QUI / 26 / MARÇO / 2015
Acordei com uma dor de cabeça horrível e assim que me apercebi onde estava, várias imagens de Cameron a bater-me novamente começaram a aparecer na minha mente fazendo-me bufar. Olhei em volta e reparei que ainda estava no mesmo espaço onde ele me deixou ontem enquanto me batia. Não se encontrava ninguém por estes lados, estava tudo completamente deserto, e estava um pouco de frio também. Notava-se que o sol estava a nascer o que me faz calcular se sejam perto das 6h da manhã.
Levantei-me do chão de pedra demasiado frio e comecei a andar pela rua, tinha de arranjar alguma maneira de contactar com alguém dado que eu não me lembro onde meti a minha mala e o meu casaco. A noite de ontem está demasiado confusa na minha cabeça. Continuei a andar pela rua até avistar um café que por sorte, já se encontrava aberto. Depois de entrar não avistei ninguém ao balcão nem sentado nas mesas.
"Olá?" Falei para o caso de estar alguém no espaço e percebesse eu que eu tinha entrado.
"Bom dia." Vi uma senhora a aparecer atrás do balcão já com alguma idade. "O que é que vai ser?"
"Desculpe mas eu preciso de ligar a uma pessoa, será que me podia emprestar um telemóvel?" Perguntei à medida que me aproximava do balção.
"Claro." Eu sorri em agradecimento, e vi a senhora a tirar do bolso do seu avental um pequeno objeto branco que consegue fazer chamadas, passando-o para as minhas mãos.
"Obrigada." Disse e imediatamente marquei o seu número que ao fim de algumas tentativas, atendeu ao segundo toque.
(...)
"Mas o que é que te aconteceu?" Perguntou ao mesmo tempo que entrava no café onde eu ainda me encontrava à sua espera.
"Nash!" Abracei-me a ele com força podendo sentir o seu perfume a invadir as minhas narinas. Tinha tantas saudades deste rapaz.
"Abigail fala comigo, eu tenho estado tão preocupado contigo desde que me disseram que tu te foste embora." Ele agarrou em cada lado da minha face obrigando-me a encará-lo.
"Eu não quero falar disso agora por favor, apenas tira-me daqui." Ele assentiu e agarrou-me pelos ombros levando-me até ao seu carro.
"Fico feliz por me teres ligado." Falou ao fim de uns minutos em silêncio dentro do veículo.
"Foste a primeira pessoa em que eu pensei. Foi um bocadinho difícil lembrar-me do teu número mas ao fim de umas tentativas lá consegui." Tentei sorrir-lhe.
"Quando me disseram que tu tinhas ido embora eu fiquei triste porque eras das pessoas mais importantes para mim naquele orfanato. Eu tentava ligar-te várias vezes mas dizia que estava desligado." Olhei-o confusa.
"A sério?" Ele assentiu. "Estranho, eu não tinha o telemóvel desligado, e nem tenho registo de me teres tentado ligar."
"O que interessa é que agora estás aqui." Ele sorriu-me olhando-me alguns segundos e voltando a colocar a sua atenção na estrada.
Ao fim de mais uns minutos de viagem ele estaciona o carro em frente de um prédio.
"Onde é que estamos?"
"Em minha casa." Engoli seco ao saber o que poderia encontrar dentro daquele edifício. "Não te preocupes, o Hayes foi dormir a casa de um amigo." Olhei-o um pouco confusa. Como era possível ele saber que eu não queria encontrar Hayes? "Eu ainda não me esqueci do que é que o meu irmão te fez." Sem me dar oportunidade de responder saiu do carro e eu fiz o mesmo, ouvindo-o a trancar o veículo segundos a seguir.
Fomos em direção ao prédio e este foi aberto por Nash que logo me deu passagem, seguimos até ao elevador que nos levou até ao 2º andar e quando saímos Nash foi até à sua porta de entrada abrindo-a e entrando de seguida, o que me fez imitá-lo.
"Tens fome?" Perguntou dirigindo-se até à cozinha e eu segui-o.
"Um pouco."
"Então vai até à sala que eu já te levo comida."
"Eu posso ajudar." Contradisse.
"Nem penses, vai-te sentar no sofá que eu já vou ter contigo." Eu assenti e fui até à sala sentando-me no sofá à sua espera. Minutos a seguir Nash aparece na sala com um tabuleiro que continha uma taça com cereais. "Toma." Deu-me a taça para as mãos juntamente com uma colher e eu agradeci.
"Tens uma casa porreira." Disse tentando arranjar assunto de conversa.
"É pequena mas é perfeita para mim e para o meu irmão." Eu assenti levando mais uma colherada de cereais de chocolate à boca. Estava mesmo com fome. "Já podemos falar sobre o porquê de me teres ligado a pedir ajuda?" Suspirei e coloquei a pequena taça em cima da mesa de centro que se encontra à frente do sofá.
"É complicado Nash..."
"Mas o que é que te aconteceu Abigail? Foste adotada por quem?" Suspirei, ele tem de saber. Nash é a única pessoa que eu sei que vai estar lá para mim quando eu precisar, isso foi provado neste instante.
"Eu fui adotada por Mr. Olsen." Os seus olhos azuis arregalaram-se.
"Como?"
"Mr. Olsen era suposto ter ido ao orfanato mas acabou por ser o filho dele, Cameron. Pelo que percebi desrespeitei uma das regras o que o fez levar-me consigo. Cameron disse-me que o objetivo dele era apenas castigar-me mas ele acabou por se afeiçoar a mim e deixou-me ficar." Tentei resumir tudo o que se passou nestas semanas desde que me vim embora.
"Afeiçoou-se a ti?" Olhou-me confuso. "Há aqui alguma coisa muito mal contada nessa história Abigail, tens a certeza que não foi por outra razão qualquer? Quer dizer isso é muito estranho..."
"Eu também fiquei um pouco confusa com o facto de ter ido para ali assim do nada, mas quando confrontei Cameron com este assunto estas foram as suas palavras." Encolhi os ombros.
"E como é que foste parar àquele café?" Engoli seco porque eu não lhe quero contar o que Cameron me faz, não posso.
"Foi... fui eu que..." Fui interrompida pela porta de entrada e agradeci-me mentalmente por isso, pelo menos até ver aquele rapaz moreno de olhos azuis a entrar pela casa.
"Abigail?" Ele falou assim que me viu o que me fez engolir seco. "O que é que ela está aqui a fazer?" Perguntou ao irmão.
"Pensei que ficasses em casa do teu amigo até mais tarde." Nash respondeu.
"Já estava farto daquilo por isso vim embora." Encolheu os ombros. "Mas ainda não me respondeste, o que é que ela faz aqui?"
"A Abigail ligou-me e eu trouxe-a até aqui."
"Vocês conhecem-se?" Perguntou olhando-nos confuso.
"Sim, ela esteve no orfanato onde eu fiz voluntariado."
"Tu estiveste num orfanato?" Ele perguntou-me olhando para a minha pessoa mas eu apenas baixei o olhar para os meus dedos que brincavam uns com os outros.
"Sim, ela esteve." Nash falou rude. "Agora se não te importas eu estava a falar com ela."
"Desculpa? Vai falar para o teu quarto que eu agora quero ver televisão." Hayes falou colocando os pés em cima da mesa de centro e ligando a televisão à nossa frente.
"Não sejas antipático Hayes, eu estava a falar com a Abigail por isso sais se faz favor."
"Deixa estar Nash." Definitivamente eu não quero que eles discutam, muito menos por minha causa. "É melhor eu ir também." Disse ao mesmo tempo que me levantava mas Nash rapidamente me impediu.
"Nem penses! Tu não vais sair daqui assim, ficas connosco."
"O quê? Eu não posso Nash! O Mr. Olsen é o meu tutor agora, ele deve estar à minha procura."
"Não se fala mais no assunto Abigail, ficas connosco até resolvermos este problema. Além disso ainda tens de me explicar esta história como deve de ser." Nada disse apenas baixei novamente o olhar.
Como é que é suposto eu viver assim...
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Dating Text ▲ H.G
Fiksi Penggemar"Olá." "Que queres?" "Conhecer-te :)" E foi assim que tudo começou. [BOOK ONE OF "DATING TEXT" TRIOLOGY] | ATENÇÃO: HAVERÁ LINGUAGEM QUE PODERÁ SER AGRESSIVA, E PODERÃO SER, AINDA, UTILIZADOS ALGUNS PALAVRÕES. CENAS DE VIOLÊNCIA E SEXUAIS PODERÃO T...