Capitulo 31 ▲ What was that for?!

177 18 9
                                    

"Eu durmo na sala, podes ficar com a minha cama." Nash falou ao fim de algum tempo de estarmos na sala a olhar para a televisão.

"Não Nash, nem penses!" Contradisse. "Ficas na tua cama que eu durmo perfeitamente no sofá."

"Não Abigail, já disse que durmo no sofá e tu ficas na minha cama." Quando ia a ripostar a sua argumentação ele interrompe-me. "Não se fala mais no assunto." Decidi permanecer calada e ao fim de uns minutos levanto-me.

"Eu vou-me deitar, está bem?"

"Boa noite Abigail." Nash falou e depois de perceber que Hayes não ia dizer nada, desejei as boas noites aos dois rapazes e fui até ao quarto.

Fiquei um pouco confusa em qual seria a cama de Nash, se a que se encontrava à minha frente ou a que se encontrava na parede do meu lado direito. Decidindo arriscar fui até à cama que se encontrava à minha frente e abri os lençóis, deitando-me.

Estava mesmo quase a adormecer quando sinto algo a deitar-se ao meu lado e quando me viro reparo que é Hayes.

"Hayes?" Falei meio ensonada e vi o rapaz a sair da cama numa rapidez incrível e a acender o pequeno cadeeiro que se encontrava em cima da mesa-de-cabeceira.

"Fogo assustaste-me." Disse tentando controlar a sua respiração.

"Desculpa." Falei sentando-me e esfregando um pouco os olhos para me habituar à luz na divisão. "O que é que estavas a fazer?"

"Eu não sabia que estavas aí, essa é a minha cama." Corei com as suas palavras e se por acaso estivesse ali um buraco eu ter-me-ia enfiado e provavelmente nunca mais sairia de lá.

"Desculpa." Rapidamente afastei os lençóis e levantei-me da cama. "É que eu estava um pouco indecisa em qual seria a tua ou a do teu irmão então eu pensei que..."

"Tudo bem, não tem mal." Interrompeu-me e eu apenas engoli seco. Não sei mesmo como reagir quando ele é bom para mim. "Desculpa se te acordei."

"Não tem mal, eu nem estava bem a dormir." Encolhi os ombros e apenas ficámos ali em pé, em silêncio, apenas separados por uma cama.

"Podes dormir aí eu fico na do meu irmão." Dito isto ele foi até à cama do irmão e afastou os lençóis metendo-se lá dentro. Eu entrei novamente dentro dos lençóis e apaguei a luz da cabeceira tapando-me. "Boa noite Abby." Arrepiei-me quando ele proferiu estas palavras e engoli seco antes de responder.

"Boa noite Hayes."

(...)

Não faço ideia quanto tempo passou desde que me voltei a deitar mas a verdade é que desde que Hayes me despertou que não consigo voltar a cair no sono. Tentando fazer o mínimo barulho possível fui até à cozinha passando pela sala e vendo um Nash a dormir profundamente.

Abri o armário dos copos e tirei de lá um colocando um pouco de água de seguida. Encostei-me ao balcão deixando o líquido escorregar pela minha garganta calmamente. Quando o copo já se encontrava vazio coloquei-o no lava-loiça e dirigi-me de novo até ao quarto sem fazer qualquer barulho para não acordar ninguém.

Quando cheguei ao quarto encostei a porta e fui até à cama, mas antes de chegar a esta assustei-me com a sua voz.

"Está tudo bem?"

"Credo assustaste-me." Disse virando-me para ele e vendo-o a sentar-se na cama e de seguida a levantar-se. "Pensei que estivesses a dormir."

"Não paravas de andar às voltas na cama."

"Desculpa, não te queria perturbar..." Baixei a cabeça quando ele já estava mais perto de mim.

"Não respondeste à minha pergunta..." Disse ao mesmo tempo que me obrigava a encará-lo.

"Está tudo bem, fui só beber um pouco de água." Ele assentiu e continuou a olhar-me. "Eu vou-me deitar, desculpa mais uma vez." Disse e virei costas para me voltar a deitar mas Hayes agarrou no meu braço virando-me bruscamente e colidindo os nossos lábios. Não vou mentir que não senti nada naquele momento porque senti. Um misto de emoções que é sem dúvida demasiado complicado para se explicar com palavras.

Os meus braços rodearam o seu pescoço involuntariamente e a sua mão foi até à minha cara e a outra foi colocada na minha anca puxando-me mais para si. Senti o meu corpo a ser levado para trás e ambos caímos em cima da cama o que me fez perceber que o que nós estávamos a fazer era errado, muito errado.

Afastei-o rapidamente de cima de mim e levantei-me da cama o mais rápido que consegui.

"Para que é que foi isso?"

"Vais dizer que não gostaste?" Hayes falou vindo ao meu encontro novamente o que me fez engolir seco e afastar-me à medida que ele se aproximava.

"Hayes..." Falei num tom quase inaudível até chocar contra uma parede. "Porque é que fizeste aquilo?" Perguntei olhando nos seus olhos azuis assim que ele me encurralou entre si e a parede.

"Diz lá que não sentes nada por mim Abby..." Falou demasiado perto de mim o que me fez arrepiar.

"Não sinto." Falei com a voz um pouco tremula com o pensamento do que poderia vir a acontecer neste espaço.

"Não acredito." Ele passou a sua mão ao longo do meu braço nu o que fez a minha pele arrepiar-se por completo. "Adoro o facto de responderes a cada gesto que faça..." Falou num tom de voz rouco o que me fez derreter por completo e a minha respiração ficar mais acelerada. Meu Deus o que é que se passa comigo?! "Beija-me Abigail..." Rapidamente neguei com a cabeça.

"Porque é que estás a fazer isto?" Ele definitivamente devia de estar a gozar com a minha cara. Mas onde é que ele quer chegar com isto tudo? De certeza que quer chegar à escola e gabar-se aos seus amigos que se aproveitou de mim.

"Eu sei que queres isto tanto como eu." Ele colocou a mão no meu queixo e levantou a minha cara ficando com os nossos lábios a milímetros de distância.

"Hayes..." Tentei pará-lo mas as palavras e as forças para o fazer eram nulas. Ele tinha razão, eu queria isto tanto ou mais que ele. Mas eu não podia... "Eu não posso." Finalmente consegui proferir alguma coisa, mesmo que tenha sido quase inaudível.

"Esquece o teu namorado, esquece as outras pessoas." Falou mais como um sussurro. "Só estamos aqui nós os dois." Olhei para os seus lábios e eu tinha uma vontade enorme de os colar aos meus e sentir aquele formigueiro na barriga, aquele misto de emoções que senti ainda à pouco. Mas é errado...

Abstraindo-me de qualquer tipo de pensamento aproximei os meus lábios dos seus mas ele afastou-se. Olhei-o confusa e aproximei-me novamente mas ele afastou-se mais uma vez. Um pouco confusa com o sucedido deixei de o tentar beijar. Ele é realmente demasiado confuso.

"Beija-me!" Falou novamente cada vez mais perto de mim.

"Tu estavas a afastar-te, logo não queres."

"Eu não quero que tu desistas. Se me queres beijar fá-lo mas não penses em mais nada a não ser beijar-me." Olhei os seus olhos azuis uma última vez e uni os nossos lábios como um só.

Dating Text ▲ H.GOnde histórias criam vida. Descubra agora