.
- O quê? Onde está escrito isso?! - ela levou um papel aos meus olhos e pude ler exatamente o que ela havia dito. - Vocês determinaram isso?! Não podem!
- É claro que podemos.
- Está escrito: "apenas quando não houver mais opções.". Vocês não têm opções!
- Temos sim. Assim está escrito e assim será feito.
- Eu não vou deixar isso acontecer! - eu me debatia para tentar me soltar das algemas que James havia me colocado.
- Estamos fazendo o melhor que podemos por quem amamos, John. Você não fez isso pelos seus filhos quando foi a vez deles. Preferiu deixá-los ir por causa do seu "bem maior". Não vamos deixar você fazer isso com os nossos. Você foi controlador demais. Às vezes o coração ganha da razão. Sendo quem somos, temos que dar chance à eles - disse Veronica.
- Você acha que eu não amo meus filhos?
- Eu sei que ama, mas não deu nenhuma chance a eles. Eles aceitaram ir embora depois de um longo período. O mesmo poderia acontecer com os nossos? Talvez, mas não é isso que eles querem. E nós também não queremos isso. Não queremos cometer os mesmo erros que você. Você os acabou perdendo pra sempre.
- Vamos, John - disse Rick. - Você sabe que esse não era o fim que esperávamos pra você. Mas não foi a primeira vez que suas escolhas causaram problemas. Aproveite sua estadia na Cela 123.
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Sem Roteiro Nessa Guerra
RandomJá pensou se todos os seus personagens de suas sagas favoritas se juntassem em uma única história? Em Sem Roteiro Nessa Guerra foi o que aconteceu! Nessa emocionante história, Tris (Divergente), Thomas (Maze Runner), Katniss (Jogos Vorazes), Harry (...