"Podemos falar?" Ouvi Nash a entrar na biblioteca ao mesmo tempo que me perguntava.
"Claro." Disse e fechei o caderno de ciências onde me encontrava a estudar. "Aconteceu alguma coisa?" Perguntei-lhe devido à sua expressão facial.
"Eu ontem estive a falar com o meu irmão e..."
"O quê?" Eu quase gritei interrompendo-o. "Nash eu pedi-te por tudo para não lhe dizeres nada, porque é que o fizeste?" Tudo bem que Hayes hoje não me fez nada, e eu agradeço por isso, mas tenho a certeza que ele anda a magicar qualquer coisa para me deitar ainda mais abaixo.
"Nada disso Abigail, eu não o confrontei com a tua pessoa." Olhei-o confusa e, de certo modo, aliviada.
"Então o que é que lhe disseste?"
"Eu apenas perguntei como é que iam as coisas na escola, se ele andava a armar as tipicas confusões dele e perguntei-lhe como é que estavam as notas, nada mais." Confesso que ele me tirou um peso de cima, não imagino como seria se ele lhe tivesse contado tudo. Eu tenho medo do que ele possa fazer se descobrir. "Eu queria ver se ele me contava alguma coisa por si próprio, sem eu puxar o assunto."
"E ele não disse nada?" Nash negou e eu não fiquei muito surpreendida pois isto é tipico de Hayes.
"Eu tenho de ir, e já sabes, se ele te fizer alguma coisa tu dizes-me, está bem Abigail?" Eu rolei os olhos e sorri.
"Sim Nash, não te preocupes." Ele sorriu também e depois de beijar a minha testa abandonou a biblioteca deixando-me novamente sozinha, apenas na companhia dos livros.
(...)
Depois da hora de jantar não há muito a fazer, quase todos vão para a sala de convívio ver televisão, conversar, jogar jogos de tabuleiro, até mesmo os mais pequenos levam os seus brinquedos e sentam-se lá no chão, mas como sempre, eu sou diferente e vou para a biblioteca ler um pouco, ou então para o meu dormitório aproveitando para estar um pouco só, como é o caso.
Eu gosto de estar sozinha porque faz-me relaxar, faz com que eu pense nas coisas da vida e por aquilo que eu já passei, tanto de bom, como de mau. A vida nem sempre é fácil e todos nós a vivemos de maneiras diferentes, uns, como a têm mais facilitada, desperdiçam-na a fazer parvoíces que só faz com que não a aproveitem da melhor maneira, por outro lado, existem aqueles que têm de trabalhar para chegar a algum lado e que, por vezes, são aqueles que até passam dificuldades em casa, tanto monetárias como sociais. Sinceramente eu nem sei em que tipo de vida eu me encaixo porque eu não me lembro dos meus pais e nem sei como é que eles eram em casa, se discutiam, se tratavam bem de mim ou não. Pelo que eu ouvia da minha avó os meus pais amavam-se e assim que eu nasci o amor deles tornou-se ainda mais forte. Com os meus avós eu não tenho razão de queixa, eles eram as pessoas mais amáveis que eu alguma vez conheci em toda a minha vida. Mas para eles chegarem onde estavam eles tiveram de trabalhar e lutar muito, tal como eu irei fazer. Talvez o meu tipo de vida seja a mistura dos dois, quem sabe.
Os meus pensamentos foram interrompidos pelo som vindo do meu telemóvel, sinal que tinha recebido uma mensagem. Bufei com o sucedido e levantei-me um pouco contrariada em direção ao móvel onde se encontrava o objeto que emitira o som.
Desconhecido: Tenho saudades tuas :(
Eu: Deixa-me em paz.
Desconhecido: É isso mesmo que queres?
Eu: Porque é que tens tanto interesse em falar comigo?
Desconhecido: Tu chamas a minha atenção.
Eu: O quê?!
Desconhecido: Tu cativas-me e o facto de seres misteriosa faz com que eu me queira aproximar cada vez mais de ti.
Eu: Porque é que não vens ter comigo pessoalmente? Acho que aqui o misterioso és tu, não eu.
Desconhecido: Acredita, todos os dias eu estou mais perto de ti do que aquilo que tu imaginas.
Eu: Eu só queria saber mesmo quem tu és...
Desconhecido: E irás, eu prometo.
Eu: Quando?
Desconhecido: Na altura certa.
Eu não sabia o que responder por isso optei por não dizer mais nada e acabei por me deitar na minha cama pensando em quando é que eu iria descobrir quem é a pessoa por detrás destas mensagens misteriosas.
(...)
QUI / 05 / MARÇO / 2015
Acordei com o despertador e rapidamente o desliguei porque não era minha intenção acordar as restantes raparigas que ainda se encontravam a dormir. Levantei-me e depois de abrir a gaveta da minha mesinha de cabeceira e tirar de lá a bolsa de higiene, saí do quarto e fui até à casa de banho onde fiz a minha higiene e voltei até ao quarto onde peguei na roupa que iria vestir e fui até aos balneários onde tomei um bom banho quente e relaxante mas suficientemente rápido pois daqui a pouco o espaço irá encontrar-se repleto de raparigas desorganizadas e com pressa para se lavarem de modo a não chegarem atrasadas. Assim que já me encontrava completamente pronta, vestida inclusive, dirigi-me ao meu dormitório mais uma vez e arrumei o pijama no armário e fiz a minha cama descendo até à cozinha.
"Bom dia." Falei para Joane e para umas raparigas que já se encontravam sentadas à espera do seu pequeno-almoço.
"Bom dia Abigail, podes ir sentar-te que eu já te levo o pequeno-almoço." Eu assenti e sorri de leve para a senhora e fui-me sentar esperando pelo comer. A certa altura sinto o meu telemóvel a tremer e rapidamente o retiro vendo uma mensagem do número desconhecido.
Desconhecido: Bom dia! Dormiste bem?
Rolei os olhos por o rapaz nunca mais se revelar e continuar a mandar mensagem mesmo com a minha rejeição constante. Não percebo o porquê da sua insistência.
Eu: Por favor, tu não desistes?
Desconhecido: Não. Eu gosto de raparigas difíceis ;)
Eu: Aposto que tens alguém atrás de ti, porquê eu?
Desconhecido: Por isso mesmo.
Eu: Pelo quê? Desculpa não percebi...
Desconhecido: Por achares que todas as outras raparigas são melhores que tu, mas enganas-te. Tu és uma das raparigas mais bonitas que eu alguma vez vi, e acredites ou não, eu acho-te uma miúda cinco estrelas, pronta a ajudar tudo e todos, e realmente tenho pena por tudo aquilo que já passaste naquela escola. Eu gostava realmente que tu olhasses para ti da mesma maneira que eu te vejo, pois nunca mais irias dizer nada que te mandasse abaixo. Tu és demasiado especial e também demasiado frágil para ser quebrada, e eu prometo que vou dar o meu melhor para que isso não aconteça.
Eu fiquei sem qualquer reação perante a mensagem que ele me mandara e, como tal, decidi não responder. Mas a vontade de querer saber quem ele é cresceu, e eu só espero que não demore muito até descobrir o autor destas palavras.
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Dating Text ▲ H.G
Fiksi Penggemar"Olá." "Que queres?" "Conhecer-te :)" E foi assim que tudo começou. [BOOK ONE OF "DATING TEXT" TRIOLOGY] | ATENÇÃO: HAVERÁ LINGUAGEM QUE PODERÁ SER AGRESSIVA, E PODERÃO SER, AINDA, UTILIZADOS ALGUNS PALAVRÕES. CENAS DE VIOLÊNCIA E SEXUAIS PODERÃO T...