Capitulo 4 ▲ What?

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"Olha, sabes que mais?" Voltou a arrumar as suas coisas na mala. "Eu nem sei porque vim aqui afinal." Colocou a mochila no ombro.

"Eu só estou a fazer isto para te ajudar." Falei um pouco a medo.

"Eu não preciso da tua ajuda, nem da tua nem de ninguém." Levantou-se. "Porque é que de uma vez por todas não se metem na vossa vida e me deixam em paz?" Dito isto, saiu pela porta da biblioteca o mais rápido que conseguiu e eu continuei ali, sentada a olhar para a porta e a perceber o que se tinha passado. Mas o que é que foi aquilo? O que se passou? Ele estava mais chateado do que alguma vez o tinha visto, será que está tudo bem? Aconteceu alguma coisa com ele que o fez ficar assim? Quer dizer, eu sei como é o Hayes mas, nunca o tinha visto tão irritado como o vi agora. Aposto que se passou alguma coisa e eu tenho de saber o que foi.

(...)

"Olá, está alguém em casa?" Disse ao mesmo tempo que fechava a porta de entrada e colocava as chaves no chaveiro. Como não ouvi resposta nenhuma fui até à cozinha onde encontrei um pequeno bilhete em cima da mesa que dizia o seguinte:

Minha querida neta, eu e o teu avô fomos visitar uns amigos e só devemos de chegar depois do jantar. Peço desculpa não ter avisado antes mas foi tudo combinado à última da hora e como sei que tu és uma menina responsável e crescida, decidimos ir dado que já não os víamos há imenso tempo. Desculpa mais uma vez amor mas quero que saibas que se precisares de alguma coisa não hesites em ligar que nós vamos logo a correr. Adoro-te muito meu anjo,

Avó

Depois de ler aquilo voltei a colocar o pequeno papel em cima da mesa e fui até à sala onde liguei a televisão e sentei-me no sofá, colocando uma almofada no meu colo. Se tinha trabalhos? Não, dado que o menino Hayes demorou uma hora a aparecer e consegui despachar os trabalhos todos que tinha e como já tenho a maioria dos trabalhos adiantados não tenho nada para fazer. Se quero ir estudar? Estranhamente não tenho lá grande vontade de o fazer, apenas consigo pensar na atitude esquisita do Hayes esta tarde. Será que ele está com problemas em casa? O que poderá ter acontecido?

Não sei quanto tempo passou mas a verdade é que já estava a começar a ficar com fome por isso decidi ir fazer qualquer coisa para comer. Levantei-me e fui até à cozinha onde abri os armários para me inspirar para cozinhar, e como vi arroz decidi fazer um prato simples, arroz e frango. Sei que não é nada de especial mas não sou nenhuma cozinheira profissional e também sou só eu a comer por isso não faz diferença. Ao fim de vinte minutos já me encontrava a comer e com um silêncio horrível, odeio estar sozinha em casa. Como estava entediada decidi ir ao quarto buscar o meu MP3 e as colunas, que levei para a cozinha e liguei começando a dar uma das minhas músicas preferidas, Don't Stop dos 5 Seconds of Summer. Comecei a dançar feita maluca e de vez em quando ia até ao prato e colocava comida na boca, acho que cheguei a sujar o chão devido à minha parvoíce mas eu depois limpo. Assim que a música acabou começou uma mais calma e por isso sentei-me à mesa e acabei de jantar sossegada e de seguida arrumei a cozinha que estava um pouco suja devido ao meu momento menos normal, digamos assim. Fui até ao quarto e fiz a mochila para o dia seguinte verificando várias vezes. Não podia correr o risco de me esquecer de alguma coisa.

(...)

Acordei com o meu telemóvel a tocar e assim que esfreguei os olhos e a minha visão ficou nítida, olhei para as horas e achei muito estranho estarem a ligar-me às três da manhã. Quem será? Peguei no aparelho que ainda não se tinha calado e vi que era um número desconhecido. Ainda estive um pouco hesitante se atendia ou não, mas algo me disse para eu atender aquela chamada, por isso assim o fiz.

"Estou?" Só espero que não seja ninguém a gozar com a minha cara.

"Boa noite." Era uma voz adulta por isso calculo que não seja alguém para gozar comigo. "Peço imensa desculpa estar a incomodá-la a estas horas mas não tenho as melhores notícias para si."

"Quem fala?" Perguntei depois de olhar mais uma vez para o número, não o reconhecendo.

"É do hospital." Do hospital? Mas o que é que aconteceu?

"Desculpe mas eu não estou a perceber." Sentei-me direita na cama. "Fala do hospital? Mas o que é que se passou?"

"Você não é a Sra. Abigail Clarckson?"

"Sim, sou eu." Ai senhor mas o que é que aconteceu? Estão a deixar-me preocupada... "Mas diga lá o que aconteceu por favor."

"Lamento o que vou dizer mas..." Hesitou e eu já me estava a passar com a mulher.

"Fale de uma vez por favor!" Disse já sem qualquer paciência. Mas a mulher fala ou nem por isso?

"Os seus avós..."

"O que é que lhes aconteceu?" Acho que neste momento deixei de respirar.

"Eles..."

"Ai por favor fale!"

"Eles estão mortos." Deixei de ter chão neste momento. "Lamento."

"O quê?" Falei quase num sussurro. "Não, isso não é possível!" Não posso acreditar numa coisa destas. "Eles estão em casa eu sei que..." Parei de falar assim que entrei no quarto deles e vi que a sua cama estava perfeitamente feita, o que significa que não tinha estado a dormir ali ninguém nas últimas horas.

"Lamento." Lágrimas começaram a sair pelos meus olhos, como é que isto foi acontecer?

"Eu vou já para aí, com licença." E desliguei.

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