Capitulo 18 ▲ Mr. Olsen

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Cheguei ao orfanato e depois de cumprimentar Sisley, o porteiro, segui caminho até ao meu quarto para colocar a minha mala.

"Meninas, venham rápido para baixo que o Mr. Olsen está mesmo a chegar e sabem como ele odeia esperar." Jo falou ao mesmo tempo que abriu a porta e vi as minhas companheiras de quarto a ficarem um pouco tensas.

"Mr. Olsen?" Perguntei confusa depois de Joane fechar a porta.

"Mr. Olsen é o responsável pelo orfanato." Anna responde. "Ele raramente aparece cá mas cada vez que vem parece a tropa."

"Uma coisa que precisas de saber sobre as visitas do Mr. Olsen: nunca, mas nunca, negues nada do que ele disser, de preferência, nem sequer lhe digas nada. Apenas fica calada." Sophia acrescentou.

Não percebo como é que esse Mr. Olsen pode ser tão assustador, será que ele é assim tão mau como elas o estão a demonstrar? Quer dizer, ele tem um orfanato repleto de crianças a que ponto é que ele pode ser assim tão rufia?

"Agora vamos, não podemos chegar atrasadas." Anastasia fala mais uma vez e sai do quarto sendo seguida por as outras duas raparigas e pela minha pessoa até ao andar de baixo onde já se encontrava toda a gente perfeitamente alinhada em três filas, sendo que as mais altas se encontravam na última fila. Todos se encontravam em silêncio e bastante arranjados, o que só prova que todas estas pessoas prestam demasiada importância ao responsável por este lugar a que dão o nome de orfanato. Coloquei-me num lugar na fila do meio e olhei para as duas raparigas que se encontravam ao meu lado sendo que eu desconhecia a do meu lado esquerdo, mas a que se encontrava do meu lado direito eu reconheci como sendo a Mila.

"O que é que se está a passar? Porque é que parecemos todos um robots que mal se movem?" Perguntei o mais baixo que consegui de modo a ela ouvir-me mas assim que esta ia a responder ouve-se o som da campainha.

"É agora." Ela falou com o mesmo tom de voz que eu e respirou fundo fechando os olhos.

Começaram-se a ouvir passos e assim que olhei para a porta da sala de convívio vi um rapaz ligeiramente alto, moreno e de olhos castanhos a entrar pela divisão. Ele era novo, não aparenta ter mais de 20 anos de idade e encontra-se perfeitamente arranjado num fato azul e com uma camisa branca. Não pude deixar de reparar que ele é realmente bastante atraente.

"Boa tarde." Ele proferiu e reparei no quão grave e rouca é a sua voz.

"Boa tarde Mr. Olsen." Todos responderam e eu fiquei um pouco nervosa pois não sabia como é que isto iria funcionar. Ele seria assim tão intimidador como me disseram?

"Lamento mas o meu pai hoje teve assuntos mais importantes a tratar então ele pediu-me que fosse eu a vir." Ninguém respondeu, apenas Joane se aproximou um pouco do rapaz.

"Não tem problema Mr. Olsen, é um prazer recebê-lo." Joane diz e eu consigo perceber como ela se encontra nervosa devido a ligeiras falhas na sua voz. "Não sei se já reparou mas nós temos uma nova hóspede no orfanato."

"Sim, o meu pai falou-me em algo do género." Ele olhou para as raparigas que se encontravam nas filas, provavelmente à procura de quem seria a nova jovem. "Quem é ela?" Perguntou sem nunca olhar para a senhora para quem se dirigia.

"Abigail." Joane chamou-me e eu engoli seco começando a aproximar-me dela mas sempre a olhar o chão. "Mr. Olsen esta é a Abigail, a nossa nova hóspede." Com algum receio olhei para o rapaz à minha frente e consegui perceber que afinal ele não era assim tão alto como aparentou quando entrou.

"Prazer Mr. Olsen." Falei um pouco baixo pois não tinha a certeza se devia dizer alguma coisa, tentando ser o mais educada possível. Eu sei que Sophia me disse para eu ficar calada, mas pelo que percebi quem costuma vir a este tipo de ocasiões é o seu pai e não ele, por isso penso que não faça mal eu ter proferido uma pequena palavra.

"Mas que falta de respeito!" Disse e deu-me uma chapada o que me fez ficar chocada. Por que razão é que ele me bateu? "Eu sou seu superior, não tem o direito de me dirigir a palavra!" Passei a mão pela cara que agora se encontrava um pouco dormente devido à pancada que levara.

"Peço desculpa Mr. Olsen." Falei sem pensar e rapidamente a minha cara virou-se para o lado contrário à chapada anterior e aí percebi que o rapaz à minha frente me batera novamente.

"Esteja calada piolho!" Ele ripostou. "Mas quem é você para falar comigo?" Engoli seco assim que ele me pegou no braço com força e me puxou para mais perto da sua cara. "Vocês todos não passam de pirralhos que só estão aqui para nos infernizar a vida. Por isso nem ouse falar novamente comigo, estamos entendidos?" Apenas assenti e comecei a sentir os meus olhos a ficarem húmidos. Agora sim percebo o porquê de Ana ter dito que isto mais parecia a tropa, e eu não posso deixar de concordar.

Ele empurrou-me, largando-me, o que me fez cambalear um pouco para trás e acredito que se Joane não me tivesse agarrado eu teria caído no chão.

"Mr. Olsen e que tal irmos até ao escritório para falarmos? Tenho a certeza que isto poderá ser resolvido..." O rapaz não disse nada apenas passou por mim e por Joane e seguiu em direção a que eu penso ser o escritório pois foi imediatamente seguido por Joane.

"Tu estás bem?" Ouvi uma voz a vir na minha direção e assim que olhei em frente reparei em Mila a vir ao meu encontro.

"Sim."

"Eu disse-te para ficares calada!" Sophia fala. "Agora prepara-te que estás feita." Olhei-a confusa.

"Como assim?"

"O Mr. Olsen ficou passado por lhe teres dirigido a palavra, achas mesmo que vais passar imune disto?" Uma rapariga, que se não estou em erro o nome é Tiana,  falou e mais uma vez fiquei à nora nesta conversa.

"Não te preocupes Abigail, a Jo não te vai deixar sair daqui." Mila falou colocando a mão no meu ombro.

"Mas alguém me pode explicar o que se está a passar, por favor?"

"Quando tu desrespeitas uma das regras és punida, e acredita que os castigos não são muito bonitos." Camilla responde.

"Como assim desrespeitar uma das regras?"

"Uma das regras para quando o Mr. Olsen cá vem é não lhe dirigir a palavra seja por que motivo for." Ana disse. "E tu acabaste de o desrespeitar."

"Mas eu não sabia de nada disso, como é que eu ia adivinhar?" Tentei defender-me.

"Porque achas que eu te disse aquilo antes de virmos?" Sophia insiste. "Esquece, estás feita com ele."

"E ainda por cima é o filho." Ouvi alguém dizer.

"O que tem se foi o filho ou não?"

"O filho do Mr. Olsen é muito mais severo nestas coisas. Mas tenho a certeza que a Jo vai arranjar uma solução." Mila fala e eu acho que fiquei ainda mais nervosa e com receio do que me possa acontecer. Poderá ser assim tão mau?

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