Capitulo 55 ▲ I missed you so much

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Primeiro dia da segunda semana de aulas termina e eu vou até ao carro preto de Kevin que se encontra no portão.

"Olá." Falo para o senhor já com alguma idade e este apenas sorri.

"Olá menina, como foi o seu dia?"

"Foi bom, obrigada Kevin." O senhor arrancou assim que teve oportunidade, e conduziu até casa. "O Cameron não veio?"

"Não menina, o senhor ficará a trabalhar até tarde hoje, por isso vim apenas eu buscá-la."

"Tudo bem." Falei e o resto da viagem foi passado em silêncio.

(...)

"Abigail?" Ouvi o meu nome a ser pronunciado do andar de baixo e rapidamente deixei o meu telemóvel em cima da cama, seguindo pelas escadas abaixo, até encontrar Cameron que se encontrava sentado na sala. Ele já chegou? Nem ouvi a porta a abrir...

"Não sabia que já tinhas chegado..." Falei e este assim que ouviu a minha voz, virou apenas a cabeça por estar sentado no sofá e sorriu-me.

"Cheguei agora." Levantou-se e virou-se para mim. "Vem sentar-te aqui ao pé de mim, tenho saudades de estar contigo..." Um arrepio percorreu toda a minha espinha e eu apenas ignorei.

Ele não me vai fazer nada, vamos só estar um ao pé do outro...

"Vou alugar um filme de comédia, podíamos ver, que dizes?" Engoli seco assentindo.

A verdade é que já não estou com Cameron há algum tempo, e não sei muito bem como tem estado o seu temperamento. Ele agora passa grande parte do dia fora e quando chega a casa vai direto para o quarto, o que eu agradeço.

Se tenho saudades de estar com ele? Bem, algumas, mas apenas daqueles momentos em que ele é verdadeiramente amigável comigo. Ele consegue ser uma ótima pessoa quando está num bom dia, e eu tenho saudades desses tempos.

"Claro." Respondi e caminhei até ao sofá, sentando-me ao seu lado. "Qual é?"

"Neighbours 2 (Má Vizinhança 2/ Vizinhos 2)." A sério?! Não podia ter sido outro filme?

"Tudo bem." Suspirei, não gosto do filme e não gosto da pessoa com quem o fui ver ao cinema.

Mas quem é que eu quero enganar? Aquela foi, talvez, a melhor vez em que eu estive com ele...

Cameron colocou o braço em volta do meu pescoço e puxou-me para o seu peito. Ele afastou-me um pouco do sofá, deitando-se neste e colocando-me entre as suas pernas, de modo a eu estar também deitada contra ele. Confesso que era uma posição demasiado constrangedora para mim.

Tivemos o filme todo na mesma posição, Cameron olhava atentamente para a televisão ao mesmo tempo que fazia pequenas festas no meu braço esquerdo. No final do filme ele sentou-se e puxou-me consigo.

"Gostaste do filme?" Perguntou abraçando-me e afastando um pouco o meu cabelo, dando-me um leve beijo no pescoço.

"Sim, foi interessante." Disse, mentindo. Este foi, de todos, o pior filme que eu alguma vez vi!

"Ainda bem." Beijou mais uma vez o meu pescoço e vi a sua mão a entrar pela bainha da minha camisola, sendo imediatamente parada por mim.

"Cameron, eu tenho que... ir..." Falei tentando arranjar alguma desculpa, mas a verdade é que não me ocorria nada naquele momento. Estava a começar a ficar nervosa com aquilo que ele me poderia fazer, o que não me deixava pensar direito ou sequer proferir algo com sentido.

"Diz Abigail..." A sua mão entrou novamente pela minha camisola e começou a subir ao longo da minha barriga. "Senti tanto a tua falta..." A sua mão encontrou um dos meus seios e apalpou-o, fazendo-me arrepiar.

Eu só quero que isto pare, por favor!

"Sentiste a minha falta bebé?" Engoli seco com a utilização das suas palavras.

"Menino Cameron, desculpe interromper." Gloria apareceu o que fez com que Cameron tirasse a mão de dentro da minha camisola, o que me fez agradecer mentalmente.

Levantei-me o mais rápido que consegui e antes que eles conseguissem fazer alguma coisa para eu ficar, já me encontrava a subir as escadas, indo até ao meu quarto onde fechei a porta, encostando-me nela, e acabando por deslisar por esta mesma até me encontrar sentada no chão. Levei as mãos à cabeça e escondi esta entre os meus joelhos.

Eu quero ir-me embora daqui, eu preciso de me ir embora daqui!

Limpando as poucas lágrimas que me escorreram pelos olhos, levantei-me e peguei na mala de viagem que ainda continha algumas roupas e coloquei lá ainda mais roupa, mas desta vez lavada, e ainda o que era necessário para o dia de amanhã na escola. Fui até ao parapeito da janela e depois de espreitar lá para baixo, vejo que se me conseguir empoleirar na árvore à frente da janela, consigo descer sem dar muito nas vistas.

Voltei para a minha cama e agarrei no meu telemóvel, procurando pelo contacto que eu precisava naquele instante. Nash.

"Estou?" Ouvi a sua voz. "Abigail?" Hayes perguntou, confuso.

"Hey, o teu irmão está por aí?" Perguntei tentando despachar o rapaz do outro lado da linha. Ainda não me esqueci da maneira amarga que ele proferiu aquelas horríveis palavras.

"Sim, ele está na cozinha."

"Ótimo, podes passar-lhe o telefone então?" Coloquei a minha bolsa de higiene na mala também depois de a ir buscar silenciosamente à casa de banho, e fechei esta última.

"Ouve, em relação ao que eu disse..."

"Passa ao teu irmão, por favor." Implorei não querendo mesmo falar sobre este assunto agora, ou nunca!

"Tudo bem..." Ouvi-o proferir baixinho e segundos depois oiço finalmente a voz de Nash. "Abigail?"

"Olá Nash, desculpa estar a incomodar-te mas eu preciso mesmo da tua ajuda..."

"Claro, diz!" Engoli seco e coloquei a mala no meu ombro.

"Achas que me consegues ir buscar à pastelaria da Layla? Sabes onde é certo?"

"Sim, fica mais ou menos perto da vossa escola, certo?"

"Sim, essa mesmo!" Abri a janela o mais silenciosamente que consegui e em seguida atirei a mala lá para baixo, fazendo esta cair na relva. "Mais ou menos daqui a 10 minutos vou lá chegar, consegues apanhar-me lá?"

"O que é que aconteceu Abigail? O que é que aquele cabrão te fez desta vez?"

"Nada, por favor está lá daqui a 10 minutos, preciso mesmo da tua ajuda Nash!"

"Tudo bem, até já então."

"Até já." Guardei o telemóvel no bolso de trás das calças e coloquei um pé na mesinha de cabeceira, e outro no parapeito da janela, empoleirando-me. Depois de passar esta, mandei um salto agarrando-me à árvore que se encontrava em frente à janela, escorregando um pouco, quase caindo. Com calma fui descendo até conseguir saltar até ao chão. Quando já me encontrava com os pés na relva, peguei na mala de viagem e coloquei-a ao meu ombro, começando a correr para fora daquela mansão, até à pastelaria onde me iria encontrar com Nash.

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