Capitulo 13 ▲ It's my brother

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"Nash!" Falei assim que vi o rapaz de olhos azuis a colocar um copo de leite a uma das raparigas que se encontrava sentada na mesa da cozinha.

"Olá Abigail." Dirigiu-se até mim e beijou a minha testa e eu apenas sorri. "Como foi o teu dia?"

"Foi bom, obrigada." Ele sorriu-me. "Posso falar contigo?"

"Claro, deixa-me só acabar de servir o lanche e já falamos."

"Está bem."

"Já comeste?" Perguntou quando estava a preparar uma sandes.

"Ainda não, mas também não tenho grande fome."

"Eu preparo-te alguma coisa Abigail, tens de comer." Rolei os olhos pelo seu tom autoritário.

"Eu estou bem Nash, não te preocupes." Sorri-lhe de modo a ele não ficar preocupado comigo. "Estou à tua espera na biblioteca, pode ser? Lá estaremos mais à vontade." Ele assentiu e eu fui pelo corredor até encontrar a porta da biblioteca e assim que o ruído desta suou, dando sinal que  a abrira, vi uma cabeça a virar na minha direção vendo de seguida Ana, uma das minhas colegas de quarto.

"Olá Abby , eu já estava mesmo de saída. Fica à vontade." Dito isto pegou no livro que estava a ler atentamente e passou por mim saindo da divisão.

Segundos depois aparece Nash com um tabuleiro que continha duas sandes e dois copos com leite.

"Já estou aqui." Falou colocando o objeto que tinha nas mãos em cima da mesa, onde eu me encontrava a ler o meu livro que imediatamente fora fechado assim que senti a presença do rapaz na divisão. "Fiz isto para nós."

"Eu disse que não  tinha fome Nash."

"E eu disse que tinhas de comer Abigail." Colocou um dos pratos com uma sandes à minha frente juntamente com um dos copos e, um pouco contrariada, acabei por fazer a vontade ao rapaz com os cabelos um pouco compridos de agarrar no pão e dar uma dentada. "Então o que querias falar comigo?"

"É em relação ao tal rapaz." Falei assim que engoli o que tinha na boca.

"Já falaste com ele?"

"Mais ou menos." Voltei a colocar a sandes no prato e aproveitei e dei um gole no leite com chocolate que ele me trouxera. "Eu tentei mas ele voltou a ser rude para mim." Olhei para os seus olhos azuis e este estava atento às minhas palavras por isso decidi continuar. "Ele tem andado bipolar comigo, deixou de ser aquela pessoa simpática que fora durante uns tempos e, como eu já te tinha dito, eu gostava de o ajudar, de o perceber. Eu só não falei sobre este assunto com ele porque ele estava acompanhado e pelos vistos, decidiu voltar ao que era porque tratou-me mal e acho que só não me bateu porque estava agarrado a uma rapariga."

"Que exagero Abigail, ele não te iria bater assim, sem mais nem menos."

"Vê-se mesmo que não conheces o Hayes."

"Hayes?" Vi os seus olhos arregalarem-se.

"Sim, é o seu nome."

"Hayes Grier?"

"Conheces?" Desta vez fui eu quem arregalou os olhos. Como era possível o Nash conhecer o Hayes?

"É o meu irmão." Acho que estava à espera de qualquer outro tipo de resposta mas nunca desta. Como é que era possível eles serem irmãos? Quer dizer, eles não têm qualquer tipo de parecenças, a meu ver, a não ser os olhos, ambos têm os olhos azuis, mas para além disso não vejo qualquer igualdade entre estes dois seres.

"Teu irmão?"

"Sim, o Hayes é o meu irmão mais novo que nunca soube lidar com a morte dos meus pais." A minha boca estava aberta de espanto. Os pais de Hayes morreram e ele tem dificuldades em ultrapassar isso, talvez seja por isso que ele tenha estas atitudes, como sofreu com a morte dos seus parentes mais próximos, também deseja o mesmo sofrimento aos outros. Se calhar Hayes não se quer sentir inferior às outras pessoas por não ter pais, e a sua dor interior faz com que ele tenhas estas atitudes.
Existem milhões de teorias para o seu comportamento bipolar, mas a verdade é que agora a minha vontade de o ajudar e de fazer com que ele ultrapasse esta etapa menos boa da sua vida aumentou, o que torna tudo mais complicado.

"Eu não fazia ideia." Exclamei. "Acho que agora já faz um pouco mais de sentido os seus comportamentos."

"Não Abigail, o meu irmão não tem o direito de te tratar mal e de te inferiorizar, tu és uma rapariga espetacular e com tudo pelo que já passaste nos teus 15 anos de idade não mereces, sem dúvida, nada do que te possa acontecer de menos bom." Nash respirou fundo e parou por uns segundos. "Assim que chegar a casa vou ter uma conversa muito séria com ele."

"Não!" Disse logo. "Por favor Nash não faças isso." Implorei ao rapaz de olhos azuis. Essa era, de todas, a pior ação que ele poderia ter face a este assunto.

"Porquê? Ele tem de perceber que o que está a fazer é, de longe, o mais correto."

"Por favor Nash imploro-te. Eu acredito que o Hayes vai perceber que está errado e vai ultrapassar esta fase complicada da sua vida, só tens de lhe dar algum tempo para ele se acostumar."

"Acostumar?" Perguntou confuso. "O Hayes já teve tempo suficiente para se habituar à ausência dos nossos pais, ele está é a ser um miúdo mimado que tem medo de ficar sozinho no mundo."

"Eu não quero que ele pense que te fui fazer queixinhas Nash. E além disso não é a falares com ele no estado em que estás que vais resolver alguma coisa."

"Aquilo que ele pensa ou deixa de pensar é irrelevante Abigail, agora não posso permitir que ele te faça coisas desse género." Eu sabia que ele tinha razão, por mais que quisesse dizer o contrário, mas a verdade é que gostava de perceber a versão do Hayes e de tentar compreender se ele realmente é assim devido à morte dos pais. Sei que vou continuar a sofrer através das suas brincadeiras dado que o "velho" Hayes voltou, mas se, no final disto tudo ele estiver realmente a ser o Hayes que eu sei que ele é, então estes tempos de bullying valeram a pena. Sei que é esquisito querer ajudá-lo mas, por mais que me tente afastar não consigo. Estou demasiado viciada na sua presença na minha vida.

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